Questões de Concurso Público Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos - SP 2018 para Professor de Educação Básica II - História

Foram encontradas 60 questões

Q1179202 História

Não se discute mais se o patrimônio cultural do país constitui-se apenas dos bens de valor excepcional ou também daqueles de valor cotidiano; se inclui monumentos individualizados ou em conjunto; se apenas a arte erudita merece proteção ou também as manifestações populares; se contém apenas os bens produzidos pelo homem ou se engloba também bens naturais; se esses bens da natureza envolvem somente os dotados de excepcional valor paisagístico ou inclusive o simples ecossistema.


(Ricardo Oriá. Memória e ensino de História.

Em Circe Bittencourt (org.). O saber histórico na sala de aula.)




Dessa forma, são considerados patrimônio cultural os bens que

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Q1179203 Conhecimentos Gerais
Houve um episódio curioso ocorrido no ano de 1971, num pequeno e longínquo povoado amazônico, durante a inauguração de um trecho da Rodovia Transamazônica. Sabemos que a própria rodovia é, hoje, uma imensa ficção, mas isto é um “detalhe”. A tal inauguração coincidiu com a exibição, no único cinema do povoado, de um filme sobre vampiros, que causou grande impressão sobre todos os habitantes. No dia da inauguração, foram vistos automóveis pretos, em grande número, certamente ligados à comitiva presidencial. Imediatamente espalhou-se a notícia por todo o povoado de que os vampiros estavam chegando à região, que já tinham atacado outros lugares oferecendo bombons às crianças, para, a seguir, agarrá- -las e chupar o seu sangue. Como consequência desses boatos, estabeleceu-se um pânico generalizado no povoado: homens agarrando suas armas, gente rezando, e mães desesperadas buscando seus filhos. (Elias Thomé Saliba. “Experiências e representações sociais sobre o consumo de imagens”. Em Circe Bittencourt (org.).O saber histórico na sala de aula. Adaptado)

Para Saliba, esse episódio permite
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Q1179204 História
Leia o trecho de uma entrevista com o historiador Peter Burke.
Eu me identifiquei com os heróis do movimento e sua luta contra a dominação de uma história mais tradicional, identificação que foi ajudada pelo fato de que o tipo de história contra a qual Bloch e Febvre se rebelaram ainda ser a história dominante em Oxford. Pensei vagamente em estudar com Braudel em Paris, mas a vida que levava em Oxford também me cativava, e desisti da ideia. O ideal que desenvolvi, entretanto, foi de escrever história ao modo do movimento, mais ou menos sozinho. Tentei fazer isso num livro que escrevi nos anos 60 sobre o Renascimento italiano. Nesse livro, tentei combinar histoire sérielle com a abordagem alemã de história cultural. (Maria Lúcia Garcia Pallares-Burke. As muitas faces da história. Nove entrevistas. Adaptado.)

Peter Burke faz referência, nesse excerto,
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Q1179205 História
O aprofundamento de estudos culturais, principalmente no diálogo da História com a Antropologia, tem contribuído para um debate sobre os conceitos de cultura e de civilização. Alguns historiadores rejeitam o conceito de civilização [...]. (Parâmetros Curriculares Nacionais. Vol. História.)

Essa rejeição
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Q1179206 História
Desde Frei Vicente de Salvador iniciara-se a construção da imagem de absoluta exploração e pilhagem dos portugueses nas terras coloniais da América. Também inaugurava-se a imagem da incompetência administrativa portuguesa no Brasil, base do não desenvolvimento material e da permanência do atraso cultural brasileiros. Este argumento atravessaria os séculos XVII, XVIII e XIX, encontrando forte ressonância ainda no século XX. (Eduardo França Paiva. “De português a mestiço: o imaginário brasileiro sobre a colonização e sobre o Brasil”. Em: Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História. Adaptado)

Sobre esse debate, segundo o artigo citado, há historiadores no Brasil que, com a contribuição da História Cultural, têm comprovado
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Q1179207 História
A consumação das lutas contra o domínio português é apresentada através de uma das obras mais célebres da arte brasileira, representação ímpar da independência do Brasil: o quadro Independência ou Morte!, também conhecido como O Grito do Ipiranga, de Pedro Américo, de 1888. Ele abre o capítulo sobre a proclamação da independência, referendando a proeminência dada pelo autor à atuação do príncipe D. Pedro no episódio. (Thais N. de L. e Fonseca. “Ver para compreender: arte, livro didático e a história da nação”. Em: Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História. Adaptado)

A obra de Pedro Américo faz parte de
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Q1179208 História
As reflexões iniciais de Antonio Candido no prefácio da quinta edição de Raízes do Brasil apontaram para o significado que esse livro tivera no processo de constituição das novas formas de pensar o Brasil, a partir da segunda metade dos anos 30: “os homens que estão hoje [1967] um pouco para cá ou pouco para lá dos cinquenta anos aprenderam a refletir e a se interessar pelo Brasil sobretudo em termos de passado e em função de três livros: Casa-Grande & Senzala, publicado quando estávamos no ginásio; Raízes do Brasil, publicado quando estávamos no curso complementar; Formação do Brasil contemporâneo, publicado quando estávamos na escola superior”. (Paulo Miceli. “Sobre História, Braudel e os Vaga-Lumes”. Em Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. Adaptado)

São os autores das obras citadas, respectivamente,
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Q1179209 História
É certo que a história operária adquiriu, em pouco mais de duas décadas, um status acadêmico e um determinado espaço institucional, ainda que dificilmente voltará a ter o prestígio extra-acadêmico do início dos anos 80. [...] A história operária viveu seu momento de glória no início dos anos 80 [...]. (Cláudio H. M. Batalha. “A historiografia da classe operária no Brasil: trajetória e tendências”. Em Marcos Cezar de Freitas (org.). Historiografia brasileira em perspectiva.)

A importância da história operária, no período citado, tem forte relação com
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Q1179210 História
Tema constantemente retomado na História do país e do estado, o ensaio de sedição ocorrido em 1788-89 em Minas Gerais é, talvez, um dos fatos históricos de maior repercussão e conhecimento popular, largamente presente, tanto no imaginário político nacional quanto no sistema escolar fundamental e médio. Marcada desde suas origens por uma série de vicissitudes a ela exteriores ou extemporâneas, a Inconfidência Mineira precisa, hoje, ser submetida a um “jogo de luz” que distinga e identifique com mais clareza o que é próprio do evento e – sem propriamente desprezar ou descartar – o que é fruto da ação do tempo e das práticas sociais em suas “leituras” e “releituras” sobre o evento. O que se procura fazer nesse trabalho, é recuar no tempo e retomar em sua historicidade alguns aspectos da natureza, sentido e alcance das fontes que nos informam sobre o evento, bem como investigar como se deu sua apropriação e exame pela historiografia ao longo do tempo, bem como sua disseminação no sistema escolar. (João Pinto Furtado. “Imaginando a nação: o ensino da história da Inconfidência Mineira na perspectiva da crítica historiográfica”. Em: Lana M. de C. Simam e Thais N. de L. Fonseca (orgs.). Inaugurando a História e construindo a nação. Discursos e imagens no ensino de História.)

Para o autor do artigo citado, a Inconfidência Mineira era
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Q1179211 História
Os primeiros jesuítas dedicaram particular atenção à língua tupi, estudando-a e elaborando, ainda em Quinhentos, algumas obras sobre o tema. O primeiro Vocabulário na língua brasílica foi composto pelo padre Leonardo do Vale (c. 1538-1591), que viveu quase 40 anos entre os índios da Bahia, Porto Seguro e São Paulo, tendo sido, no início da década de 1570, nomeado lente de Língua Brasílica no Colégio da Bahia. Elaborou ainda uma Doutrina geral na língua do Brasil (1574), bem como sermões e avisos para a educação e instrução dos índios na Língua do Brasil. O padre José de Anchieta redigiu a primeira Arte de grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil, que circulou manuscrita largo tempo, tendo merecido honras de impressão em Coimbra, em 1595, na oficina de Antônio de Mariz. Esta obra, de cariz fortemente comparatista, designadamente com o latim, “representa uma nova estratégia de abordagem das línguas exóticas que entram no colóquio universalizante do mundo descoberto”. Compôs, ainda, um Dialogo da doctrina christãa, um Confessionário brasílico, sermões, poesias, cantigas e outras obras em língua tupi. (Jorge Couto. “A gênese do Brasil”. Em: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira. Formação: histórias (1500-2000).)

Considerando o excerto e as discussões do artigo citado, é correto afirmar que
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Q1179212 História
O Brasil não era, em realidade, apenas um, mas era constituído por uma série de colônias. Os ingleses tinham razão quando falavam, nos séculos XVII e XVIII, dos “Brasis”, pois havia de fato mais de uma colônia. (Stuart B. Schwatz. “Gente da terra brazilinese da nasção. Pensando o Brasil: a construção de um povo”. Em: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira. Formação: histórias (1500-2000), p. 112.)

A expressão “Brasis”, no contexto referido, está relacionada com
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Q1179213 História
Afirmar que a formação do Estado brasileiro foi um processo de grande complexidade não apresenta nenhuma novidade, e a historiografia recente tem revelado razoável consenso quanto a evitar o equívoco de reduzi-lo à ruptura unilateral do pacto político que integrava as partes da América no império português. (István Jancsó e João Paulo G. Pimenta. “Peças de um mosaico (ou apontamentos para o estudo da emergência da identidade nacional brasileira)”. Em: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira. Formação: histórias (1500-2000).)

Tal “grande complexidade” pode ser verificada na obra de
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Q1179214 História
Durante o período Médici, a política externa orientou-se por um projeto de ampliação de influência e poder na América Latina. (Maria Helena Capelato. “O ‘gigante brasileiro’ na América latina: ser ou não ser latino-americano”. Em: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000): a grande transação.)

Diante dessa orientação da política externa, o governo Médici
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Q1179215 Conhecimentos Gerais
No final da primeira metade do século XIX, os Estados Unidos completavam a conquista do Oeste, preparando a expansão para além de suas fronteiras nacionais. Em 1898, inaugurava-se a era de intervenções armadas no Caribe, com a intromissão dos Estados Unidos na guerra de independência de Cuba. Depois de breve campanha, os estadunidenses venciam [...] (Maria Lígia Prado. “Davi e Golias: as relações entre Brasil e Estados Unidos no século XX.” Em Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta. A experiência brasileira (1500-2000): a grande transação.)

A vitória estadunidense nessa guerra garantiu aos Estados Unidos
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Q1179216 Conhecimentos Gerais
Ao pensarmos a Igreja Católica na América Latina contemporânea, de imediato nos vem à mente suas divisões internas com relação ao poder político e aos problemas sociais; colocam-se frente a frente os seguidores da Teologia da Libertação e os defensores da hierarquia conservadora. É possível fazer um paralelo entre o presente e o período da independência. (Maria Ligia Coelho Prado. América Latina no século XIX – Tramas, telas e textos.)

Sobre esse paralelo, é correto afirmar que
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Q1179217 História
A derivação original de instituições feudais específicas muitas vezes parece emaranhada em qualquer caso, dada a ambiguidade das fontes e o paralelismo de desenvolvimentos dentro dos dois sistemas sociais antecedentes. (Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo, p. 127.)

Nesse sentido, o feudalismo
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Q1179218 História
Extremamente manobráveis, as pirogas e outros barcos africanos eram a um só tempo rápidos e tinham capacidade para carregar até uma centena de guerreiros. Um primeiro alerta foi dado em 1446, advertindo os portugueses de Nuno Tristão do perigo que representavam as flotilhas da Senegâmbia. Sua expedição teve uma triste sina, e outras passaram pela mesma experiência, até que o rei de Portugal enviasse Diogo Gomes para negociar as condições de um entreposto no litoral. Ora, o Mali e seus vizinhos dominavam todo um sistema de rios e riachos em torno do Níger, do Senegal, da Gâmbia, e foi a ação concertada das flotilhas armadas que barrou os invasores. Foi também essa resistência militar que obrigou os europeus a negociar a maneira de fazer comércio com as populações. Assim, o rei do Congo comunicou a João Afonso, um negociante português a serviço de Francisco I, as condições em que ele poderia penetrar no Zaire. Um tratado devidamente negociado está na origem da primeira feitoria dos portugueses em Angola (1571), onde também foi controlado o comércio dos portugueses naquelas regiões, em especial o tráfico negreiro. (Marc Ferro. História das colonizações – Das conquistas às independências – século XIII a XX.)

A partir do excerto e das discussões presentes na obra citada, é correto afirmar que Portugal
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Q1179219 História
A guerra começou, o terrorismo atacou cada vez mais forte, independentemente da luta armada decidida desde o início de 1955; os atos mais cruéis ocorreram nos dias 20 e 21 de agosto, em Collo e Philippeville, onde foram executados tanto pieds-noirs quanto metropolitanos e muçulmanos, como Abbas Allou, sobrinho de Ferhat Abbas. Tratava-se, para a FLN, de liquidar com todos os interlocutores possíveis da nova autoridade francesa, Jacques Soustelle, e em especial com os beneficiários do plano de terras implantado pelo governo. (Marc Ferro. História das colonizações – Das conquistas às independências – século XIII a XX.)

O excerto trata
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Q1179220 História
Não está claro em que momento os velhos impérios compreenderam que a Era dos Impérios acabara definitivamente. Sem dúvida, em retrospecto, a tentativa da Grã- -Bretanha e da França de reafirmar-se como potências imperiais globais na aventura de Suez em 1956 parece mais condenada ao insucesso do que evidentemente parecia aos governos de Londres e Paris, que planejaram junto com Israel uma operação militar para derrubar o governo revolucionário do coronel Nasser, no Egito. O episódio foi um fracasso catastrófico (exceto do ponto de vista de Israel), tanto mais ridículo pela combinação de indecisão, hesitação e inconvincente desfaçatez do primeiro-ministro britânico, Anthony Éden. (Eric Hobsbawm. Era dos extremos – O breve século XX – 1914-1991.)

Sobre a “aventura do Suez”, é correto afirmar que
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Q1179221 História
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, afirma que “Os homens nascem e vivem livres e iguais perante as leis”, dizia seu primeiro artigo; mas ela também prevê a existência de distinções sociais, ainda que “somente no terreno da utilidade comum”. A propriedade privada era um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável. Os homens eram iguais perante a lei e as profissões estavam igualmente abertas ao talento; mas, se a corrida começasse sem handicaps, era igualmente entendido como fato consumado que os corredores não terminariam juntos. (Eric Hobsbawm. A era das revoluções. Adaptado)

Dessa forma, para Hobsbawm, o documento citado revela-se
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Respostas
41: B
42: D
43: C
44: E
45: B
46: C
47: E
48: C
49: A
50: B
51: D
52: A
53: C
54: A
55: A
56: E
57: C
58: A
59: D
60: B