Texto 1: As medidas que compõem a reforma da previdência, e...

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Q2007169 Ciência Política
Texto 1: As medidas que compõem a reforma da previdência, enviadas pelo governo Fernando Henrique ao Congresso Nacional, não visam a introduzir alterações significativas no formato do sistema previdenciário brasileiro. Tendo como motivação básica a necessidade de estancar o crescimento do déficit da previdência e de garantir seu futuro equilíbrio financeiro e atuarial, a reforma compreende dois tipos de medidas: o estreitamento do vínculo entre benefícios e contribuição e o corte de benefícios a grupos específicos, especialmente funcionários públicos, cujos custos são arcados por todo o sistema. O efeito dos custos eleitorais das medidas sobre a estratégia do Executivo se revela no conteúdo do projeto original enviado ao Congresso, que propõe muito menos do que o governo diz achar necessário realizar. Não porque o Executivo tenha previsto reações contrárias e dificuldades de apoio parlamentar, como normalmente se afirma, mas por não ser de seu interesse assumir a responsabilidade integral por um projeto mais ambicioso. Além disso, ao enviar, simultaneamente e logo no início de seu mandato, as reformas constitucionais, o presidente parece ter adotado a estratégia de se beneficiar de sua ampla vitória eleitoral e da apresentação de um “pacote” que poderia facilitar a sua aprovação. O governo Fernando Henrique Cardoso adotou o padrão dominante de formação ministerial e apoio partidário que caracterizou o presidencialismo na recente história da democracia brasileira (1945-64 e 1985-94): aliança eleitoral contígua ideologicamente — centro-direita, no caso — e formação de um governo de coalizão majoritária.196 Tendo alcançado o poder por meio de uma vitória eleitoral fortemente apoiada nos resultados do plano de estabilização implementado pelo presidente eleito quando este era ainda ministro da Fazenda do governo anterior, o novo governo optou por atacar de frente os obstáculos institucionais à manutenção da estabilidade  econômica e à inserção do país no novo contexto econômico internacional. (...).
Texto 2: A previdência social no Brasil integra a Seguridade Social. Segundo a Constituição de 1988, a Previdência Social, a Saúde e a Assistência Social compõem, juntas, a Seguridade Social. A Seguridade Social é de responsabilidade do Governo e de todos os cidadãos, e suas fontes de financiamento são três: 1) contribuição dos trabalhadores formal, autônomos, produtores rurais; 2) contribuição das empresas sobre a folha de pagamento, lucro, faturamento; 3) do governo, através das receitas provenientes da importação de mercadorias, receitas das loterias e outras. Logo, a previdência não é financiada somente pela “folha de pagamento”, mas por todas as receitas que integram a Seguridade Social. Isso é importante saber porque, há muitos anos, governos falam da necessidade da reforma da previdência, pois seria deficitária. Neste ano de 2017, tramita uma proposta que fere gravemente o direito conquistado através de muita luta, pois segundo o governo se não cortar os gastos não serão possíveis pagar os benefícios no futuro. No entanto, isso é falso, pois como mostram os relatórios da ANFIP, a previdência não é deficitária, mas superavitária. O problema está nos vários desvios e empréstimos (Transamazônica, Itaipu, construção de Brasília) que nunca retornaram aos caixas da previdência; dívida de grandes empresas; e o uso, por parte do governo, em outras funções dos recursos que seriam exclusivos da previdência.
Os dois textos acima discutem a Reforma da Previdência no Brasil em duas épocas distintas: o Governo de Fernando Henrique Cardoso e no Governo Temer. No caso da previdência social, um dos textos propõe questões relevantes para animar o debate sobre seu papel na justiça distributiva e direito social, além de desmistificar argumentos usualmente utilizados sobre a necessidade de uma reforma previdenciária. Identifique a alternativa CORRETA que comtempla um dos argumentos mais utilizados pelo governo Temer para justificar a Reforma Previdenciária no Brasil:
Alternativas

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Alternativa correta: A - A tese da insustentabilidade fiscal do sistema de benefícios previdenciários.

A questão aborda a Reforma da Previdência em duas épocas distintas: o governo de Fernando Henrique Cardoso e o governo Temer. Para responder corretamente, é necessário compreender o contexto das reformas previdenciárias no Brasil e os argumentos empregados pelos governos para justificar essas reformas.

Vamos analisar as alternativas:

Alternativa A: A tese da insustentabilidade fiscal do sistema de benefícios previdenciários.

Essa é a alternativa correta. Durante o governo Temer, um dos principais argumentos utilizados para justificar a Reforma da Previdência foi justamente a tese de que o sistema previdenciário era insustentável fiscalmente. O governo alegava que, sem cortes e ajustes, não seria possível pagar os benefícios no futuro, devido ao déficit crescente da Previdência Social.

Alternativa B: A tese da sustentabilidade fiscal do sistema de benefícios previdenciários.

Essa alternativa está incorreta. O governo Temer não argumentou que o sistema previdenciário era sustentável. Pelo contrário, a tese defendida era de que havia um risco de insustentabilidade fiscal, justificando a necessidade de reformas.

Alternativa C: As reformas constitucionais aprovadas possibilitariam beneficiar a população através de um “pacote” que garantisse a manutenção da estabilidade econômica.

Essa alternativa está equivocada. Embora o texto 1 mencione que o governo Fernando Henrique Cardoso utilizou a estratégia de enviar um “pacote” de reformas, a questão pede especificamente um argumento utilizado pelo governo Temer. Portanto, essa alternativa não se aplica ao contexto solicitado.

Alternativa D: A Previdência Social e a Assistência Social são financiadas apenas pela folha de pagamento.

Essa alternativa também está errada. Segundo o texto 2, a Previdência Social no Brasil é financiada por múltiplas fontes, incluindo contribuições de trabalhadores e empresas, além de recursos do governo provenientes de diversas receitas. Portanto, afirmar que é financiada apenas pela folha de pagamento é incorreto.

Para resolver essa questão, é fundamental ter conhecimento sobre as políticas públicas de previdência social e os argumentos utilizados pelos governos brasileiros em diferentes períodos para justificar reformas previdenciárias. A compreensão dos textos fornecidos e a capacidade de identificar as justificativas específicas são habilidades essenciais para obter sucesso em questões desse tipo.

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Comentários

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Identifique a alternativa CORRETA que contempla um dos argumentos mais utilizados pelo governo Temer (texto 2) para justificar a Reforma Previdenciária no Brasil:

A) A tese da insustentabilidade fiscal do sistema de benefícios previdenciários. Se esta está certa, a B está errada. Vejamos: "se não cortar os gastos não serão possíveis pagar os benefícios no futuro".

B) A tese da sustentabilidade fiscal do sistema de benefícios previdenciários. Se esta está certa, a A está errada.

C) As reformas constitucionais aprovadas possibilitariam beneficiar a população através de um “pacote” que garantisse a manutenção da estabilidade econômica. Não se fala de pacote algum no texto.

D) A Previdência Social e a Assistência Social são financiadas apenas pela folha de pagamento. Previdência Social, a Saúde e a Assistência Social compõem, juntas, a Seguridade Social. Pegadinha da banca: "a previdência não é financiada somente pela “folha de pagamento”, mas por todas as receitas que integram a Seguridade Social."

Avisem-me qualquer erro.

Não desista, este é o seu calvário! "Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-Me." São Lucas IX

Passo.

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