Conforme o enxerto do caso de Félix: “Na classe comum, Félix...
Caso Félix
Felix tinha paralisia cerebral e, desde o nascimento, frequentou um serviço de estimulação precoce no qual recebeu atendimento de fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e psicóloga. Eram profissionais que o assistiam na clínica e na escola. Quando tinha 2 anos, sua família recebeu orientações da equipe sobre as vantagens e desvantagens de escolarizá-lo em escola comum ou em instituições especializadas. A família ponderou as opções e decidiu pela colocação em escola comum e assim ele ingressou numa creche, onde foi muito bem recebido. Felix foi avançando em seu processo de escolarização, apoiado por profissionais de um serviço de reabilitação (fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga) que o assistiam na clínica e na escola. Na classe comum, Felix, ao longo de todo seu percurso de escolarização, recebeu ainda suporte de um profissional que o auxiliava nas atividades de vida diária, porque ele não tinha independência, em razão de seus impedimentos motores. Na pré-escola, Felix aprendeu a usar recursos de tecnologia computadorizada, de modo que, por meio do computador e com recursos de acesso (mouse adaptado, tela sensível ao toque e software com sintetizador de voz), ele conseguia conversar, fazer tarefas pedagógicas, estudar, ler, escrever e brincar nas horas vagas. Ele aprendeu também a usar uma cadeira de rodas motorizada e com ela fazia sucesso locomovendo-se pela escola. E, assim, Felix foi avançando e acompanhando sua turma, suas dificuldades eram corriqueiras, ou seja, as mesmas da maioria de seus colegas sem deficiência. Ele fez amigos, foi muito bem aceito, avançou academicamente em seu percurso e adorou ir à escola. Aos 18 anos, Felix teve pela frente a perspectiva de prestar vestibular, passou e ingressou num curso de análise de sistemas, pois amava computadores. Felix estava triste por deixar a escola e os amigos, mas excitado e apreensivo pela possibilidade de ingressar na universidade. Felix frequentou quatro anos de universidade, fez amigos, participou de festas e conseguiu concluir seu curso sem dificuldades. Depois de formado, Felix conseguiu um emprego bem remunerado numa empresa de informática, beneficiando-se da lei de cotas, e hoje contribui para desenvolver softwares industriais e educacionais. Atualmente ele continua em contato com seus amigos da escola e da universidade através das redes sociais e ocasionalmente se encontram para colocar as novidades em dia.
Fonte: MENDES, ENICEIA GONÇALVES. Sobre alunos "incluídos" ou da "inclusão", reflexões sobre o conceito de inclusão escolar. In: Sonia Lopes Victor; Alexandro Braga Vieria; Ivone Martins de Oliveira. (Org.). Educação Especial Inclusiva: conceituações, medicalização e politicas. 1ed.Campos de Goytacazes (RJ): Brasil Multicultural, 2017, v. 1, p. 60-83.
Gabarito comentado
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Alternativa Correta: D - profissional de apoio.
No contexto da educação inclusiva, a questão aborda a importância do suporte especializado para alunos com necessidades específicas. Este suporte pode vir de um profissional de apoio, que auxilia nas atividades de vida diária dos estudantes que não têm independência total devido a impedimentos físicos ou motores.
Vamos entender a função de cada alternativa para esclarecer por que a alternativa D é a correta:
A - professor regente: O professor regente é responsável por planejar e conduzir as atividades de ensino na sala de aula, mas não especificamente para oferecer suporte nas atividades de vida diária. Sua função é mais relacionada ao ensino de conteúdos curriculares para todos os alunos.
B - professor do AEE (Atendimento Educacional Especializado): Este profissional atua no planejamento e execução de estratégias que complementam o currículo regular, adaptando materiais e métodos para atender às necessidades educacionais especiais. No entanto, o AEE não está diretamente ligado ao auxílio em atividades de vida diária.
C - tradutor e intérprete de Libras: Este profissional é especializado em Libras (Língua Brasileira de Sinais), facilitando a comunicação de alunos surdos. Sua atuação não inclui o suporte em atividades de vida diária para alunos com impedimentos motores.
D - profissional de apoio: Este profissional presta assistência direta ao aluno que necessita de suporte nas atividades de vida diária, como alimentação, locomoção, entre outras, devido a limitações motoras. Portanto, a descrição do caso de Félix se encaixa perfeitamente na função do profissional de apoio.
A educação inclusiva busca garantir que todos os alunos tenham acesso à educação de maneira igualitária, promovendo sua autonomia e participação ativa no ambiente escolar. O profissional de apoio desempenha um papel essencial nesse processo, possibilitando que alunos com deficiência participem plenamente da vida escolar.
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