Na segunda metade do século passado, países da América Latin...
Na segunda metade do século passado, países da América Latina vivenciaram diferentes regimes políticos e situações de ameaça à ordem constitucional. Com referência a essa realidade, julgue (C ou E) o item subsequente.
Os movimentos mais atuantes da guerrilha urbana contrária
à ditadura militar instalada em 1966 na Argentina eram o
Exército Revolucionário do Povo, de ideologia trotskista, e os
montoneros, adeptos do peronismo.
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O item em análise aborda a temática dos movimentos guerrilheiros atuantes na Argentina durante o período da ditadura militar que se instaurou em 1966. Neste contexto, são mencionados dois grupos significativos: o Exército Revolucionário do Povo, que tinha uma orientação trotskista, e os montoneros, que eram adeptos do peronismo.
É importante destacar que o Exército Revolucionário do Povo, também conhecido pela sigla ERP, efetivamente seguia a ideologia trotskista, o que faz com que a afirmativa do item seja considerada verdadeira. Por outro lado, os montoneros eram uma organização guerrilheira peronista que lutou contra a ditadura militar na Argentina, reivindicando o retorno dos ideais de Juan Domingo Perón.
Portanto, ao considerarmos a veracidade das informações apresentadas sobre os movimentos guerrilheiros e suas respectivas ideologias, a resposta correta para o item é Certo, confirmando que a assertiva está de acordo com os fatos históricos pertinentes ao período mencionado.
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A Guerra Suja na Argentina ou Guerra Suja (em espanhol: Guerra Sucia) (1976-1983) foi o regime adotado em meio a ditadura militar argentina, caracterizado pela violência indiscriminada, perseguições, tortura etc.
Vítimas da violência incluiram vários milhares de ativistas de esquerda, incluindo sindicalistas, estudantes, jornalistas, marxistas e guerrilheiros peronistas e simpatizantes. Cerca de 10 mil desaparecidos sob a forma dos Montoneros, guerrilheiros do Exército Revolucionário do Povo (ERP) foram mortos. As estimativas para o número de pessoas que foram mortas ou "desapareceram" variam de 9.000 a 30.000.
ERP: Grupo guerrilheiro argentino, influenciado por Trotsky e Che Guevara, e braço armado do antigo PRT (Partido Revolucionário dos Trabalhadores). Foi fundado em 1969 por Roberto M. Santucho. Durante a ditadura na Argentina seu foco de Tucumán foi aniquilado pelo exército, o movimento foi derrotado em julho de 1976, e Santucho (seu dirigente máximo) foi assassinado pela polícia.
Montoneros foi uma organização político-militar argentina e guerrilha urbana. Seus objetivos foram a desestabilização da ditadura militar governante, a autodenominada Revolución Argentina ("Revolução Argentina") (Onganía, Levingston, Lanusse / 1966 - 1973); o retorno ao poder do Juan Domingo Perón, ea realização de eleições democráticas.[1]Foi eficaz entre 1970 e 1979 (sendo que seu período de máximo poder se estendeu até 1976).
TEC
Ao longo do século XX, a Argentina passou por seis governos militares, sendo cinco deles constituídos a partir de claríssimas rupturas institucionais. Em 1966, a democracia argentina mergulhava num novo período de travamento catastrófico, uma vez que o governo de Arturo Illia fora eleito em 1963 em meio a grandes fraturas políticas e severas contestações. Com um capital político extremamente rarefeito, Illia se viu cercado enquanto seu governo não conseguia desenvolver qualquer agenda mais assertiva, ao passo que as forças excluídas em 1963 se rearranjavam contra o poder central.
Em junho de 1966, os sindicatos peronistas de direita estrangularam o país numa greve geral, contaminando toda organização sindical e criando o ambiente para o golpe militar. Deposto Illia, subiu ao poder o general Juan Carlos Onganía, apoiado por sindicalistas, lideranças políticas, empresariado e imprensa. No entanto, o novo governo se converteria numa forma muito autoritária e reacionária, que se voltou contra muitos sindicalistas e estudantes.
As intervenções generalizadas em universidades e a instituição da censura, em meio a uma crise generalizada da economia, criaram o caldo de cultura para a reação popular. Em 1969, protestos político-estudantis rebentaram em Córdoba, mobilizando grande parte da classe média. Na esteira dos protestos - que ficaram conhecidos como Cordobazo -, tanto o governo ampliou a repressão quanto os trabalhadores aderiram à oposição, conflagrando uma grande tensão, da qual emergiram grupos extremistas para a o enfrentamento armado. Em junho de 1969, os Montoneros, grupo guerrilheiro peronista de esquerda, assassinaram Augusto Vandor, líder sindical que se mantinha fiel ao governo Onganía.
Liderado por Mario Roberto Santucho, o Exército Revolucionário do Povo se organizou também na esteira do Cordobazo e entrou em atividade guerrilheira em 1970 com uma grande inspiração marxista e com algumas facções trotskista. Apesar de ter tido seu caldo de cultura entre a repressão autoritária e a crise econômica, o ERP se manteve em atividade até mesmo durante o breve interregno democrático argentino (1973-1976) daquela década, e só seria debelado pela ditadura de 1976, já sob o governo do general Videla. Assim, ainda que com alguma imprecisão, item CORRETO.
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