Tendo o texto acima como referência inicial, julgue (C ou E)...
A centralização do poder político, refletida na concentração do aparato burocrático do império português em Lisboa, deu origem à monopolização do comércio colonial pelos mercadores lisboetas.
O que daria "origem à monopolização do comércio colonial pelos mercadores lisboetas." seria o próprio pacto colonial reforçado pela criação de companhias comerciais monopolistas
O principal está em dizer que houve monopolização do comércio pelos mercadores lisboetas. Recorde-se a importância que houve dos holandeses no financiamento de máquinas e equipamentos nos anos após a restauração (1680). Pelo que eu entendi, reforçando que o comando da questão pede para usar o texto como referência inicial, na parte que diz “que por capitão dos de Viana do Castelo fosse João Pais, dos do Porto, Bento Dias Santiago e dos de Lisboa, Gonçalo Mendes d’Elvas, mercador”, pode-se perceber que havia outros mercadores além dos lisboetas. A afirmativa está errada, pois não há uma relação direta entre a centralização do poder político em Lisboa e a monopolização do comercio colonial por mercadores lisboetas.
1º Não se pode afirmar que existia um monopólio do comercio brasileiro por lisboetas, pois o Pacto Colonial era com Portugal (país) e não Lisboa (cidade), assim poderiam haver grandes mercadores de outras cidades portuguesas.
2º. Não há relação, necessária, entre controle político e mocopolização do comércio. Exemplo: após a Abertura dos Portos, em 1808, o comercio do Brasil com a Grã-Bretanha aumentou 4x, portanto, era enorme, não se podendo falar em havia monopólio lisboeta.
Gabarito: Errado
Se é verdade que, por um lado, a centralização do poder político se refletiu na estrutura burocrática do império português, por outro, a monopolização do comércio colonial relaciona-se não à presença de mercadores lisboetas, mas à fundação em 1649, da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil, ou, ainda, a criação, em 1682, da Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão. Essas políticas centralizadoras do comércio deram origem a conflitos nativistas, ou a revoltas antifscalistas, na expressão historiográfca contemporânea, sendo a Revolta dos Beckman, no Maranhão, em 1684, e a Revolta de Vila Rica, em 1720, os casos mais emblemáticos. No século XVII, sob o governo do Marquês de Pombal e sob o reinado de Dom José I, serão fundadas, na esteira dos esforços centralizadores, a Companhia Geral do Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral do Comércio de Pernambuco e Paraíba. Os mercadores lisboetas, denominados comissários, articulavam os grandes proprietários ao comércio exterior, sob vigilância das Companhias de Comércio;
Fonte: 7000 Questões Comentadas do CESPE
Para mim, o comentário mais assertivo foi do Pierre. É o seguinte: a monopolização do comércio não se dava por causa dos mercadores lisboetas, mas sim pela criação das Companhias de Comércio por Portugal. O comércio era complexo e nada retilíneo. Haviam comerciantes portugueses e pequenos comerciantes não portugueses na colônia portuguesa na América (mascates).Esses adquiriam produtos das Cia de Comércio e reditribuiam na colônia. Da mesma forma, todos os produtores de açucar vendiam o produto para as Cias de Comércio, e essas por sua vez, para o resto do mundo.
O Pacto Colonial era exercido pelas Cias de Comércio:
- Cia Geral de Comércio do Brasil - 1649 (séc. XVII)
- Cia de Comércio do Grão-Pará (Amazonas e Pará) - 1755 (séc. XVIII)
- Cia de Comércio do Maranhão / Pernambuco - 1755 (séc. XVIII)
Essas do séc. XVIII na época da Adm do Marquês de Pombal.
Errado
(...)A monopolização do comércio colonial relaciona-se não à presença de mercadores lisboetas, mas à fundação, em 1649, da Companhia Geral do Comércio do Brasil. (...)
Fonte: 1600 Questões Comentadas.
Adicionando:
1649 - Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil
1682 - Companhia Geral do Estado do Maranhão
1755 - Companhia Geral do Estado do Grão Pará e Maranhão
1756 - Companhia Geral do Comércio de Pernambuco e Maranhão
Não existia nenhum monopolio instituido
A resposta para essa pergunta está no Bóris Fausto, História do Brasil, p. 51-52 Edusp. em particular, na página 51 ele resume:"Os portugueses estiveram na vanguarda da expansão marítima, mas não tinham os meios de monopolizar seu comércio colonial."