Questões de Concurso Público SEDF 2021 para Professor Substituto - Língua Portuguesa
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Nos textos literários, o gênero lírico define-se como aquele em que há uma voz particular, o eu lírico, manifestando a expressão do mundo interior e tratando dos sentimentos, das emoções e dos estados de espírito. O texto de Antonio Candido, portanto, deve ser classificado como pertencente ao gênero lírico, o que se confirma no emprego da primeira pessoa do singular.
Para provar que a literatura é um direito inalienável, o texto apresenta funções da literatura, como, por exemplo, a de provocar reflexão, em “a literatura pode ser um instrumento consciente de desmascaramento”, e a de construir identidade e humanizar, em “a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque, pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão de mundo, ela nos organiza, nos liberta do caos e, portanto, nos humaniza”.
O texto de Antonio Candido e a tese que defende podem ser considerados como um contraponto às tendências contemporâneas da literatura brasileira, uma vez que os gêneros literários narrativos hoje apresentam uma reinvenção no aspecto formal, com um conceito de literatura mais abrangente e temas que problematizam a nossa diversidade por meio de estruturas, muitas vezes, híbridas. Da mesma forma, essa reinvenção formal também ocorre na poesia, sobretudo desde o Concretismo.
No trecho apresentado, evidencia-se a diferença já reveladora dos contrastes sociais do início do século XX no Brasil. Nesse episódio da luta, o fenômeno de Canudos revela o isolamento político e econômico do sertão brasileiro, em relação ao Brasil cosmopolita, do sul e do litoral.
Os Sertões é uma obra híbrida que transita entre a literatura, a história e a ciência, ao unir a perspectiva científica, de base naturalista e evolucionista, à construção literária. Euclides da Cunha, entretanto, pretendeu apenas contar o que presenciara no sertão e compreender o fenômeno cientificamente, sem apresentar qualquer conflito interior, como se observa no texto apresentado.
A obra Os Sertões pertence ao Pré-Modernismo, estilo de época caracterizado por narrativas mais históricas, realistas e atuais. Com linguagem mais direta e objetiva, os autores dessa estética, tais como Raquel de Queirós, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, aproximam-se do texto jornalístico, devido à menor distância entre a literatura e a realidade.
No início do século XX, o projeto literário do Pré-Modernismo, com autores como Euclides da Cunha e Lima Barreto, por exemplo, antecipa o Modernismo ao apresentar crítica à realidade social, econômica e política do País, mostrando o Brasil real aos brasileiros, mas, ao mesmo tempo, suas obras apresentam características da literatura do século passado, marcando, assim, a transição que configura esta época.
Os Sertões é narrado em primeira pessoa, por um narrador personagem, como se observa na linha 1 do trecho apresentado, em que a metaliguagem, recurso estilístico recorrente nos romances da fase realista de Machado de Assis, é utilizada: “Fechemos este livro”.
O obra do poeta Augusto dos Anjos ilustra o fato de a literatura pré-modernista apresentar múltiplas tendências. Não há, entre 1902, início do Pré-Modernismo, e 1922, início do Modernismo, uma unidade estilística como a presente em escolas como o Romantismo ou o Arcadismo. O poeta citado, por exemplo, recorre à ciência, mas não por questões sociais, e sim para definir suas preocupações com a angústia moral, que considera atormentar a humanidade.
O regionalismo é um traço comum entre o romance romântico Inocência, de Visconde Taunay, Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos, bem como de outras obras da literatura brasileira do segundo momento modernista. Essa tendência relaciona-se a uma tentativa de descobrir o País e revelar sua realidade para os brasileiros, entretanto se pode observar que cabe aos autores do século XX revelar, criticamente, os problemas nacionais.
O ensino fundamental compreende os anos iniciais (1.º ao 5.º ano) e os anos finais (6.º ao 9.º ano). De acordo com a Lei n.º 11.274/2006, a matrícula obrigatória é para as crianças com sete anos de idade, preferencialmente na rede pública de ensino.
Uma escola, ao incluir no currículo do ensino fundamental conteúdos que abordam os direitos das crianças e dos adolescentes, deixa de cumprir com o seu papel na formação básica do cidadão.
São princípios que norteiam a educação básica: a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola; a valorização do profissional da educação escolar; a garantia do padrão de qualidade; e a garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
De acordo com a Lei n.º 11.645/2008, é obrigatório o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena nas escolas da educação básica. A Lei afirma que os estudos serão abordados a partir do ensino fundamental, desde que seja realizada uma formação dos docentes especializados nos temas.
Conforme a Base Nacional Comum Curricular, as avaliações não devem ser vistas como uma exigência burocrática das escolas para cumprir com as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais. Além do conhecimento cognitivo construído pelo aluno, as avaliações no ensino fundamental e no ensino médio também devem observar o desenvolvimento de competências e habilidades.
Ao orientar a elaboração dos currículos do ensino fundamental, a Base Nacional Comum Curricular apresenta os objetos de conhecimento e as habilidades pretendidas em cada área e etapa, mas não especifica os formatos de avaliação. Isso reforça o caráter norteador da Base, permitindo que as escolas e os professores organizem seus currículos e suas propostas pedagógicas com a devida adequação aos seus contextos.
Os componentes curriculares arte e educação física devem ser integrados com a proposta pedagógica das escolas, sendo sua prática obrigatória para os estudantes da educação básica. Porém, a prática da educação física é facultativa para todos os estudantes do ensino fundamental e do ensino médio.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio, os componentes curriculares língua portuguesa e matemática são obrigatórios durante os três anos. Além disso, a Base aborda a flexibilização da organização curricular do ensino médio, por meio dos itinerários formativos. Essa flexibilização pretende valorizar o protagonismo juvenil e estimular a interdisciplinaridade no ensino.
O artigo 37 da Lei de Diretrizes e Bases considera a educação de jovens e adultos como uma modalidade de ensino destinada a jovens e adultos que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e no ensino médio na idade própria. Essa modalidade é ofertada, no ensino presencial, em escolas da rede pública e da rede privada no Brasil.
De acordo com as mudanças significativas previstas na Reforma do Ensino Médio, as escolas de ensino médio em tempo integral devem ser incentivadas a ampliar a jornada escolar e a promover a formação integral dos estudantes.