Com a mudança da posição do pronome conforme indicado nos pa...

Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Q2114348 Português
Os saltos da natureza

    “Natura non facit saltus” (a natureza não dá pulos). A frase é do filósofo alemão Leibniz, mas quem a popularizou foi Charles Darwin, que a repete seis vezes em “A Origem das Espécies”. Não é para menos. A lição fundamental do darwinismo é que a evolução ocorre através de pequenas modificações que se acumulam na profundidade do tempo geológico. Todavia, quando se discute o lugar do homem no mundo biológico, esquecemos esse princípio e embarcamos em narrativas que nos colocam no ápice da criação.
      Esse suposto excepcionalismo humano fica escancarado na questão da consciência. Por muito tempo a descrevemos como atributo exclusivamente humano. Melhores e mais recentes pesquisas, entretanto, vão revelando que não é bem assim. Ainda que bichos não se mostrem capazes de perguntar pelo sentido da vida, há indícios de que boa parte do reino animal apresenta algum grau de consciência.
       O livro “Super Fly” (supermosca), de Jonathan Balcombe, estende esse esforço aos Diptera, ordem que inclui moscas, mosquitos, mutucas e borrachudos. O autor descreve vários experimentos sugestivos de que até as modestas moscas de fruta são capazes de comportamentos flexíveis e com intencionalidade – marcas da consciência. Parentes delas, três tipos de formiga passariam até no teste de se reconhecer no espelho, categoria em que está a elite intelectual da bicharada, representada por humanos, chimpanzés, golfinhos e mais poucas espécies.
      As repercussões desses achados para a ética não são desprezíveis. Fica mais difícil encontrar limites naturais para definir quais animais devem ser objeto de nossa consideração moral e quais não precisam. Qualquer decisão aí soará caprichosamente arbitrária.
       Os Diptera saem em desvantagem. Eles não despertam muita solidariedade humana. Não sem motivos. Metade de todos os diagnósticos clínicos de doenças feitos no mundo tem insetos como agente causador, a maior parte mosquitos.

(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br. 09.07.2022. Adaptado)
Com a mudança da posição do pronome conforme indicado nos parênteses, a frase permanece de acordo com a norma-padrão de colocação pronominal em:
Alternativas

Comentários

Veja os comentários dos nossos alunos

Gabarito: E

GABARITO: E

a) ... a evolução ocorre através de pequenas modificações que se acumulam. (acumulam-se) → Errado. Não poderíamos reescrever o que está entre os parênteses, pois pronomes relativos (que, cujo, quem...) puxam o pronome e provocam a próclise.

  • (VUNESP/Pref. Pres. Prudente/2022) O trecho entre aspas expressa, nos colchetes, construção de acordo com a norma-padrão de colocação pronominal: "o que eu temo, o que representa meu desejo e QUE atrai meu desejo." [ atrai-o] → Errado. O correto é [O atrai].

 

b) ... quando se discute o lugar do homem no mundo biológico... (discute-se) → Errado. Temos uma conjunção subordinativa temporal (quando). Quando elas aparecerem, empregaremos a próclise. Quando temos conjunções coordenativas, podemos optar (próclise ou ênclise), assim:

  1. "Quando me ligou, pude ouvir como sua voz estava diferente" → Conjunção subordinativa temporal, logo empregamos a próclise.
  2. "Ele me ligou e me pediu o número do restaurante" → Conjunção coordenativa aditiva. Aqui, podemos optar pela próclise ou pela ênclise (e pediu-me o número...).

Para finalizar: conjunções coordenativas (ECAAA Explicativas, Conclusivas, Aditivas, Alternativas e Adversativas). O que não está aqui é subordinativa.

 

c) ... embarcamos em narrativas que nos colocam no ápice da criação. (colocam-nos) → Errado. Mesmo caso da A: pronomes relativos provocam a próclise, logo não poderíamos reescrever o que consta dos parênteses

 

d) Ainda que bichos não se mostrem capazes de perguntar... (mostrem-se) → Errado. Palavras negativas (não, nunca, jamais...) puxam o pronome e provocam a próclise. Aqui, também não é possível reescrever a estrutura.

  • (VUNESP/PM-SP/2022) Excluíram a edição de fevereiro, pois não apresentaram-se provas que comprometessem a eficácia das vacinas. → Errado.

  

e) Parentes delas, três tipos de formiga passariam até no teste de se reconhecer no espelho. (reconhecer-se) → Correto. Podemos escrever tanto "até no teste de se reconhecer no espelho" como "até no teste de reconhecer-se no espelho", pois o verbo está no infinitivo (finais ar, er, ir: reconhecer). Quando há verbos no infinitivo, podemos optar pela próclise ou pela ênclise, mesmo que haja palavra atrativa.

  • Dica dos colegas do Qc: o infinitivo é bi. Aceita na frente (próclise) e atrás (ênclise).

➥ Pestana: "um dos casos facultativos de colocação pronominal é quando há infinitivo não flexionado precedido de “palavras atrativas” ou das preposições “para, em, por, sem, de, até, a”;

  • Meu desejo era não o incomodar. / Meu desejo era não incomodá-lo;
  • Calei-me para não contrariá-lo. / Calei-me para não o contrariar;
  • Corri para o defender. / Corri para defendê-lo.

 

Espero ter ajudado.

Bons estudos! :)

Em geral, após infinitivo estará sempre certo o uso do pronome oblíquo átono, mesmo aparecendo palavra atrativa antes do verbo. Ex: Para me enviar as mercadorias ou Para enviar-me as mercadorias.

gab. E

Conhecimento é patrimônio!

Preposição não faz próclise

➦ verbos no infinitivo aceitam a colocação pronominal antes ou depois.

➦ verbos no particípio (ado/ido) em hipótese alguma aceitam colocação pronominal posterior ao verbo

Clique para visualizar este comentário

Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo