Leia o caso a seguir.Enquanto caminhava pela vizinhança, um ...
Enquanto caminhava pela vizinhança, um jovem presencia o momento em que, ao escapar da casa de um vizinho, um cão bravo se coloca na iminência de atacar uma criança. De imediato, no intuito de conter o cachorro e proteger a criança, valendo-se de uma barra de ferro encontrada no local, ele desfere violento golpe contra a cabeça do animal, resultando em sua morte.
Nesse caso, o jovem agiu amparado por:
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GAB: A
Ataque não provocado - Configura perigo atual, se caracterizando como estado de necessidade.
Obs: Se for possível fugir do ataque, a pessoa atacada deve preferir a fuga.
Ataque provocado pelo dono do animal - Configura agressão injusta, se caracterizando como legítima defesa.
Obs: Mesmo que possível a fuga, a pessoa atacada pode reagir.
ALFA
GABARITO: A.
_______________
No caso descrito, o jovem agiu em estado de necessidade, conforme previsto no Art. 23, inciso I do Código Penal . Vamos analisar os elementos do estado de necessidade e como eles se aplicam a essa situação:
Conceito e Elementos do Estado de Necessidade:
O estado de necessidade configura uma causa de exclusão da ilicitude, prevista no Art. 23, inciso I do CP. Ele se caracteriza por uma situação em que alguém pratica uma conduta típica e antijurídica, mas o faz movido pela necessidade de evitar um mal maior.
Elementos do estado de necessidade:
- Perigo real e iminente: Deve existir um perigo real e iminente à vida, à saúde, à liberdade ou a outro bem jurídico de alguém.
- Ausência de outro meio: Não deve haver outro meio menos danoso para evitar o perigo.
- Proporcionalidade entre o mal causado e o mal evitado: O mal causado pela conduta do agente deve ser menor que o mal que se busca evitar.
- Subjetividade: A ação deve ser praticada com a convicção de estar em estado de necessidade.
Análise do caso do jovem:
- Perigo real e iminente: O cão bravo representava um perigo real e iminente à vida da criança.
- Ausência de outro meio: O jovem, em um momento de urgência, não tinha outro meio menos danoso para conter o cão e proteger a criança.
- Proporcionalidade: A morte do cão, embora lamentável, foi necessária para evitar um mal maior, a morte ou lesão grave da criança.
- Subjetividade: O jovem agiu com a convicção de que sua ação era necessária para salvar a criança.
Configuração do estado de necessidade:
Com base nos elementos do estado de necessidade e na análise do caso, podemos concluir que o jovem agiu em estado de necessidade. Ele se viu em uma situação extrema, onde a vida da criança estava em risco iminente e não havia outro meio menos danoso para protegê-la.
Observações:
- O estado de necessidade é uma causa de exclusão da ilicitude, o que significa que a conduta do agente não é considerada crime.
- A caracterização do estado de necessidade depende da análise das circunstâncias específicas de cada caso.
- É importante ressaltar que o estado de necessidade não pode ser utilizado como justificativa para qualquer tipo de conduta.
Diferenças entre estado de necessidade e legítima defesa:
- Estado de necessidade: Visa evitar um mal maior, sacrificando um bem jurídico de menor importância.
- Legítima defesa: Visa repelir uma agressão injusta atual ou iminente, protegendo um bem jurídico.
O estado de necessidade ocorre em uma situação de perigo atual, mas que não necessariamente é causada por uma conduta humana. Já a legítima defesa sempre é causada por uma conduta humana, pois se trata de uma agressão, que pode ser atual ou iminente.
O Estado de necessidade, decorre de um fato não provocado por meio de um agente, portanto, a alternativa correta é letra A
GAB A
Q490871- Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase
Carlos e seu filho de dez anos caminhavam por uma rua com pouco movimento e bastante escura, já de madrugada, quando são surpreendidos com a vinda de um cão pitbull na direção deles. Quando o animal iniciou o ataque contra a criança, Carlos, que estava armado e tinha autorização para assim se encontrar, efetuou um disparo na direção do cão, que não foi atingido, ricocheteando a bala em uma pedra e acabando por atingir o dono do animal, Leandro, que chegava correndo em sua busca, pois notou que ele fugira clandestinamente da casa. A vítima atingida veio a falecer, ficando constatado que Carlos não teria outro modo de agir para evitar o ataque do cão contra o seu filho, não sendo sua conduta tachada de descuidada.
( X ) Carlos atuou em estado de necessidade e não deve responder pela morte de Leandro.
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