José, 35 anos, casado, teve o falecimento de seu filho de 2...

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Q3036210 Psiquiatria
José, 35 anos, casado, teve o falecimento de seu filho de 2 anos há cerca de 6 meses e refere que, desde então, apresenta uma tristeza intensa, choro todos os dias e fica só pensando na criança. Revela desesperança, dificuldade de concentração e dificuldade de dormir, fala que fica no quarto do filho tentando ainda sentir o cheiro dele. Ele nega histórico de ideação suicida ou tentativas anteriores, mas revela que, desde que aconteceu o fato, tem pensamentos recorrentes de que "a vida não tem sentido". Refere que por vezes tem faltado ao trabalho e algumas vezes se sente tão cansado por não dormir bem à noite , o que está prejudicando seu desempenho no trabalho. Deixou de frequentar a roda de amigos que têm filhos da mesma idade porque sempre se lembra do filho nestas circunstâncias. Não tem feito mais sexo com sua esposa por medo de que ela engravide e possa acontecer o mesmo com um futuro filho. Os exames físicos e laboratoriais não revelam anormalidades significativas que justifiquem os sintomas apresentados. O paciente não possui histórico de condições médicas ou uso de substâncias que possam contribuir para o quadro. Não possui histórico prévio de quaisquer outras condições psiquiátricas. 

Considerando-se o quadro clínico apresentado, qual características justifica o diagnóstico de transtorno depressivo maior em oposição ao luto normal, segundo o DSM-5?
Alternativas

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Para resolver esta questão, é essencial compreender a diferença entre um transtorno depressivo maior e um luto normal, conforme definido pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). A questão desafia o aluno a identificar características que distinguem um transtorno depressivo de uma resposta normal ao luto.

Alternativa Correta: A - Incapacidade de sentir prazer em diversas situações de vida há mais de 15 dias.

A incapacidade de sentir prazer, também conhecida como anedonia, é um sintoma chave do transtorno depressivo maior. No contexto do luto, essa incapacidade se estende por um período significativo (mais de 15 dias), afetando de forma persistente a capacidade de sentir prazer em atividades que antes eram consideradas prazerosas. Isso vai além da resposta típica de tristeza profunda associada ao luto normal, que pode ter momentos de alívio ou prazer.

Analisando as Alternativas Incorretas:

B - Preocupação excessiva com a pessoa falecida. Esta característica pode ser comum tanto no luto normal quanto no transtorno depressivo. Durante o luto, é natural haver uma preocupação intensa e constante com a pessoa que faleceu, sem que isso necessariamente caracterize um transtorno depressivo maior.

C - Presença de humor elevado em alguns momentos. Este não é um sintoma associado ao transtorno depressivo maior. Um humor elevado poderia indicar características de outro tipo de transtorno de humor, como o transtorno bipolar, mas não de depressão maior.

D - Resposta emocional limitada à perda. No caso do luto, as emoções frequentemente são intensas e flutuantes. Uma resposta emocional limitada não é típica de transtorno depressivo maior ou de luto normal, mas pode indicar outra condição, como distúrbios de afeto ou reação emocional embotada.

Compreender as nuances entre o luto e a depressão maior é crucial para um diagnóstico preciso. A diferença chave está na permanência e impacto dos sintomas como a anedonia e a desesperança constantes, que não se atenuam com o tempo, ao contrário do que ocorre no luto normal.

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