Dolto (2011) discute a problemática do divórcio sobre a ó...
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A alternativa correta da questão é a C: "não mais se reconhece, nem mesmo em seu corpo".
Vamos entender o contexto e por que essa alternativa é a correta.
Françoise Dolto, uma psicanalista renomada, aborda em suas obras os efeitos do divórcio na estrutura familiar, especificamente no desenvolvimento das crianças. Segundo Dolto, a ruptura do ambiente familiar causa uma série de dissociações na criança. Isso porque a estabilidade emocional e a identidade da criança estão profundamente ligadas à presença física e emocional dos pais.
Quando essa estrutura se quebra, o mundo da criança se desorganiza, e ela passa a vivenciar um sentimento de desorientação que pode afetar até a sua percepção corporal e identidade. A criança pode sentir que não se reconhece mais, tanto psicologicamente quanto fisicamente, devido à falta das referências que antes lhe eram fornecidas pelo ambiente familiar estável.
Agora, vamos analisar as alternativas incorretas:
A: "faz a mediação da separação com maior facilidade." - Essa alternativa sugere que a criança tem facilidade em lidar com a separação, o que contraria a visão de Dolto. Para Dolto, a separação é um evento traumático que desestrutura o mundo interno da criança.
B: "não confiará no analista e nos pais." - Embora a perda de confiança possa ser um efeito do divórcio, Dolto enfoca mais a questão da identidade e do reconhecimento. A desconfiança pode acontecer, mas não é o ponto central abordado por Dolto.
D: "entende que suas vontades são desconhecidas por todos." - Novamente, essa alternativa está fora do foco principal de Dolto, que é a questão da desorientação da identidade e do reconhecimento corporal. A percepção de que suas vontades são desconhecidas é um problema diferente, mais relacionado à comunicação e à validação emocional.
E: "elabora a separação, pois não compreende o que ocorreu." - Essa alternativa sugere que a criança elabora o evento porque não o compreende. Dolto argumenta que a criança é afetada de maneiras profundas e sente as mudanças estruturalmente, não que ela elabora por falta de compreensão.
Portanto, a alternativa que mais se alinha com o pensamento de Françoise Dolto e sua abordagem psicanalítica sobre o impacto do divórcio nas crianças é a C.
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"Quando os pais se separam, caso o espaço já não seja o mesmo, a criança não mais se reconhece nem mesmo em seu corpo, ou seja, em seus referenciais espaciais e temporais, já que uns dependem dos outros"
FONTE: http://www.gpal.com.br/wp-content/uploads/2015/03/topica_n7_a_crianca_frente_separa%C3%A7%C3%A3o.pdf -
A CRIANÇA FRENTE À SEPARAÇÃO DOS PAIS - Lenilda Estanislau Soares de Almeida
Segundo Dolto (2003), "o continuum na criança são seu corpo e sua afetividade. Seu corpo construiu-se num determinado espaço, com os pais que estavam presentes. Quando os pais vão embora, caso o espaço já não seja o mesmo, a criança não mais se reconhece nem mesmo em seu corpo, ou seja, em seus referenciais espaciais e temporais, já que uns dependem dos outros. Se, ao contrário, quando o casal de desfaz, a criança pode permanecer no espaço em que os pais tinham sido unidos, há uma mediação e o trabalho do divórcio é feito de maneira muito melhor para ela" (p. 21).
Fonte: "A separação dos pais e o inconsciente da criança", de Françoise Dolto
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Gabarito: C
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