“Quando se começa a estudar a Revolução Industrial, a prime...
Ao falarmos, então, de uma "revolução industrial", estamos falamos numa modificação drástica no modo de fabricação dos produtos consumidos pelo homem”.
Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/revolucaoindustrial-evolucao-tecnologica-transforma-as-relacoessociais.htm?cmpid=copiaecola. Acesso em: 24 nov. 2024.
Uma das mudanças provocadas pela Revolução Industrial, desde a sua primeira fase, merece destaque a(o):
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Gabarito comentado
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Sobre as mudanças provocadas pela primeira Revolução Industrial, vamos selecionar a alternativa correta.
A) Incorreta – Na verdade, no início do processo industrial, a divisão entre ricos e pobres se tornou mais evidente. Os donos das fábricas (burguesia) acumularam riqueza, enquanto os trabalhadores enfrentaram jornadas longas, salários baixos e condições precárias. Além disso, o acesso a bens de consumo não era universal, ficando restrito à população mais rica.
B) Incorreta – Não houve regulamentação trabalhista na Primeira Revolução Industrial. O trabalho infantil era amplamente utilizado nas fábricas, pois crianças recebiam salários menores e eram mais fáceis de controlar. As condições de trabalho eram insalubres e perigosas, e só mais tarde, já no século XIX, surgiram as primeiras leis trabalhistas, principalmente na Inglaterra.
C) Incorreta – Muitos países industrializados, como a Inglaterra, ainda tinham sistemas políticos limitados, com participação política restrita a grupos sociais específicos, como homens ricos e proprietários de terras. O sufrágio universal (voto para todos) foi conquistado gradualmente e, em muitos casos, apenas no século XX.
D) Incorreta – Ocorreu o oposto do que é afirmado. A Revolução Industrial levou ao êxodo rural, ou seja, muitas pessoas deixaram o campo para buscar emprego nas cidades. Com a mecanização agrícola, menos trabalhadores eram necessários no campo, o que forçou muitas famílias a migrarem para os centros urbanos em busca de trabalho nas fábricas.
E) Correta – A Revolução Industrial trouxe uma mudança no processo produtivo, passando da manufatura (produção manual em pequena escala) para a maquinofatura (produção em larga escala utilizando máquinas). Isso gerou um maior controle sobre a força de trabalho, já que o ritmo de produção passou a ser ditado pelas máquinas e não mais pelo trabalhador. Esse controle ampliou a disciplina dentro das fábricas, estabelecendo horários rígidos e reduzindo a autonomia dos operários.
Gabarito – Letra E
Indicação Bibliográfica:
Hobsbawm, Eric J. Da revolução industrial inglesa ao imperialismo. Forense-Universitária, 2003.
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A transição da manufatura para a maquinofatura foi uma das mudanças mais marcantes trazidas pela Revolução Industrial, particularmente durante sua primeira fase (final do século XVIII e início do século XIX). Esse processo implicou transformações profundas no modo de organização do trabalho, nas relações sociais e nas condições de vida dos trabalhadores.
1. Manufatura e o Trabalho Artesanal
> Definição: Antes da Revolução Industrial, a manufatura era o principal modo de produção. Nesse sistema, os bens eram produzidos manualmente por trabalhadores qualificados, muitas vezes em oficinas ou até mesmo em suas casas.
> Características do trabalho:
- Controle relativo do trabalhador: O trabalhador tinha maior autonomia sobre o processo produtivo, escolhendo seu ritmo de trabalho e, muitas vezes, participando de todas as etapas da produção.
- Produção em pequena escala: A produção era limitada pela capacidade humana e pelo uso de ferramentas simples.
- Relação com o empregador: A relação entre o mestre artesão e os aprendizes ou trabalhadores era, em geral, mais próxima e personalizada.
2. Maquinofatura e a Indústria
> Definição: A partir da Revolução Industrial, o surgimento das máquinas movidas a energia (como a máquina a vapor) revolucionou o modo de produção, introduzindo a maquinofatura como o novo paradigma.
> Características do trabalho:
- Ruptura na autonomia do trabalhador: O ritmo de trabalho passou a ser ditado pelas máquinas e pelos proprietários das fábricas, e não mais pelo trabalhador. A jornada tornou-se rigorosa, com horários fixos e controle intensivo.
- Divisão do trabalho: O processo produtivo foi fragmentado em etapas específicas, onde cada trabalhador realizava uma única tarefa repetitiva. Isso reduziu a necessidade de habilidades especializadas e acelerou a produção.
- Produção em massa: O uso de máquinas permitiu a fabricação de produtos em grande escala, reduzindo os custos e ampliando o acesso a bens de consumo.
3. Controle sobre a Força de Trabalho
A transição para a maquinofatura trouxe novas formas de controle sobre os trabalhadores, que eram ajustados às demandas da nova lógica industrial:
- Disciplinarização: Os operários eram submetidos a regras rígidas dentro das fábricas, incluindo horários fixos, supervisão constante e punições por atrasos ou erros.
- Despersonalização do trabalho: O trabalhador perdeu o vínculo direto com o produto final, tornando-se apenas uma peça na engrenagem do sistema produtivo.
- Dependência econômica: Ao abandonar a produção doméstica ou artesanal, os trabalhadores passaram a depender exclusivamente dos salários oferecidos pelos proprietários das fábricas, muitas vezes em condições precárias.
- Exploração do trabalho infantil e feminino: A busca por mão de obra barata levou à utilização massiva de crianças e mulheres, submetidos a jornadas longas e condições degradantes.
[continua...]
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