Leia os textos a seguir e responda ao que se pede.TEXTO I “E...
Leia os textos a seguir e responda ao que se pede.
TEXTO I
“Escravo, juridicamente, é o indivíduo destituído de direitos, ou, na definição clássica, servus non habet personam — aquele que não tem nome, nem sobrenome — ou passado. Um indivíduo que não tem origem: é estrangeiro em qualquer lugar. É certo que escravizados refizeram tal definição no Brasil, rebelando-se, praticando toda sorte de reação e negociando sua condição. Mas no cerne da nossa comunidade permaneceu, teimosa, a concepção de que existiriam homens, por natureza, diversos; repartidos por sua história, sua biologia e condição.”
(SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 416, grifos do autor)
TEXTO II
“São muitas as possibilidades de abordagem das histórias e culturas afro-brasileiras em sala de aula [...]: voltar a atenção para a diversidade de experiências e identidades, trazer experiências em que africanos e seus descendentes são atores sociais e políticos, integrar essas experiências à história ‘nacional’ evitando a criação de um ‘nicho’ de ensino ‘afro-brasileiro’ e fazer uso de fontes efetivas e expressivas”.
(ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amílcar A.; MONTEIRO, Ana Maria (org.). Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013, p. 53.)
Com base nos textos I e II, qual estratégia didática NÃO se alinha a uma abordagem que desnaturalize o racismo a partir de uma perspectiva histórica em sala de aula?
Gabarito comentado
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A alternativa correta é A - O uso de imagens de sevícia e exploração da população escravizada.
Vamos entender por que a alternativa "A" está correta e as outras estão incorretas.
O TEXTO I aborda a condição jurídica e social do escravo no Brasil, destacando como esses indivíduos eram destituídos de direitos e como essa visão perpetuou ideias de desigualdade. Já o TEXTO II sugere abordagens didáticas que valorizem a diversidade e as experiências dos afro-brasileiros, integrando essas histórias à narrativa nacional.
A questão pede para identificar qual estratégia NÃO se alinha com uma abordagem que desnaturalize o racismo a partir de uma perspectiva histórica.
Alternativa A: O uso de imagens de sevícia e exploração da população escravizada pode ser problemático. Embora essas imagens sejam historicamente precisas, seu uso indiscriminado pode reforçar estereótipos e traumas, além de não contribuir para a desnaturalização do racismo. Em vez de promover uma compreensão crítica, essas imagens podem perpetuar uma visão de vitimização sem contexto.
Alternativa B: A visita guiada a comunidades remanescentes quilombolas na região é uma estratégia enriquecedora, pois oferece uma experiência direta e contextualizada, valorizando a história e a cultura afro-brasileira. Isso vai ao encontro da sugestão do TEXTO II de integrar essas experiências à história nacional.
Alternativa C: O trabalho com biografias de mulheres e homens negros escravizados é uma abordagem poderosa para humanizar e dar voz às figuras históricas, mostrando a diversidade de experiências e resistências. Isso contribui para desnaturalizar o racismo ao destacar a agência dos indivíduos escravizados.
Alternativa D: A análise da diáspora africana a partir das rotas do tráfico transatlântico é fundamental para entender o contexto histórico e as consequências da escravidão. Esta abordagem permite uma visão ampla e crítica, essencial para desnaturalizar o racismo.
Em resumo, a alternativa "A" é a correta porque o uso de imagens de sevícia e exploração pode ser descontextualizado e contraproducente para a desnaturalização do racismo. As demais alternativas propõem formas de ensino que valorizam a história afro-brasileira e promovem uma compreensão crítica e inclusiva.
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