O processo de alfabetização muitas vezes esteve associado a ...

A alternativa correta é a letra B, que afirma que "não se trata de primeiro alfabetizar-se e depois aprender a ler o mundo; linguagem e realidade estão intimamente entrelaçadas." Esta perspectiva reflete a visão de autores como Paulo Freire, que considerava a alfabetização não apenas como o aprendizado mecânico da leitura e da escrita, mas como um processo de compreensão crítica do mundo em que a linguagem tem um papel central.

Na abordagem crítica da alfabetização, o indivíduo é visto como um ser ativo que decodifica não somente a palavra escrita, mas também o mundo ao seu redor. Isso significa que a alfabetização vai além da decodificação das letras e se estende para a capacidade de ler e compreender diferentes contextos sociais, culturais e políticos.

O processo de aprendizagem, sob essa perspectiva, é entendido como um ato de conhecimento que se conecta com a vida cotidiana e as experiências sociais do aluno. Desse modo, o ato de alfabetizar-se está vinculado ao desenvolvimento do pensamento crítico e da capacidade de interpretar e intervir na realidade.

Essa abordagem contrasta com as visões tradicionais de alfabetização, que muitas vezes se concentravam no método fônico de ensino, o qual prioriza a memorização do alfabeto e a construção de palavras e frases sem um contexto significativo para o aprendiz.

Ao justificar a alternativa B como correta, reconhecemos a relevância de uma alfabetização que valoriza o contexto do aluno e promove a sua capacidade de entender e atuar em sua realidade social. A alfabetização, portanto, deve estar atrelada a uma prática educativa que favorece a leitura crítica do mundo, tornando o aprendizado significativo e relevante para a vida do estudante.

Gab B

" E aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade."

O trecho acima foi extraído do prefácio escrito por Antônio Joaquim Severino para o livro A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER em três artigos que se completam, de Paulo Freire.

No mesmo livro, Freire diz: Desde muito pequenos aprendemos a entender o mundo que nos rodeia. Por isso, antes mesmo de aprender a ler e a escrever palavras e frases, já estamos "lendo”, bem ou mal, o mundo que nos cerca. Mas este conhecimento que ganhamos de nossa prática não basta. Precisamos de ir além dele. Precisamos de conhecer melhor as coisas que já conhecemos e conhecer outras que ainda não conhecemos.