Para selar o pertencimento de Menotti ao clã dos modernos......

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No dia 9 de janeiro de 1921, um sortido grupo reuniu-se no salão de festas do badalado restaurante Trianon, no alto da aprazível avenida Paulista, para um banquete em homenagem a Menotti Del Picchia, que lançava uma edição do poema Máscaras.

Situado na área hoje ocupada pelo MASP, o Trianon era uma espécie de restaurante-pavilhão, com salão de chá e de festas. Inaugurado em 1916, tornara-se um dos centros da vida social paulistana, com seus bailes, concertos, aniversários, casamentos e banquetes.

Naquele domingo de verão, ilustres integrantes do mundo cultural e político foram prestigiar o escritor e redator político do Correio Paulistano, homem de amplo arco de amizades.

Mário de Andrade, que estava presente, escreveu sobre a festa na edição da Ilustração Brasileira. Impressionou-se com a diversidade dos convidados, um séquito de homens das finanças, poetas e escritores da velha e da jovem guarda.

Figurões revezaram-se na tribuna, até chegar a vez de Oswald de Andrade, que faria soar, nas palavras de Mário de Andrade, “o clarim dos futuristas" - aquela gente “do domínio da patologia", como gostavam de escrever “certos críticos passadistas, num afanoso rancor pelas auroras".

O tribuno foi logo avisando que não gostaria de confundir sua voz com o cantochão dos conservadores. Juntava- se à louvação a Menotti, mas “numa tecla de sonoridade diferente", em nome “de um grupo de orgulhosos cultores da extremada arte de nosso tempo". Para selar o pertencimento de Menotti ao clã dos modernos, a máscara de seu rosto, esculpida por Victor Brecheret, lhe era ofertada. Disse Oswald: “Examina a máscara que te trazemos em bronze. Produziu-a de ti a mão elucidadora de Victor Brecheret que, com Di Cavalcanti e Anita Malfatti, afirmou que a nossa terra contém uma das mais fortes, expressivas e orgulhosas gerações de criadores".

Não poderia faltar ao discurso a exaltação do dinamismo paulista, pano de fundo da inquietação dos novos artistas e escritores. Num mundo - dizia o orador futurista - em que o pensamento e a ação se deslocavam da Europa para os “países descobertos pela súplica das velas europeias", São Paulo surgia como uma espécie de terra prometida da modernidade. Com suas chaminés e seus bairros em veloz expansão, a cidade agitava as “profundas revoluções criadoras de imortalidades".

E, se a capital bandeirante podia promover aquela festa e nela ofertar uma “obra-prima" de Brecheret ao homenageado, isso significava que uma etapa do processo de arejamento das mentalidades já estava vencida.

Na avaliação de Mário da Silva Brito, o que se viu no Trianon foi o lançamento oficial do movimento modernista em território hostil - um “ataque de surpresa no campo do adversá- rio distraído". Ao que parece, entretanto, a distração do respeitável público foi mais funda - a ponto de poucos terem notado que as palavras ali proferidas representavam um “ataque". Oswald foi aplaudido por passadistas, futuristas e demais presentes. “Todos estavam satisfeitos porque se julgavam incorporados à 'meia dúzia' de que falara o audaz", ironizou Mário de Andrade.


(Adaptado de GONÇALVES, Marcos Augusto. 1922: A semana que não terminou. São Paulo, Cia. das Letras, 2012, formato ebook)






Para selar o pertencimento de Menotti ao clã dos modernos...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está em:
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"Para selar o pertencimento de Menotti ao clã dos modernos..." selar-> VTD  Pergunta-se ao verbo:  Selar o que?  Resp.:o pertencimento de Menotti (OD)


Das alternativas, apenas a c) traz o verbo que exige o mesmo complemento "...a nossa terra contém uma das mais fortes (...) gerações de criadores..."  Pergunta-se ao verbo:  Contém o que?  Resp.:uma das mais fortes (...) gerações de criadores(OD)


Pessoal, verbo Ironizar assume Intransitividade ou Transitividade direta dependendo do contexto, alguém pode explanar sobre esse assunto??

Concordo com você Micke Andrade eu costumo dizer que o verbo é uma caixinha de supresas bem fechada para ser destrinchada.

Na Assertiva C) "...a nossa terra contém uma das mais fortes (...) gerações de criadores..." a pergunta é simples quem contém o que? ou alguma coisa, exemplificando ele precisa de complemento é um Verbo Transitivo Direto, exigindo o mesmo complemento que o verbo "selar".

Escreva sVTD Pergunta-se ao verbo:  Selar o que? Resp.:o pertencimento de Menotti (OD)

letra c. Para selar o pertencimento de Menotti ao clã dos modernos...  
 O VERBO SELAR PEDE OBJETO DIRETO. 

a ... de que falara o audaz...  O AUDAZ FALARA ...  (intransitivo, não pede complemento)

b... o Trianon era uma espécie de restaurante-pavilhão... VERBO DE LIGAÇÃO (VERBO SER, o que vem depois é predicativo)

c ... a nossa terra contém uma das mais fortes (...) gerações de criadores... VERBO TRANSITIVO DIRETO

d ... ironizou Mário de Andrade. MARIO ANDRADE IRONIZOU (INTRANSITIVO)

e... até chegar a vez de Oswald de Andrade.. Verbo intransitivo 

Por quÊ a letra E está errada?

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