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Q535353 Português
    "O ar da cidade liberta", diz um provérbio alemão do fim da Idade Média. Depois, no início do século 20, pensadores como Georg Simmel e Walter Benjamin mostraram como a grande cidade, lugar da massa, é, paradoxalmente, o lugar da individualidade. Pois, no contexto de comunidades pequenas, a liberdade individual está sempre tolhida pelo olhar e julgamento do vizinho. Já na cidade, ao contrário, o sujeito é anônimo na multidão, por isso está livre para ser ele mesmo, isto é, ser outro, aquilo que não se esperaria dele.

   Toda a graça da cidade, assim, repousa no fato de que ela existe para dar espaço à individualidade, não ao individualismo. Lugar da coletividade, ela se funda sobre as noções de comum e de público. Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos. A boa convivência com esses outros depende da aceitação da diferença como algo estruturante. Aqui está o ponto crucial. A aceitação radical da diferença supõe a empatia, mas não a simpatia nem a recusa. É o que Richard Sennett, em "Juntos", define como conversa dialógica. Uma conversa que não supõe concordância total, mas uma gestão orquestrada de conflitos. 

   Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito, não a falsa harmonia. Igualmente, o temor da violência urbana, pretensamente protegido atrás de muros e cercas elétricas, aparentemente não enxerga o quanto acaba sendo, ele mesmo, produtor de violência, pois a cidade não pode ser segura apenas para alguns. Sua lição histórica é a de que a defesa do interesse individual não deve ser antagônica a uma visão solidária da coletividade. 

(Adaptado de: WISNIK, Guilherme. Disponível em: http://www1. folha.uol.com.br/ilustrada/


Considerando a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, afirma-se corretamente:
Alternativas

Gabarito comentado

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Olá, aluno! Vamos entender juntos a questão e descobrir por que a alternativa correta é a D.

Alternativa correta: D

No segmento “Uma conversa que não supõe concordância total”, o elemento sublinhado "que" introduz uma restrição ao termo imediatamente anterior, ou seja, à "conversa". Este pronome relativo "que" está restritivamente definindo o tipo de conversa, especificando que é uma conversa que não exige concordância completa.

Agora, vamos às alternativas incorretas:

A - O sinal indicativo de crase não é facultativo aqui. A expressão correta seria “antagônica à uma visão solidária”. A crase é obrigatória porque temos a preposição "a" exigida pelo adjetivo "antagônica" e o artigo definido feminino "a" antes do substantivo "visão". Como a palavra "uma" não aceita artigo definido, não há crase.

B - A inserção da vírgula após "multidão" em “Na cidade, vivemos com uma multidão que não escolhemos” prejudicaria o sentido original. A vírgula antes da oração relativa "que não escolhemos" quebraria a continuidade da ideia, pois essa oração é restritiva e essencial ao sentido da frase.

C - A substituição de “por isso” por “conquanto” mudaria completamente o sentido da frase. "Por isso" indica causa e consequência, enquanto "conquanto" (que significa "embora") indica concessão, o que não se aplica ao contexto da frase original.

E - O elemento sublinhado “Daí” que em “Daí que o atributo essencial de um espaço público vivo seja o conflito” não pode ser substituído por "então". "Daí que" indica uma conclusão decorrente de uma ideia anterior, enquanto "então" tem um sentido mais amplo e não específico de conclusão lógica.

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Comentários

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a) proibida crase em artigo indefinido 

b) a virgula modificaria o sentido termos entre virgulas restringem, daria a entender que todas as cidades vivemos com uma multidão

c) conclusiva: assim, logo, pois, portanto, por isso, por conseguinte   CONcessiva: embora, CONquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de que
d) GAB
 e) acredito que o termo "então" daria uma ideia de conclusão e não continuidade

criei um poema para fixar as CONCESSIVAS QUE A FCC AMA!!!!

"EMBORA eu te ame, CONQUANTO que não me deixe, SE BEM QUE, MESMO QUE, irei te amar, apesar dos pesares" 
ESPERO TER AJUDADO!!!

"Quanto mais você sua nos treinamentos menos sangra do campo da batalha"

valeu Leonardo Santana

Apenas uma pequena retificação ao comentário do Leonardo: os termos entre vírgulas não restringem, mas sim explicam.

Ex.: Os jogadores, que são excelentes, terão dois meses de férias. (aqui se informa que os jogadores terão dois meses de férias e, adicionalmente, explica-se que eles – todos, sem restrição – são excelentes: oração explicativa)


Ex. 2: Os jogadores que são excelentes terão dois meses de férias. (aqui se informa que nem todos os jogadores são excelentes e que somente os que são excelentes terão direito a essas férias: oração restritiva)


Boa sorte pessoal!!

conquanto: é conjunção concessiva e ao ser empregado deverá vir um verbo proposto a ele.

por isso: é uma conjunção que dá ideia de consequência


Letra D é a correta

que não supõe concordância total. É uma oração subordinada adjetiva restritiva

Conjunções que você não escuta, não lê e não usa: contanto, conquanto, porquanto. Mas, a FCC cobra e cobrou várias vezes em concursos, trazendo muitos prejuízos para os candidatos!

Contanto: se, caso, desde que (condicional) = Só vai sair, contanto que faça o exercício.Porquanto: na medida em que (causal).Conquanto (oposição): embora (concessão) = Vou à praia, conquanto esteja chovendo.Bons estudos!

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