Questões de Concurso Público Prefeitura de Ribeirão Preto - SP 2019 para Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado
Foram encontradas 50 questões
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277296
Português
Texto associado
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Com base no texto, é correto concluir que o autor
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Educação Básica - Arte |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especializado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277337
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa correta a respeito das informações
do texto.
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277338
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
Considere o trecho do décimo primeiro parágrafo.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que pode acometer os imortais...
Esse trecho está reescrito, sem alteração do sentido original do texto, na alternativa:
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que pode acometer os imortais...
Esse trecho está reescrito, sem alteração do sentido original do texto, na alternativa:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277339
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
Leia os trechos do texto.
• Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora ignorou... (12º parágrafo) • Desde que essa vida seja dotada de sentido. (último parágrafo)
Considerando o contexto, as expressões destacadas estabelecem entre as ideias, respectivamente, as relações de
• Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora ignorou... (12º parágrafo) • Desde que essa vida seja dotada de sentido. (último parágrafo)
Considerando o contexto, as expressões destacadas estabelecem entre as ideias, respectivamente, as relações de
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
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VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277340
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
Os travessões empregados no segundo e no décimo
terceiro parágrafo marcam trechos em que o autor,
respectivamente:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
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VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277341
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
De acordo com a concordância verbal e nominal estabelecida pela norma-padrão, está correta a alternativa:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
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|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
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VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277342
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
O sinal indicativo de crase está corretamente empregado
na alternativa:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
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Q1277344
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
No quinto parágrafo, a frase – O hábito suja os olhos e
lhes baixa a voltagem. – está em sentido
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
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|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277345
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Considere os trechos do texto.
• Um poeta é só isto: um certo modo de ver. • Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. • Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas.
As expressões destacadas indicam, correta e respectivamente:
• Um poeta é só isto: um certo modo de ver. • Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. • Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas.
As expressões destacadas indicam, correta e respectivamente:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Matemática |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277346
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Respeitando-se a norma-padrão da língua portuguesa, a
colocação do pronome destacado pode ser alterada em:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Educação Básica - Arte |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especializado |
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Q1277388
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão..
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
No texto, o autor faz várias indagações que
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277392
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão..
Os imortais
De vez em quando, ao olhar para o meu filho – de três
anos, quase quatro – pergunto retoricamente qual será a
longevidade dele.
Nascido em 2015, ele pode conhecer o próximo século.
Mas se a medicina conseguir conquistar o envelhecimento e
a morte – não é esse o santo graal do momento? – será que
ele vai conhecer o novo milênio?
Esse pensamento ganhou forma com um ensaio
primoroso de Regina Rini, no “Times Literary Supplement”.
Escreve a autora: em 1900, um cidadão americano tinha
uma média de vida de 47 anos. Em 1950, a meta já estava
nos 68. Em 2057, é possível que o limite seja os 100.
Agora, imagine o seguinte, caro leitor: a ciência anuncia,
ainda durante as nossas vidas, que o envelhecimento e a
doença serão revertidos em 2119.
Sim, esse ano já será demasiado tarde para nós. Aliás,
será demasiado tarde até para os nossos filhos.
Mas não será para os nossos netos. Com essa data
imaginária, nós seremos os últimos mortais a partilhar a Terra
com os primeiros imortais. Que tipo de convivência teremos
com eles? Haverá inveja? Sofrimento? Desespero ante o
nosso (injusto) destino?
O ensaio de Rini é um elegante exercício de especulação
filosófica. E a autora termina a sua indagação com um
pensamento consolador: se as nossas vidas se justificam pelo
legado que deixamos aos outros, então devemos olhar para os
primeiros imortais como os felizes depositários desse histórico
legado.
Nós seremos o último elo entre a humanidade perecível
e a humanidade eterna.
A páginas tantas, Rini cita um dos meus filmes favoritos:
“Feitiço do Tempo”, uma comédia com Bill Murray. No filme,
Murray está preso no tempo, condenado a viver o mesmo dia
todos os dias.
Para Rini, o filme é uma boa metáfora sobre o tédio que
pode acometer os imortais e para o qual vários filósofos já nos
alertaram: quando estamos condenados a viver eternamente,
deixamos de ter urgência para fazer alguma coisa.
Mas existe uma outra dimensão do filme que a autora
ignorou: o personagem de Bill Murray só consegue seguir
em frente quando encontra um mínimo de sentido para a sua
existência.
E esse sentido não está no hipotético legado que deixará
para os vindouros. Está na forma como vive o seu presente.
Quando isso acontece – quando o personagem encontra um
propósito para si próprio e na relação com os outros – ele
consegue finalmente quebrar o feitiço e despertar na manhã
seguinte. Como diria o neurocientista Viktor Frankl, de que vale
ter uma vida de eternidade quando não há razões para vivê-la?
Da próxima vez que olhar para o meu filho, vou desejar-lhe
uma vida longa, sem dúvida. Desde que essa vida seja dotada
de sentido.
(João Pereira Coutinho. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2019/05/os-imortais.shtml. Publicado em 15.05.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, entre parênteses, a
reescrita do trecho destacado segue a norma-padrão
de emprego dos pronomes.
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
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|
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Q1277395
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Assinale a alternativa em que o autor expõe, respectivamente, ideias aparentemente contraditórias e a consequência de um fato.
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
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VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277398
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Considere os trechos do texto.
• Acho que foi o Ernest Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. (1º parágrafo) • Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. (5º parágrafo)
O emprego das formas verbais destacadas permite ao autor, respectivamente:
• Acho que foi o Ernest Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. (1º parágrafo) • Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. (5º parágrafo)
O emprego das formas verbais destacadas permite ao autor, respectivamente:
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Provas:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Arte
|
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Geografia |
Q1277399
Português
Texto associado
Leia o texto para responder a questão.
Vista Cansada
Acho que foi o Ernest Hemingway* quem disse que
olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez.
Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente.
Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua,
não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse
um poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O
problema é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não
vendo.
Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia,
sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos
é familiar, já não nos desperta curiosidade. O campo visual da
nossa rotina é como um vazio. De tanto ver, você não vê.
Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo
mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre,
pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom dia e às
vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um
dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não
fazia a mínima ideia. Em 32 anos, esse profissional nunca o
viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia
no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja
os olhos e lhes baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos
e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de
ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que
nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria
mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam
no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o
monstro da indiferença.
(Otto Lara Resende. Bom dia para nascer.
Companhia das Letras. Adaptado)
* Ernest Hemingway: escritor estadunidense que se suicidou em 1961.
Uma criança vê o que o adulto não vê, ______________ olhos
atentos e limpos para o espetáculo do mundo.
Para que as ideias se associem por meio da relação de causa, a lacuna da frase deve ser preenchida por
Para que as ideias se associem por meio da relação de causa, a lacuna da frase deve ser preenchida por
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Prova:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
Q1277402
Pedagogia
Segundo Aguiar (2006), no âmbito da escola o exercício da participação que caracteriza a gestão democrática
abre novas possibilidades de organização pedagógica
que favorecem, de um lado, a instauração do respeito à
individualidade do estudante e ao seu percurso de aprendizagem e, de outro lado, contribuem para o crescimento
profissional dos educadores que partilham do trabalho
coletivo. Nessa direção, o projeto político-pedagógico,
construído de forma coletiva e participativa,
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Prova:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
Q1277403
Pedagogia
Para Moran (2004), ao comemorar os 50 anos da internet
observa-se que as tecnologias são utilizadas nas escolas
mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para
criar novos desafios didáticos. Para o autor, do ponto de
vista metodológico, o professor precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala
de aula e, para tanto, uma das dimensões fundamentais
do educar é
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Prova:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
Q1277404
Pedagogia
Para De La Taille (1992), é interessante notar uma
peculiaridade da teoria de Piaget no que se refere às
influências da interação social no desenvolvimento cognitivo. A alternativa assinalada como determinante por
Piaget é aquela que opõe a coação à cooperação, o que
significa que pensa o social e suas influências sobre os
indivíduos pela perspectiva
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Prova:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
Q1277405
Pedagogia
Libâneo, Oliveira e Toschi (2003) afirmam que tanto a cultura organizacional influi no desenvolvimento profissional
do professor como os professores podem produzir o
espaço cultural da escola. Assim, cabe à escola dar apoio
e sustentação a fim de instaurar uma cultura de colaboração, como ingrediente da gestação participativa. Nesse
sentido, afirmam os autores que o desenvolvimento profissional, como eixo da formação docente,
Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Prova:
VUNESP - 2019 - Prefeitura de Ribeirão Preto - SP - Professor de Educação Básica III - Atendimento Educacional Especiliazado |
Q1277406
Pedagogia
Segundo Lerner (2002), reformular a concepção do
objeto de ensino em função das contribuições linguísticas
e a concepção do sujeito que aprende a ler e escrever
parece ser uma condição importante para contribuir para
a mudança na proposta didática vigente na escola tendo
como base o projeto curricular. Para a autora, a fim de se
criar uma mudança profunda, é também imprescindível
recolocar