Questões de Concurso Público SEED-PR 2007 para Professor, Florestal
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Leia o que dizem FARACO e MARCUSCHI sobre a fala:
“Para ele [o falante], a realidade lingüística não se apresenta primordialmente como um sistema gramatical abstrato, mas como um mundo de vozes e suas relações de aceitação e recusa, suas convergências e divergências, suas harmonias e seus conflitos, suas intersecções e hibridizações.”(Faraco, 1998)
“A fala é uma atividade muito mais central do que a escrita, no dia-a-dia da maioria das pessoas. Contudo, as instituições escolares dão à fala atenção quase inversa à sua centralidade na relação com a escrita.” (Marcuschi, 1997)
Com base nesses fragmentos, sobre o trabalho pedagógico é correto afirmar:
A seguir, é apresentado o primeiro parágrafo de um texto que aborda a necessidade de coerência entre concepção de língua e de sujeito para a reformulação do Ensino Básico. Na seqüência, são apresentados, fora de ordem, os parágrafos que dão continuidade ao texto. Determine a ordem correta das idéias neles expressas.
Ao fazermos um esforço de reformulação do Ensino Fundamental e Médio, precisamos, antes de qualquer coisa, desaprender. Temos de jogar fora as carcomidas concepções de linguagem e de seu ensino que, poderosas, atravancam nosso caminho.
( ) E essa ruptura só será possível e produtiva, se resgatarmos a linguagem não como uma coisa externa aos falantes, mas como um conjunto aberto de atividades sociointeracionais.
( ) É esse ponto de vista que nos desvela a linguagem como uma multidão de discursos, uma multidão de vozes sociais. São discursos, são vozes que revelam diferentes histórias, grupos sociais, práticas coletivas, valores, visões de mundo, experiências pessoais. É esse ponto de vista que nos desvela os falantes como compósitos de múltiplas vozes sociais e não como máquinas atualizadoras de regras, como reprodutores de monumentos ou usuários de ferramentas.
( ) A linguagem não será, então, vista como um sistema, um monumento, uma ferramenta – como uma entidade supra-humana –, mas fundamentalmente como atividade. E não atividade de seres isolados e auto-suficientes, mas atividade social, intersubjetiva, histórica. Por sua vez, os falantes tomam forma como sujeitos históricos e como realidades psíquicas em meio a essa intrincada rede de relações socioverbais e pela interiorização da própria dinâmica socioverbal.
( ) Observe-se que todas essas concepções entendem a linguagem como uma realidade em si (uma gramática, um monumento, um instrumento) da qual restam excluídos os falantes, a dinâmica das relações sociais, os movimentos da história. Nesse processo, é importante ter claro que não existe uma forma única de conceber a linguagem. Sendo assim, para fundar esse novo ensino, precisamos começar por reconstruir nossa concepção de linguagem.
( ) A linguagem, nesse sentido, passa a ser vista como o conjunto das atividades sígnicas que constituem as múltiplas relações sociais entre os sujeitos históricos, nelas se constituindo.
( ) Entre nós, as concepções mais fortes reduzem a linguagem ora a um conjunto de regras; ora a um conjunto de expressões ditas corretas; ora a uma ferramenta bem acabada.
( ) Nosso desafio inicial, portanto, será romper com essa reificação da linguagem e essa alienação dos falantes.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta, de cima para baixo.
A seguir, um trecho de entrevista concedida pelo gramática Evanildo Bechara à revista Cult. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda, associando as respostas às respectivas perguntas.
1. Qual a conduta adequada para a atualidade?
2. Como está o texto hoje na literatura e na imprensa?
3. Como o sr. avalia o desempenho dos professores atuantes nos meios de comunicação?
( ) Há grandes escritores que atuam num registro de primeira ordem. Infelizmente, a crônica é dominante hoje no Brasil. Como é um fato de dia-adia, isso faz com que o escritor use um estilo com menos exigência. A poesia vive uma renovação extraordinária, pena que raramente entre em sala de aula. Os jornais estão abandonando a norma culta e, com isso, ajudam no empobrecimento da língua.
( ) Apesar de sua utilidade, os entertainers trabalham para o empobrecimento da língua. É como se você fixasse um uniforme para a sociedade. Isso pode acontecer por razões sociais e políticas, mas não é solução para o vestuário. Você toma banho sem roupa, vai para a praia de calção e veste terno em ocasiões especiais. Obrigar o falante a ser sempre correto é tirar dele sua liberdade de opção. [...] O erro dos divulgadores da língua é pensar que português é uma só coisa.
( ) Hoje se tem uma visão mais ampla e a grande preocupação do professor é transformar o aluno em poliglota dentro de sua própria língua, mostrando-lhe as variedades regionais, os recursos estéticos, as diferenças do léxico, a língua literária regional, as mudanças que a língua sofre no tempo.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração correta da coluna da direita, de cima para baixo.
As tiras a seguir ilustram diferentes condutas pedagógicas presentes na escola.
1.
(QUINO. Mafalda.)
2.
(WATTERSON, B. Calvin e Haroldo.)
3.
(ANGELI. Chiclete com Banana.)
A conduta pedagógica de base sociointeracionista vem ilustrada em: