Bleger (2011), ao se referir à entrevista psicológica, afirm...

A alternativa correta é a B - calar-se.

Vamos entender melhor o motivo:

Bleger (2011) aborda a entrevista psicológica enfatizando que o entrevistador deve ter cuidado ao interpretar as falas do entrevistado. Ele destaca que, em situações onde há uma compulsão para interpretar, ou seja, uma necessidade quase incontrolável de fornecer interpretações, o entrevistador deve, na verdade, evitar a interpretação e escolher calar-se. Isso permite que o entrevistado tenha mais espaço para expressar seus pensamentos e sentimentos sem a interferência prematura do entrevistador.

A seguir, vamos justificar a alternativa correta e explicar por que as demais estão incorretas:

B - calar-se

Esta é a alternativa correta porque reflete a orientação de Bleger sobre a importância de permitir que o entrevistado se manifeste. O silêncio do entrevistador pode ser uma ferramenta poderosa para incentivar a reflexão e a expressão do entrevistado, evitando a imposição de interpretações precipitadas que podem influenciar ou distorcer o relato do entrevistado.

A - ser diretivo

Esta alternativa está incorreta. Ser diretivo implica em guiar a entrevista de forma mais controlada, o que pode aumentar a compulsão de interpretar e limitar a espontaneidade do entrevistado.

C - interpretar

Interpretar mais ainda é exatamente o oposto do que Bleger recomenda. A compulsão para interpretar deve ser controlada para não influenciar negativamente o processo de entrevista.

D - pontuar

Pontuar pode significar destacar certas informações ou fazer comentários, o que poderia ser uma forma indireta de interpretação. Novamente, isso não atende à recomendação de Bleger de evitar a compulsão interpretativa.

E - assinalar

Assinalar também envolve fazer observações ou marcar pontos específicos, o que poderia interferir na livre expressão do entrevistado. A ideia é justamente evitar essa interferência.

Em resumo, a orientação de Bleger é que, diante da compulsão para interpretar, o profissional deve optar pelo silêncio, permitindo um espaço mais autêntico para o entrevistado.

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Gostaria de lembrar que Bleger, já em 1984, definiu o psicólogo institucional como “um agente de mudanças” (p.45). Essa afirmação pressupõe relacionamento, participação, comunicabilidade, aceitação e poder de influência. As mudanças devem acontecer, porém, em nós primeiramente.  Assim, as diretrizes que corresponderiam a uma ação de mudança seriam: • atuação interdisciplinar, orientação das ações profissionais na direção da saúde coletiva e o caráter educativo da assistência;  • inserção dos indivíduos, grupos e comunidades na promoção da saúde;  • a natureza da intervenção deixaria de ter uma perspectiva unidisciplinar para evoluir para uma perspectiva multidisciplinar, com ênfase em equipes multiprofissionais e interdisciplinares; • o enfoque poderia ser de natureza curativa ou preventiva numa perspectiva primária, secundária e terciária. 

Parafraseando Reik:

"O abuso da
interpretação", e a ter presentes pelo menos duas coisas:
toda interpretação fora de contexto e de timing é uma
agressão, e parte da formªção do psicólogo consiste, tam-
bém, em aprender a calar. E, como "regra de ouro" (se é
que elas existem), é tanto mais necessário calar-se quan-
to maior for a compulsão para interpretar.

A chamada REGRA DE OURO do Bleger no livro: TEMAS DA PSICOLOGIA -  ENTREVISTAS e GRUPOS.