A concordância verbal está plenamente respeitada na frase:

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Q402989 Português
Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto que segue.

A velhice na sociedade industrial


     A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra, às coisas que ele realizou e que fizeram o sentido de sua vida. Perdendo a força de trabalho, ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa.
     Nos cuidados com a criança, o adulto “investe” para o futuro, mas em relação ao velho age com duplicidade e má fé. A moral oficial prega o respeito ao velho, mas quer convencê-lo a ceder seu lugar aos jovens, afastá-lo delicada mas firmemente dos postos de direção. Que ele nos poupe de seus conselhos e se resigne a um papel passivo. Veja-se no interior das famílias a cumplicidade dos adultos em manejar os velhos, em imobilizá- los com cuidados “para o seu próprio bem”. Em privá-los da liberdade de escolha, em torná-los cada vez mais dependentes, “administrando” sua aposentadoria, obrigando-os a sair do seu canto, a mudar de casa (experiência terrível para o velho) e, por fim, submetendo-os à internação hospitalar. Se o idoso não cede à persuasão, à mentira, não se hesitará em usar a força. Quantos anciãos não pensam estar provisoriamente no asilo em que foram abandonados pelos seus?
     Quando se vive o primado da mercadoria sobre o homem, a idade engendra desvalorização. A racionalização do trabalho, que exige cadências cada vez mais rápidas, elimina da indústria os velhos operários. Nas épocas de desemprego, os velhos são especialmente discriminados e obrigados a rebaixar sua exigência de salário e aceitar empreitas pesadas e nocivas à saúde. Como no interior de certas famílias, aproveita-se deles o braço servil, mas não o conselho.

(Adaptado de Ecléa Bosi, Memória e sociedade)



A concordância verbal está plenamente respeitada na frase:
Alternativas

Comentários

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Por que a letra "d" está incorreta? Não poderia ser uma voz passiva do verbo bitransitivo privar "Privam-se os (velhos) da liberdade de escolha? 

Alternativa (d) está incorreta, pois o verbo deveria estar no singular: "Quando se os priva da liberdade de escolha...". Trata-se do uso do pronome "se" como índice de indeterminação do sujeito semântico, defendido por alguns gramáticos. Apesar do verbo aceitar transitividade direta e a partícula "se" poder indicar voz passiva, esse não é o sentido da frase, mas o de indeterminar o sujeito.

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