Questões de Concurso Público Prefeitura de São Bernardo do Campo - SP 2023 para Professor II de Educação Básica – Português

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Q2028814 Português
“O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão.”
(Marcos Bagno, 2007)
Um dos argumentos apresentado pelo autor para desfazer a confusão assinalada por ele consiste na ideia de que
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Q2028815 Pedagogia
Na BNCC, assume a centralidade como unidade de trabalho no ensino de língua portuguesa:
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Q2028816 Português
Um rato na rede

    Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.
    “Insone, senti um tremor nas cordas da rede. Com a lanterna, vi um rato saindo dos meus pés. O velhaco me olhou, passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado. Sentado, examinei trêmulo cada dedo. Foi um exercício de ioga ver o meu pé; no esforço, derrubei a lanterna. Conformado, vi no dedão do pé direito um arranhão sangrento. Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...
     Eu volto desconfiado para a rede, só que nela entro com um pé calçado de meias e botas. Numa das mãos, empunho a lanterna; na outra, o revólver. Cubro-me parcialmente com o lençol e espero atento pelo rato.
     Esmiúço com a lanterna o teto e ouço apenas as batidas do meu coração. O rato sumiu e no seu lugar sinto minha perna direita ficar dormente. Tenho a certeza de que estou envenenado. Pulo da rede, abro minha caixa de primeiros socorros, tiro dela um bisturi (para casos de emergências) e me preparo para cortar o dedo no local da mordida para que o sangue renovado expulse o veneno. Agarro meu próprio pé, dobro a perna direita sobre o joelho esquerdo, meço com cautela o lugar onde farei a incisão que vi muitas vezes no cinema os mocinhos fazendo em si próprios sem o menor problema, derramo na “área” a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé, mas quando encosto no dedo a lâmina fria, falta-me a coragem, o tutano, a força dos verdadeiros heróis. Contento-me em fazer um bom e útil curativo.
     Afinal, justifico, os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos. Desisto da caçada do roedor por incompetência e da autocirurgia por covardia.
     Deprimido, desfaço-me do aparato de cirurgião e, insone e com medo da volta do rato, volto ao balanço da rede onde acabo dormindo com saudade de tempos normais.”

(Roberto DaMatta. Em: https://www.estadao.com.br/, 02.11.2022. Adaptado)
Com base na tabela de aspectos tipológicos proposta por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), o texto, conforme o recorte apresentado, serviria em sala de aula como exemplo do gênero
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Q2028817 Português
Um rato na rede

    Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.
    “Insone, senti um tremor nas cordas da rede. Com a lanterna, vi um rato saindo dos meus pés. O velhaco me olhou, passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado. Sentado, examinei trêmulo cada dedo. Foi um exercício de ioga ver o meu pé; no esforço, derrubei a lanterna. Conformado, vi no dedão do pé direito um arranhão sangrento. Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...
     Eu volto desconfiado para a rede, só que nela entro com um pé calçado de meias e botas. Numa das mãos, empunho a lanterna; na outra, o revólver. Cubro-me parcialmente com o lençol e espero atento pelo rato.
     Esmiúço com a lanterna o teto e ouço apenas as batidas do meu coração. O rato sumiu e no seu lugar sinto minha perna direita ficar dormente. Tenho a certeza de que estou envenenado. Pulo da rede, abro minha caixa de primeiros socorros, tiro dela um bisturi (para casos de emergências) e me preparo para cortar o dedo no local da mordida para que o sangue renovado expulse o veneno. Agarro meu próprio pé, dobro a perna direita sobre o joelho esquerdo, meço com cautela o lugar onde farei a incisão que vi muitas vezes no cinema os mocinhos fazendo em si próprios sem o menor problema, derramo na “área” a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé, mas quando encosto no dedo a lâmina fria, falta-me a coragem, o tutano, a força dos verdadeiros heróis. Contento-me em fazer um bom e útil curativo.
     Afinal, justifico, os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos. Desisto da caçada do roedor por incompetência e da autocirurgia por covardia.
     Deprimido, desfaço-me do aparato de cirurgião e, insone e com medo da volta do rato, volto ao balanço da rede onde acabo dormindo com saudade de tempos normais.”

(Roberto DaMatta. Em: https://www.estadao.com.br/, 02.11.2022. Adaptado)
Ensinando-se a gramática da língua por meio da meta-linguagem, espera-se que os alunos identifiquem que o termo integrante predicativo do sujeito, destacado na oração “... examinei trêmulo cada dedo.”, também ocorre no seguinte enunciado:
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Q2028818 Português
Um rato na rede

    Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.
    “Insone, senti um tremor nas cordas da rede. Com a lanterna, vi um rato saindo dos meus pés. O velhaco me olhou, passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado. Sentado, examinei trêmulo cada dedo. Foi um exercício de ioga ver o meu pé; no esforço, derrubei a lanterna. Conformado, vi no dedão do pé direito um arranhão sangrento. Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...
     Eu volto desconfiado para a rede, só que nela entro com um pé calçado de meias e botas. Numa das mãos, empunho a lanterna; na outra, o revólver. Cubro-me parcialmente com o lençol e espero atento pelo rato.
     Esmiúço com a lanterna o teto e ouço apenas as batidas do meu coração. O rato sumiu e no seu lugar sinto minha perna direita ficar dormente. Tenho a certeza de que estou envenenado. Pulo da rede, abro minha caixa de primeiros socorros, tiro dela um bisturi (para casos de emergências) e me preparo para cortar o dedo no local da mordida para que o sangue renovado expulse o veneno. Agarro meu próprio pé, dobro a perna direita sobre o joelho esquerdo, meço com cautela o lugar onde farei a incisão que vi muitas vezes no cinema os mocinhos fazendo em si próprios sem o menor problema, derramo na “área” a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé, mas quando encosto no dedo a lâmina fria, falta-me a coragem, o tutano, a força dos verdadeiros heróis. Contento-me em fazer um bom e útil curativo.
     Afinal, justifico, os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos. Desisto da caçada do roedor por incompetência e da autocirurgia por covardia.
     Deprimido, desfaço-me do aparato de cirurgião e, insone e com medo da volta do rato, volto ao balanço da rede onde acabo dormindo com saudade de tempos normais.”

(Roberto DaMatta. Em: https://www.estadao.com.br/, 02.11.2022. Adaptado)
Na análise da organização dos períodos do texto, o trabalho em sala de aula deverá assinalar que se encontra oração substantiva em relação à oração principal em:
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Q2028819 Português
Um rato na rede

    Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.
    “Insone, senti um tremor nas cordas da rede. Com a lanterna, vi um rato saindo dos meus pés. O velhaco me olhou, passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado. Sentado, examinei trêmulo cada dedo. Foi um exercício de ioga ver o meu pé; no esforço, derrubei a lanterna. Conformado, vi no dedão do pé direito um arranhão sangrento. Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...
     Eu volto desconfiado para a rede, só que nela entro com um pé calçado de meias e botas. Numa das mãos, empunho a lanterna; na outra, o revólver. Cubro-me parcialmente com o lençol e espero atento pelo rato.
     Esmiúço com a lanterna o teto e ouço apenas as batidas do meu coração. O rato sumiu e no seu lugar sinto minha perna direita ficar dormente. Tenho a certeza de que estou envenenado. Pulo da rede, abro minha caixa de primeiros socorros, tiro dela um bisturi (para casos de emergências) e me preparo para cortar o dedo no local da mordida para que o sangue renovado expulse o veneno. Agarro meu próprio pé, dobro a perna direita sobre o joelho esquerdo, meço com cautela o lugar onde farei a incisão que vi muitas vezes no cinema os mocinhos fazendo em si próprios sem o menor problema, derramo na “área” a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé, mas quando encosto no dedo a lâmina fria, falta-me a coragem, o tutano, a força dos verdadeiros heróis. Contento-me em fazer um bom e útil curativo.
     Afinal, justifico, os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos. Desisto da caçada do roedor por incompetência e da autocirurgia por covardia.
     Deprimido, desfaço-me do aparato de cirurgião e, insone e com medo da volta do rato, volto ao balanço da rede onde acabo dormindo com saudade de tempos normais.”

(Roberto DaMatta. Em: https://www.estadao.com.br/, 02.11.2022. Adaptado)
Usando-se o emprego de preposições no texto para a prática de análise linguística, é correto afirmar que, na passagem,
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Q2028820 Português
Um rato na rede

    Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.
    “Insone, senti um tremor nas cordas da rede. Com a lanterna, vi um rato saindo dos meus pés. O velhaco me olhou, passou velozmente pelo punho da rede e entrou na palha do telhado. Sentado, examinei trêmulo cada dedo. Foi um exercício de ioga ver o meu pé; no esforço, derrubei a lanterna. Conformado, vi no dedão do pé direito um arranhão sangrento. Era o presente do rato de merda que fez meu dedão de queijo...
     Eu volto desconfiado para a rede, só que nela entro com um pé calçado de meias e botas. Numa das mãos, empunho a lanterna; na outra, o revólver. Cubro-me parcialmente com o lençol e espero atento pelo rato.
     Esmiúço com a lanterna o teto e ouço apenas as batidas do meu coração. O rato sumiu e no seu lugar sinto minha perna direita ficar dormente. Tenho a certeza de que estou envenenado. Pulo da rede, abro minha caixa de primeiros socorros, tiro dela um bisturi (para casos de emergências) e me preparo para cortar o dedo no local da mordida para que o sangue renovado expulse o veneno. Agarro meu próprio pé, dobro a perna direita sobre o joelho esquerdo, meço com cautela o lugar onde farei a incisão que vi muitas vezes no cinema os mocinhos fazendo em si próprios sem o menor problema, derramo na “área” a ser cortada o mercúrio cromo, que escorre pelo pé, mas quando encosto no dedo a lâmina fria, falta-me a coragem, o tutano, a força dos verdadeiros heróis. Contento-me em fazer um bom e útil curativo.
     Afinal, justifico, os ratos do sertão não são venenosos como os seus irmãos urbanos. Desisto da caçada do roedor por incompetência e da autocirurgia por covardia.
     Deprimido, desfaço-me do aparato de cirurgião e, insone e com medo da volta do rato, volto ao balanço da rede onde acabo dormindo com saudade de tempos normais.”

(Roberto DaMatta. Em: https://www.estadao.com.br/, 02.11.2022. Adaptado)
O texto de Roberto DaMatta começa com a frase “Transcrevo um encontro com um rato, ocorrido numa aldeia dos nativos Apinayé, nos anos 60.” Com base em Koch & Elias (2011), a expressão destacada é um recurso de coesão textual que funciona no texto como
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Q2028821 Português

Leias as tiras:


Tira I

54_1.png (333×426) 

(Bill Waterson, “O Melhor de Calvin”.

https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 05.11.2022. Adaptado)


Tira II

54_2.png (310×339) 

(Mort Walker, “Recruta Zero”.

https://cultura.estadao.com.br/quadrinhos, 05.11.2022. Adaptado)


Em conformidade com a Ortografia Oficial da Língua Portuguesa e com os sentidos das situações apresentadas nas tiras, as lacunas nelas presentes devem ser preenchidas, respectivamente, com: 

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Q2028822 Português
“Aqui a fonte da dificuldade é a entrada do sujeito no texto, o modo como leva em conta e implica o outro no texto, a indexação adequada das diferentes instâncias responsáveis pela enunciação e, de modo mais geral, a gestão dialógica e polifônica do texto.”
(Dolz, Gagnon e Decândio, 2010).
No texto, ao tratarem da escrita, os autores definem as fontes das dificuldades
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Q2028823 Pedagogia
De acordo com Antunes (2003), a escola deve ter como objetivo a escrita de textos socialmente relevantes. Isso implica considerar que esses textos devem
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Q2028824 Português
    Por longo tempo, jovem demais, estranhei a visão de felicidade que prevalecia em nossa cultura, a recorrência da noção de uma felicidade efêmera, momento fugidio que mal faz estremecer a dor contínua. “A tristeza é senhora”, cantava João Gilberto, e eu cantava junto tentando acompanhar seu ritmo impossível, mas acompanhando menos ainda o sentimento. Creio ter sido esta a primeira metáfora que admirei na vida, e a primeira que descartei como imprecisa: “A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor. Brilha tranquila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor.” Essa mesma lágrima, essa lágrima de orvalho e de amor, não seria, pelo contrário, a mais linda expressão da tristeza, ela sim breve e lírica?

(Julian Fuks. Em: www.uol.com.br/ecoa, 05.11.2022. Adaptado)
Analisando-se a coesão referencial no texto, identifica-se emprego de pronome catafórico na passagem:
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Q2028825 Português
    Por longo tempo, jovem demais, estranhei a visão de felicidade que prevalecia em nossa cultura, a recorrência da noção de uma felicidade efêmera, momento fugidio que mal faz estremecer a dor contínua. “A tristeza é senhora”, cantava João Gilberto, e eu cantava junto tentando acompanhar seu ritmo impossível, mas acompanhando menos ainda o sentimento. Creio ter sido esta a primeira metáfora que admirei na vida, e a primeira que descartei como imprecisa: “A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor. Brilha tranquila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor.” Essa mesma lágrima, essa lágrima de orvalho e de amor, não seria, pelo contrário, a mais linda expressão da tristeza, ela sim breve e lírica?

(Julian Fuks. Em: www.uol.com.br/ecoa, 05.11.2022. Adaptado)
Nas práticas de leitura em sala de aula, passagens como “‘A tristeza é senhora’, cantava João Gilberto...” e “A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor. Brilha tranquila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor.” são propícias para a abordagem da
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Q2028826 Português
De acordo com Marcuschi (2008), é correto afirmar que o sentido de um texto
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Q2028827 Português
17 DE JULHO Domingo. Um dia maravilhoso. O céu azul sem nuvem. O Sol está tépido. Deixei o leito as 6,30. Fui buscar agua. Fiz café. Tendo só um pedaço de pão e 3 cruzeiros. Dei um pedaço a cada um, puis feijão no fogo que ganhei ontem do Centro Espirita da Rua Vergueiro 103. Fui lavar minhas roupas. Quando retornei do rio o feijão estava cosido. Os filhos pediram pão. Dei os 3 cruzeiros ao João José para ir comprar pão. Hoje é a Nair Mathias quem começou impricar com os meus filhos. A Silvia e o esposo já iniciaram o espetáculo ao ar livre. Ele está lhe espancando. E eu estou revoltada com o que as crianças presenciam. Ouvem palavras de baixo calão. Oh! Se eu pudesse mudar daqui para um núcleo mais decente.
(Maria Carolina de Jesus, Quarto de Despejo)
De acordo com Bortoni-Ricardo (2004), são exemplos da cultura da oralidade transpostos para o texto escrito os termos:
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Q2105681 Português
Leia o texto, para responder a questão.

        Conheço infantes que falam o que não devem, porque dizem a verdade. Crianças e bêbados, já foi escrito, possuem estranho compromisso com o verídico.
        Anos atrás, uma amiga decidiu carregar um pouco na tradição familiar. Ela me disse que acabava de retornar “da fazenda” do pai. A filha que nos escutava (tinha algo como 10 anos) quase gritou: “Fazenda, mãe? Aquilo não é nem sítio!”. Menina inconveniente, desagradável, pouco educada e, como descobri depois, mais exata na descrição da propriedade rural. Era mais uma casinha cercada de árvores singelas do que um latifúndio.
        A pessoa que abre a boca de forma inconveniente, revelando contradições e trazendo à luz inconsistências, pode ser um … boquirroto. Também empregamos o termo para designar quem não guarda segredo. Quando o objeto da indiscrição não somos nós, nada mais divertido do que esse ser. Funciona como a criança do conto A Roupa Nova do Rei (de Hans Andersen): diz o que todos viam e tinham medo de trazer a público. O indiscreto libera demônios coletivos reprimidos pelo medo e pela inconveniência.
        Aprendi muito cedo que a liberdade de expressão, quando anunciada, é um risco. Aprendi que o cuidado deve ser redobrado diante do convite à sinceridade. Existem barreiras intransponíveis, pontos cegos, muralhas impenetráveis no mundo humano. Uma delas é a situação em que uma pergunta envolve uma crença fundamental da pessoa.
         Minha iluminada amiga e meu onisciente amigo: invejo-os. Se vocês dizem o que querem, na hora que desejam, vocês têm uma ou todas as seguintes características: riqueza extrema, poder político enorme, tamanho físico intimidador, equipe de segurança numerosa, total estabilidade afetiva, autonomia diante do mundo, saúde plena e coragem épica. Sem nenhuma das oito características anteriores, eu, humilde mortal, prometo, lacanianamente*, dizer-lhes a verdade que vocês estão preparados para ouvir. Da mesma forma, direi a minha verdade: limitada, cheia de impurezas e concepções equivocadas, ou seja, a que eu estou preparado para enunciar. O demônio é o pai da mentira, porque ele não é onipotente. A verdade total pertence a Deus. Nós? Adeus e alguma esperança...
(Leandro Karnal, O boquirroto. Diário da Região, 19.06.2022. Adaptado)
* Referência ao psicanalista Jacques Lacan.
Assinale a alternativa em que a palavra destacada está empregada em sentido figurado, com carga pejorativa de sentido.
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Q2105685 Português
Leia o texto, para responder a questão.

        Conheço infantes que falam o que não devem, porque dizem a verdade. Crianças e bêbados, já foi escrito, possuem estranho compromisso com o verídico.
        Anos atrás, uma amiga decidiu carregar um pouco na tradição familiar. Ela me disse que acabava de retornar “da fazenda” do pai. A filha que nos escutava (tinha algo como 10 anos) quase gritou: “Fazenda, mãe? Aquilo não é nem sítio!”. Menina inconveniente, desagradável, pouco educada e, como descobri depois, mais exata na descrição da propriedade rural. Era mais uma casinha cercada de árvores singelas do que um latifúndio.
        A pessoa que abre a boca de forma inconveniente, revelando contradições e trazendo à luz inconsistências, pode ser um … boquirroto. Também empregamos o termo para designar quem não guarda segredo. Quando o objeto da indiscrição não somos nós, nada mais divertido do que esse ser. Funciona como a criança do conto A Roupa Nova do Rei (de Hans Andersen): diz o que todos viam e tinham medo de trazer a público. O indiscreto libera demônios coletivos reprimidos pelo medo e pela inconveniência.
        Aprendi muito cedo que a liberdade de expressão, quando anunciada, é um risco. Aprendi que o cuidado deve ser redobrado diante do convite à sinceridade. Existem barreiras intransponíveis, pontos cegos, muralhas impenetráveis no mundo humano. Uma delas é a situação em que uma pergunta envolve uma crença fundamental da pessoa.
         Minha iluminada amiga e meu onisciente amigo: invejo-os. Se vocês dizem o que querem, na hora que desejam, vocês têm uma ou todas as seguintes características: riqueza extrema, poder político enorme, tamanho físico intimidador, equipe de segurança numerosa, total estabilidade afetiva, autonomia diante do mundo, saúde plena e coragem épica. Sem nenhuma das oito características anteriores, eu, humilde mortal, prometo, lacanianamente*, dizer-lhes a verdade que vocês estão preparados para ouvir. Da mesma forma, direi a minha verdade: limitada, cheia de impurezas e concepções equivocadas, ou seja, a que eu estou preparado para enunciar. O demônio é o pai da mentira, porque ele não é onipotente. A verdade total pertence a Deus. Nós? Adeus e alguma esperança...
(Leandro Karnal, O boquirroto. Diário da Região, 19.06.2022. Adaptado)
* Referência ao psicanalista Jacques Lacan.
Observe os trechos destacados nas passagens:
Quando o objeto da indiscrição não somos nós, nada mais divertido do que esse ser.
Se vocês dizem o que querem, na hora que desejam, vocês têm uma ou todas as seguintes características: riqueza extrema, poder político enorme...
Assinale a alternativa em que esses trechos estão reescritos com correção e expressando a mesma ideia do texto original.
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Q2105694 Matemática
Uma equação do 2o grau na incógnita x possui uma raiz igual a r e a outra igual a 2r. Uma equação possível que atende a essa condição é
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Q2105698 Noções de Informática
Considere uma tabela de 3 linhas e 3 colunas, criada no Microsoft Word 2010, em sua configuração padrão, conforme imagem a seguir. Imagem associada para resolução da questão

Ao posicionar o cursor na primeira célula, um usuário digitou o texto Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo.
Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto.
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Q2105699 Noções de Informática
Tem-se a seguinte planilha, criada no Microsoft Excel 2010, em sua configuração padrão. Imagem associada para resolução da questão

Considerando as fórmulas apresentadas nas alternativas, assinale aquela que, se inserida na célula A4, irá retornar o menor valor. 
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Q2105700 Noções de Informática
Analise a imagem. Imagem associada para resolução da questão

Ao digitar um texto na área destacada na imagem a seguir, criada no Microsoft PowerPoint 2010, em sua configuração padrão, no painel de anotações no modo de exibição Normal, e iniciar o modo de apresentação através da tecla F5, esse texto
Alternativas
Respostas
41: D
42: C
43: B
44: E
45: C
46: E
47: B
48: A
49: B
50: D
51: C
52: A
53: A
54: E
55: D
56: C
57: E
58: A
59: D
60: C