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Transposição do Rio São Francisco
A transposição das águas do São Francisco é o maior projeto de infraestrutura desenvolvido pelo presidente Lula.
O Rio São Francisco, chamado carinhosamente de Velho Chico, possui aproximadamente 2.830 quilômetros de extensão. Sua nascente está localizada na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Seu curso natural inclui os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, atingindo sua foz no Oceano Atlântico. Porém, o projeto de transposição do São Francisco irá interferir no trajeto do rio, fato que tem gerado muitas discussões sobre a rentabilidade da obra.
O projeto de transposição das águas do São Francisco teve início em 2007, no governo do presidente Lula, e visa a construção de 720 mil metros de canais que irão transferir de 1% a 3% das águas do São Francisco para abastecer açudes e rios intermitentes (que desaparecem nos períodos de seca) dos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
A “faraônica” obra de engenharia tem dois eixos: um levará água de Cabrobó (PE) até o sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O outro eixo proporcionará água para o sertão e o agreste de Pernambuco e Paraíba, através de canais construídos nas águas em Petrolina, Pernambuco.
Os gastos durante a obra foram estimados em 7 bilhões de reais, e a sua conclusão foi prevista para 2015. Quando o projeto foi lançado, o governo afirmava que a transposição beneficiaria mais de 12 milhões de habitantes do semiárido nordestino, proporcionando água para suprir as necessidades humanas e impulsionar o desenvolvimento de atividades econômicas. No entanto, muitos pesquisadores, inclusive o renomado geógrafo Aziz Ab’Saber, afirmaram que essa obra não beneficiaria esse número de pessoas e que os pecuaristas seriam os principais privilegiados com a transposição do Velho Chico.
Ambientalistas afirmam que a melhor forma para minimizar a seca nas regiões do Nordeste brasileiro é a construção de poços para captação de água do lençol freático, além de reservatórios para coleta da água da chuva. Esses métodos são mais baratos, beneficiam diretamente a população e não agridem o Rio São Francisco, que já está bastante deteriorado em razão da intensificação das atividades econômicas nas suas margens.
Por Wagner de Cerqueira e Francisco,
graduado em Geografia.
Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/transposicao-rio-sao-francisco.htm
Acesso em: 05 nov. 2018. Adaptado