Questões de Concurso Público Prefeitura de Andradas - MG 2020 para Professor de Educação Básica II

Foram encontradas 30 questões

Q1687888 Conhecimentos Gerais
A importante Batalha de Waterloo foi um confronto militar ocorrido a 18 de junho de 1815 na atual Bélgica (à época então parte integrante do Reino Unido dos Países Baixos). Alguns notáveis personagens da História na época estiveram evolvidos no evento. Assinale abaixo a alternativa correspondente àquele personagem histórico que foi derrotado nesta renhida batalha:
Alternativas
Q1687889 Conhecimentos Gerais
Os nanotubos de carbono são considerados uma das mais importantes descobertas da história da física, realizada pelo físico japonês Sumio Iijima em 1991. Assinale abaixo a alternativa que contém incorreção sobre este importante artefato:
Alternativas
Q1687890 Atualidades
O Eurotúnel é um túnel ferroviário que liga o Reino Unido à França, tendo sido inaugurado pela rainha Elisabeth II e pelo então Presidente francês François Mitterrand. Assinale abaixo a alternativa que contém erro sobre esta importante obra de engenharia:
Alternativas
Q1687891 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

Considerando a passagem “Cormorões em bando revoluteavam”, o termo em destaque pode ser substituído, mantendo-se o sentido primário, por:
Alternativas
Q1687892 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

O texto se vale de uma linguagem formal. Entretanto, em alguns momentos, a autora lança mão de certos usos informais, diferentes do que preceitua a gramática normativa. Assim, se a passagem “(...). Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher (...)” fosse reescrita segundo a gramática padrão da língua, mantendo-se o sentido original, teríamos:
Alternativas
Q1687893 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

Em “É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol”, o termo em destaque, em relação à oração anterior, estabelece ideia de:
Alternativas
Q1687894 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

Considerando a passagem “Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras” e o contexto em que ela está inserida, é correto afirmar que:
Alternativas
Q1687895 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

A coesão é fundamental para que o texto flua. Uma das formas de se obter a coesão textual é através do uso de pronomes. Assim, na passagem “Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva”, o termo em destaque recupera, considerando o contexto:
Alternativas
Q1687896 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

Segundo o texto, o ato de “ler a vida” pressupõe:
Alternativas
Q1687897 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

Assinale a alternativa em que a mudança de posição do termo em destaque acarreta mudança de sentido:
Alternativas
Q1687898 Português

Ler a vida

(Marina Colasanti)


Quinta-Feira, 20 de agosto de 2020


Faço, toda manhã, exercícios respiratórios diante da janela aberta. E tenho o privilégio de ver o mar. Pois, manhã destas estava eu inspirando e expirando, quando reparei num barco de pesca parado em meio ao azul. Olhei para cima. Cormorões em bando revoluteavam. Pensei que os pescadores haviam lido aquelas asas e sabido através delas que um cardume nadava naquele exato ponto.

Toda manhã, tendo cumprido o dever dos exercícios, rego as plantas do terracinho do quarto e deixo o olhar escorrer sobre os prédios. Pois já fazem algumas manhãs que meus olhos encontram uma jovem mulher, de biquíni e grávida, andando em marcha apertada na laje do seu edifício. Calça tênis. Leio no seu andar o começo de uma devoção que nunca terminará, devoção ao filho que ainda nem nasceu. É por ele, para que nasça sadio apesar dela estar trancada em casa, que toda manhã toma o elevador e caminha, empenhada, sob o sol.


Tudo na vida é leitura, para quem tem olhos.


Num esforço de sobrevivência, os bebês precisam aprender a ler o mundo muito antes de identificar as letras. É preciso distinguir os objetos, identificar sua função e saber como essa função se encaixa no cotidiano. Interpretar o rosto dos outros humanos é imprescindível, sem o que corre-se o risco de confundir uma reprimenda com um carinho — e a reprimenda pode ser protetiva. É importante ler chama e gelo, chuva e vento, mar e floresta.

Sabemos que bebês que têm mais estímulos desenvolvem-se mais plenamente. O que são estímulos? São aulas de leitura da vida.

Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal. Foi premiado por uma série de reportagens sobre aquela imensa planície, inundada na maior parte do ano, seca somente durante quatro meses. Fotografou onças e aves, serpentes e jacarés para ilustrar as reportagens. Hoje choraria, tenho certeza, vendo os restos queimados de tantos animais. Não sei se leria nas chamas o aquecimento global, a alteração do regime de chuvas devido ao desmatamento, ou a pouca água dos rios permitindo a maior seca dos últimos 30 anos. Talvez, arguto que era, lesse esses três fatores juntos.


Cada um lê de acordo com os olhos que tem. 


Vi em uma revista que Dior acabou de lançar novo modelo de bolsa. O modelo, dizia a legenda da foto, tem preços “a partir de 19 mil reais”. A revista listava o nome de três ou quatro proprietárias brasileiras desta joia. Certamente, elas leram a chegada da nova bolsa como um apelo de elegância desejável. Eu, ao contrário, li como extrema deselegância exibir bolsa deste preço em país tão miserável. Não importa quanto a pessoa ganha, importa quanto os outros não ganham. Não importa se a usuária já colabora de alguma maneira com obras beneficentes, o que mais importa é que 19 mil reais correspondem a 33 auxílios emergenciais.


(...)


Mas a leitura da vida não se faz só com os próprios olhos, entram na receita a sensibilidade e os conhecimentos que se têm.

FONTE: https://www.marinacolasanti.com/2020/08/ler-vida.html

Na passagem “Pergunto-me como meu amigo Yllen Kerr, se vivo estivesse, leria o medonho incêndio do Pantanal”, o termo em destaque introduz a ideia de que a interpretação do que é desenvolvido ao longo do parágrafo:
Alternativas
Q1687899 Raciocínio Lógico

Antônio, Maria e José, possuem somente um bicho de estimação cada um.

Os bichos de estimação são um cachorro, um gato e uma iguana.

Seguindo as pistas abaixo qual a afirmação verdadeira:


● O dono da iguana é do sexo masculino.

● Maria não gosta de gatos.

● O dono do gato é amigo do dono do cachorro

● José não gosta de ninguém que tenha gatos.

Alternativas
Q1687900 Raciocínio Lógico

Observe a sequência:


23 - 55 - 110 - 22 - 44 - ?


Seguindo a estrutura de operações matemática para criá-la podemos afirmar que o próximo número dessa sequência é:

Alternativas
Q1687901 Direitos Humanos
Entre os direitos inalienáveis da pessoa, a Declaração Universal dos Direitos Humanos reforça a igualdade e proteção da lei para todo cidadão, sem qualquer tipo de distinção. Nesse sentido, o propósito de qual afirmativa reforça essa prerrogativa?
Alternativas
Q1699139 Pedagogia
Sobre as tendências de ensino, podemos afirmar, corretamente, que na aprendizagem colaborativa:
Alternativas
Q1699140 Pedagogia
A tecnologia educacional foi-se introduzindo, nos sistemas públicos de ensino, a partir da tradição progressista que privilegia o ensino sob o ângulo dos aspectos metodológicos, em contraposição à ênfase no conteúdo das matérias. Assim, os recursos fornecidos pela tecnologia da educação (instrução programada, planejamento sistêmico, operacionalização de objetivos comportamentais, análise comportamental e sequência instrucional) foram incorporados à prática escolar. Essa abordagem é identificada como pedagogia tecnicista, onde:
Alternativas
Q1699141 Pedagogia
De acordo com o Ministério da Educação – MEC, os Parâmetros Curriculares Nacionais auxiliam o professor na tarefa de reflexão e discussão de aspectos do cotidiano da prática pedagógica, a serem transformados continuamente pelo professor. Para compreender a natureza dos Parâmetros Curriculares Nacionais, é necessário situá-los em relação a quatro níveis de concretização curricular considerando a estrutura do sistema educacional brasileiro. Tais níveis não representam etapas sequenciais, mas sim amplitudes distintas da elaboração de propostas curriculares, com responsabilidades diferentes, que devem:
Alternativas
Q1699142 Pedagogia

Analise os excertos, abaixo, com relação aos marcos históricos da Educação:


I- A primeira instituição de ensino criada no país foi o Colégio de São Vicente, fundado pelo jesuíta Leonardo Nunes em São Vicente, litoral de São Paulo.

II- No início do período republicano, a educação sofreria forte influência da “Escola Nova”, movimento surgido na Europa e que depositava na educação o caminho para a resolução dos problemas sociais. O crescimento urbano e industrial, nas primeiras décadas do século XX, interferiu na criação de um modelo educacional que atendesse às necessidades do mercado socioeconômico.

III- Com o fim do regime militar e a abertura democrática, a Constituição de 1988 demonstrou a preocupação do governo com os rumos da educação, quando delimita um prazo de dez anos para a universalização do ensino e erradicação do analfabetismo.


Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Q1699143 Pedagogia
Considerando as práticas educativas em relação às tendências pedagógicas, assinale a alternativa que descreve corretamente o comportamento esperado do aluno na tendência tecnicista:
Alternativas
Q1699144 Pedagogia
O modo como os professores realizam o seu trabalho, selecionam os conteúdos das disciplinas, organizam os tempos e os espaços escolares, orientam as atividades dos alunos e definem instrumentos de avaliação indicam as intenções educativas e as concepções de aprendizagem que os orientam. Quanto à avaliação na concepção psicanalítica da aprendizagem, assinale a alternativa correta:
Alternativas
Respostas
1: A
2: D
3: B
4: A
5: B
6: C
7: B
8: D
9: A
10: D
11: C
12: A
13: B
14: C
15: D
16: A
17: D
18: C
19: D
20: A