Quanto às regras de concordância da norma-padrão da língua,...
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Ano: 2019
Banca:
VUNESP
Órgão:
Câmara de São Roque - SP
Prova:
VUNESP - 2019 - Câmara de São Roque - SP - Oficial Legislativo |
Q1132659
Português
Texto associado
Leia o texto para responder à questão.
Ao longo dos séculos, filósofos e artistas sempre elaboraram definições do belo; graças a esses testemunhos, é possível, portanto, reconstruir uma história das ideias estéticas
através dos tempos. Já com o feio, foi diferente. Na maioria
das vezes, o feio era definido em oposição ao belo e quase
não se encontram tratados mais extensos consagrados ao
tema, mas apenas menções parentéticas e marginais. Portanto, se uma história da beleza pode contar com uma ampla
série de testemunhos teóricos (dos quais se poderá deduzir o
gosto de uma determinada época), uma história da feiura terá
de buscar seus próprios documentos nas representações visuais ou verbais de coisas ou pessoas percebidas de alguma
forma como “feias”.
No entanto, a história da feiura tem algumas características em comum com a história da beleza. Antes de mais nada,
a ideia de que os gostos das pessoas comuns correspondiam
de alguma maneira aos gostos dos artistas de seu tempo não
passa de uma suposição. Se um viajante vindo do espaço entrasse em uma galeria de arte contemporânea, visse os rostos
femininos pintados por Picasso e ouvisse que os visitantes
os consideram “belos”, poderia ter a impressão equivocada
de que, na realidade cotidiana, os homens do nosso tempo
consideram belas e desejáveis as criaturas femininas cujos
rostos são semelhantes àqueles representados pelo pintor.
Contudo, o viajante espacial poderia corrigir sua opinião se
visitasse um desfile de moda ou um concurso de Miss Universo, nos quais veria celebrados outros modelos de beleza.
Para nós, no entanto, isso não é possível: ao visitar épocas
já distantes, não podemos fazer verificações desse tipo nem
em relação ao belo, nem em relação ao feio, pois dispomos
apenas dos testemunhos artísticos daqueles períodos.
(Umberto Eco (org.). História da feiura.
Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, Record, 2007)
Quanto às regras de concordância da norma-padrão da
língua, em “... não podemos fazer verificações desse
tipo nem em relação ao belo, nem em relação ao feio,
pois dispomos apenas dos testemunhos artísticos daqueles períodos.” (2o
parágrafo), os trechos destacados
estão correta e respectivamente substituídos por: