Questões de Concurso Público UFRJ 2016 para Médico - Hemoterapia

Paciente que será submetido a cirurgia geral ou a procedimento invasivo com contagem de plaquetas <50.000/mm³.

Paciente que será submetido a cirurgia oftalmológica ou a neurocirurgia com contagem de plaquetas < 100.000/mm³.

Paciente com refratariedade à transfusão de plaquetas.

Paciente com sangramento e Trombastenia de Glanzman.

Paciente em pós-operatório de cirurgia cardíaca que permanece com significativo sangramento no dreno torácico, apesar de contagem de plaquetas próxima a 50.000/mm³.

> 100%

50 - 100%

30 a 50%

20 a 30%

1 -10%

com aloanticorpos que reagem tipicamente com antígenos de baixa frequência.

transfundidos há menos de 120 dias que apresentam dupla população para alguns antígenos.

multitransfundidos que reagem com antígenos HLA das células vermelhas.

com quadro de mieloma múltiplo que reagem com todas as hemácias de triagem de anticorpos.

com autoanticorpos que tipicamente reagem com todas as hemácias de doadores.

Homem de 45 anos trazido para a emergência de trauma com suspeita de hemorragia intracraniana; quadro clínico sugestivo de hemorragia maciça, hipotérmico, mantendo sangramento após reposição de volume com cristaloides, e transfusão de concentrado de hemácias.

Paciente de 56 anos, sexo masculino, portador de trombofilia, em anticoagulação com warfarina, apresentando INR = 6, com discreto sangramento após exodontia.

Mulher de 27 anos, na 36^a semana de gestação, portadora de doença de von Willebrand e acompanhada no setor de gestação de alto risco de um hospital universitário, evoluindo com discreto sangramento vaginal.

Paciente de 37 anos, sexo feminino, com cirrose hepática secundária à infeção pelo vírus da hepatite C, com varizes de esôfago, no momento sem sangramento ativo, com TAP 1,7 vezes o normal.

Paciente de 60 anos, sexo masculino, diabético e hipertenso, em uso de warfarina com INR = 3; Tem indicação de hernioplastia inguinal eletiva marcada para acontecer em 7 dias.

Concentrados de hemácias são os hemocomponentes mais transfundidos no período neonatal e em crianças menores de 4 meses, sendo indicados em diversas situações, tais como: Ht < 30% se em uso de oxigenoterapia suplementar e Ht < 45%, se em oxigenação por membrana extracorpórea.

A Portaria SAS/MS nº 473/2013 estabeleceu o protocolo de uso do doppler transcraniano como procedimento ambulatorial na prevenção do acidente vascular encefálico em pacientes com doença falciforme, tendo como alvo a dosagem de Hemoglobina (Hb) máxima até 10 g/dL e Hemoglobina (Hb) S pré-transfusional menor do que 50%, através de transfusão de troca ou exsanguineotransfusão parcial.

A transfusão de componentes celulares em recém-nascidos com menos de 1.200g de peso será feita com produtos desleucocitados ou não reagentes para CMV. Para transfusão intrauterina, serão utilizados concentrados de hemácias do grupo “O”, compatíveis com o soro materno e componentes desleucocitados, ou não reagentes para CMV, irradiados.

Em uma amostra pré-transfusional inicial para transfusão, em crianças menores de 4 meses, será realizada basicamente a tipagem ABO direta e a tipagem reversa; o antígeno RhD será determinado colocando-se as hemácias com antissoro anti-RhD (Anti-D) e será efetuado o controle da tipagem RhD através de soro controle compatível com o antissoro utilizado, porém de fabricante diferente do anti-D.

Em caso de exsanguíneo transfusão em recém-nascido, será utilizado sangue total colhido há menos de 5 (cinco) dias. Caso não haja disponibilidade de sangue recente, será utilizado sangue colhido há mais de 5 (cinco) dias, sendo, para isto, necessária uma autorização por escrito do médico assistente e do médico do serviço de hemoterapia.

Uso de plasma fresco congelado, crioprecipitado, concentrado de plaquetas e medidas para conservação de sangue no campo cirúrgico.

Autorizar ativação imediata de protocolo de transfusão maciça, uma vez que a paciente é muito jovem e medidas de suporte deverão ser iniciadas apenas após a certeza de que a agência transfusional tem como atender essa emergência.

Dispensar a rotina pré-transfusional, uma vez que trata-se de sangramento grave com eminente risco de morte.

Solicitar avaliação laboratorial da coagulação desta paciente, para melhor evidenciar a conduta hemoterápica.

Expansão de volume, prevenção da tríade letal, manutenção da ventilação, procedimentos obstétricos para controle de sangramento, testes laboratoriais à beira do leito e ativação de protocolo de transfusão maciça, caso necessário.

Troca de uma volemia em 12 horas.

Troca de 50% da volemia em 8 horas.

Transfusão de 4 a 5 U de concentrados de hemácias em 1 hora.

Transfusão de sangue total ou concentrado de hemácias superior a 10 unidades em período de 48 (quarenta e oito) horas.

Uso de concentrado de hemácias, plasma fresco congelado, concentrado de plaquetas e crioprecipitado durante manuseio de sangramento agudo.

Verificar a existência de protocolo transfusional; verificar fenotipagem eritrocitária e, caso não exista, respeitar no mínimo os fenótipos Rh e Kell; guardar amostra para estudo; proceder testes pré-transfusionais, incluindo pesquisa de anticorpos irregulares; proceder os testes de compatibilidade; desleucocitar o concentrado de hemácias compatível e aliquotar a bolsa em sistema fechado; infundir o hemocomponente em no máximo 4 horas, observando os primeiros 10 minutos da infusão; recomendar reavaliação clínica e laboratorial antes da infusão da segunda alíquota.

Proceder testes pré-transfusionais incluindo pesquisa de anticorpos irregulares; desleucocitar os dois hemocomponentes; infundir o primeiro hemocomponente a 40 mL/min e a seguir o segundo, desta vez em 5 horas, observando sempre os primeiros 10 minutos da infusão; proceder pesquisa de anticorpo irregular após a primeira transfusão; recomendar protocolo de irradiação para as próximas transfusões.

Coletar amostras para testes pré-transfusionais, proceder teste de compatibilidade em um concentrado de hemácias O negativo, irradiado e filtrado; aliquotar 150 mL e infundir em 1 hora, mantendo observação da criança nos primeiros 10 minutos de infusão. Compatibilizar o segundo concentrado de hemácias, isogrupo, infundir em 2 horas; dispensar a observação do receptor no início da transfusão, caso a prova cruzada seja compatível.

Coletar amostra para testes pré-transfusionais; segregar dois concentrados de hemácias e proceder os testes de compatibilidade; desleucocitar e lavar os hemocomponentes; observar os primeiros 10 minutos da infusão. Solicitar ao plantonista que comunique qualquer alteração sugestiva de reação transfusional.

Coletar amostra para testes pré-transfusionais; proceder lavagem do componente compatível para retirada de antígenos eritrocitários imunogênicos; prescrever pré-medicação com anti-histamínico; infundir o componente em velocidade de 5 mL/min; observar os 10 primeiros minutos de infusão e, se tudo correr bem, fazer o segundo concentrado.

No doador, reação imediata é aquela que ocorre até 24 horas após a doação e que não traz nenhuma consequência para o mesmo.

A frequência de reações adversas graves no doador de aférese, são bem menos comuns que nos doadores de sangue total, nos quais as reações geralmente são graves.

O serviço de hemoterapia não tem a responsabilidade de esclarecer o doador sobre o processo de doação, os riscos envolvidos e os testes laboratoriais realizados, pois tal esclarecimento é atribuição da atenção básica.

Reação vasovagal é uma reação secundária à ativação do sistema nervoso autônomo, estimulada por fatores psicológicos, bem como pelo volume de sangue retirado em relação ao volume total do sangue do doador e pela velocidade com que foi retirado.

Quando a reação adversa ocorre tardiamente, não há necessidade do doador informar ao serviço de hemoterapia, porém deve procurar assistência médica assim que possível.

Tratamento da anemia e previsão de risco de sangramento antes de qualquer procedimento.

Análise crítica da utilização de componentes sanguíneos no serviço.

Educação permanente dos membros da equipe de saúde quanto ao uso racional do sangue.

Uso de recuperação celular intraoperatória e uso de técnicas cirúrgicas que permitam menor perda sanguínea.

Reserva de sangue para todo paciente com risco de sangramento no intraoperatório.

Os serviços de hemoterapia estão isentos de controle de qualidade e notificação de eventos adversos no doador e no receptor, uma vez que a transfusão sanguínea, hoje, é um método terapêutico universalmente aceito e de elevado rigor processual.

Diante de quadro sugestivo de reação febril não hemolítica (RFNH) transfusional, considera-se um caso possível, quando a investigação já concluída, ou ainda em curso, apresenta evidências (quadro clínico/laboratorial/evolução e vínculo temporal) que indicam a correlação dos sinais e sintomas descritos na definição de “caso” a outras etiologias, mas a correlação com a transfusão não pode ser descartada.

TRALI (lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão) é uma reação transfusional tardia que ocorre com bastante frequência e apresenta quadro clínico e radiológico (condensações bilaterais) característico, sendo as evidências de sobrecarga circulatória essenciais para o diagnóstico.

Nas reações transfusionais hemolíticas tardias que, em geral, ocorrem entre 24 horas e 28 dias após a transfusão, não há necessidade de investigação, uma vez que normalmente são quadros muito leves e sem repercussão clínica.

Em caso de óbito atribuído a quaisquer reações adversas à transfusão, a comunicação deve ser feita ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária dentro das primeiras 24 horas.

Diante de uma não-conformidade, é suficiente que o serviço de hemoterapia proponha as ações corretivas.

A identificação de equipamento crítico e a qualificação de equipamentos não são atribuições do serviço de hemoterapia.

O serviço de hemoterapia deve promover capacitação e educação continuada quanto ao manuseio de resíduos de serviços de saúde (RSS) apenas para os funcionários estáveis.

Todo funcionário lotado no serviço de hemoterapia está apto a transportar componente sanguíneo.

Cada serviço de hemoterapia manterá um conjunto de procedimentos operacionais, técnicos e administrativos para cada área técnica e administrativa.

O processo de identificação, investigação e análise dos desvios, com proposição de ações corretivas e verificação da eficácia das ações referentes ao serviço de hemoterapia, é responsabilidade da direção do hospital.

A faixa de temperatura de armazenamento das amostras e reagentes é de 4ºC (quatro graus Celsius) a 8ºC (oito graus Celsius), ressalvadas as orientações específicas de fabricantes ou ensaios laboratoriais.

Auditorias internas não são necessárias, uma vez que todo serviço de hemoterapia é inspecionado anualmente pelos órgãos fiscalizadores.

O serviço de hemoterapia possuirá manuais de procedimentos operacionais acerca das atividades do ciclo do sangue.

A disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC), necessários para a segurança dos funcionários do serviço de hemoterapia, é de responsabilidade de cada funcionário e do departamento de recursos humanos da instituição.

resultados de microbiologia positiva não determinam que o produto seja certamente descartado.

a dose de células CD34⁺ /HLA-DR^- /CD38^- deve ser maior que 2 x 10⁶/kg para uma pega do enxerto em prazo satisfatório.

o ensaio de viabilidade celular por citometria de fluxo, de maior sensibilidade que os testes por microscopia ótica, é obrigatório.

a massa de células mononucleares no produto a ser transplantado ainda é um parâmetro que orienta para o prognóstico da pega do enxerto.

a determinação do volume do produto da aférese não é empregada para análise de massa celular, mas somente a determinação do peso receptor.

A incompatibilidade menor ocorre quando o receptor apresenta anticorpos contra o doador.

Isoaglutininas em produtos de células-tronco do doador são sempre preditivas para hemólise pós-transplante.

A presença de anticorpos do receptor contra hemácias do doador ocorre na incompatibilidade maior do sistema ABO.

A incompatibilidade no sistema ABO entre doador e receptor afeta a recuperação dos neutrófilos pós-transplante.

Os linfócitos maduros do doador são células de vida curta e podem ser destruídos pelo sistema imune do receptor, consequentemente não existe o risco de produção de isoaglutininas capazes de destruir hemácias do receptor.

A leucodepleção por filtragem do sangue no ato da transfusão reduz o risco de imunomodulação em sangue colhido até 10 dias.

A irradiação do sangue previne as reações de imunomodulação, pois o bloqueio da proliferação celular é crítico neste processo.

O uso de sangue irradiado e leucodepletado por filtragem protegem dos efeitos da imunomodulação mesmo em produtos estocados por longo prazo.

A imunomodulação persiste somente na primeira semana pós-hemotransfusão e não pode ser prevenida por leucodepleção.

A imunomodulação é uma consequência indesejada da transfusão de sangue e seus efeitos podem ser observados em longo prazo.

O sistema HLA não é polimórfico.

O sistema HNA apresenta antígenos com grande afinidade para região Fc dos anticorpos da classe IgM.

O sistema HLA não é crítico na transfusão de leucócitos para receptores de células-tronco hematopoiéticas, pois a maior população destas células não apresenta o HLA-DR.

O sistema de antígenos dos neutrófilos humanos (HNA) é composto por formas polimórficas de proteínas imunogênicas.

Antígenos do sistema HNA estão ausentes nas integrinas dos neutrófilos.

Embora os filtros de leucócitos sejam usados com intenção de promover a depleção de leucócitos, este efeito pode ser parcialmente adquirido pela preparação de unidades de concentrados de hemácias depletadas de buff-coat que, por propriedades diferenciais de densidade, são obtidos por centrifugação.

O concentrado de hemácias é obtido por centrifugação diferencial e as hemácias são facilmente separadas dos leucócitos, pois a diferença de tamanho entre estes componentes facilita a obtenção de hemácias livres de leucócitos.

O concentrado de plaquetas frequentemente apresenta certa quantidade de hemácias, pois crioglobulinas aglutinam as hemácias promovendo a precipitação destes elementos juntamente com as plaquetas.

O concentrado de hemácias não contém leucócitos, pois estes apresentam densidade menor que as hemácias e o delta desta relação proporciona este componente purificado após centrifugação.

Embora o princípio da densidade celular seja crítico na seleção dos componentes do sangue, o uso de filtro de leucócitos é indicado para a obtenção de granulócitos.

a quantidade de células CD34⁺ no sangue pré-aférese não é preditiva para o rendimento de células no produto final da coleta.

fatores de crescimento hematopoiéticos promovem a mobilização de células hematopoiéticas por mecanismos independentes das moléculas de adesão celular, que regulam a permanência destas células no nicho medular.

as células CD34 mobilizadas para o sangue não retornam ao ambiente medular sem o tratamento do paciente com fatores de crescimento hematopoiéticos.

antagonistas do CXCR4 e anticorpos anti-VLA4 são agentes que aumentam a interação das células hematopoiéticas no ambiente medular, reduzindo a saída destas células dos nichos para a circulação.

o processo de mobilização de células-tronco e progenitoras hematopoiéticas pode ser induzido por regimes de tratamento independentes da ação de fatores de crescimento hematopoiéticos.

a maioria dos anticorpos anti-HLA formados após a transfusão de sangue são dirigidos contra antígenos de classe II.

a presença de anticorpos anti-HLA é a principal causa de refratariedade à transfusão de plaquetas sem leucorredução.

a produção de anticorpos anti-HLA só é prevista em receptores politransfundidos.

a refratariedade à transfusão de plaquetas não é dependente de anticorpos anti-HLA, mas somente a antígenos dos sistemas de grupo sanguíneo.

os anticorpos anti-HLA formados após transfusão de sangue ou gravidez são da classe IgE.