Um casal em processo de separação disputa a guarda da filha...
Um casal em processo de separação disputa a guarda da filha única. A mãe alega que o pai não tem condições emocionais de criar uma criança. Relata que ele sempre foi emocionalmente frio, distante, incapaz de mostrar carinho. O marido reconhece não ser uma pessoa calorosa e revela que não consegue expressar seus sentimentos, apesar do afeto que sente pela filha. Reconhece não confiar naqueles que o cercam, mas acredita ter mais responsabilidade do que a mãe para cuidar da criança. Sob a perspectiva de John Bowlby, é provável que as dificuldades afetivas do marido
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A alternativa correta é a alternativa D.
Para entender por que essa alternativa é correta, precisamos revisitar os conceitos da teoria do apego de John Bowlby. Bowlby sugere que as primeiras relações do indivíduo, especialmente aquelas com os cuidadores primários, são cruciais para o desenvolvimento emocional e social ao longo da vida. Quando essas primeiras relações são marcadas por insatisfação ou falta de afeto, podem resultar em dificuldades afetivas persistentes.
Justificativa da alternativa D:
Bowlby argumenta que as dificuldades afetivas do marido podem ser decorrentes de relações familiares pouco satisfatórias na infância. Segundo a teoria do apego, as experiências negativas ou de negligência emocional na infância tendem a influenciar profundamente a capacidade de formar e manter relacionamentos saudáveis na vida adulta. Por isso, é mais provável que as dificuldades afetivas do marido persistam ao longo de sua vida.
Análise das alternativas incorretas:
Alternativa A: Embora relacionamentos que valorizem o indivíduo e permitam a reconstrução da autoimagem possam ajudar no desenvolvimento emocional, a teoria de Bowlby enfatiza que as dificuldades afetivas estabelecidas na infância tendem a ser persistentes. Portanto, essa alternativa não está totalmente alinhada com a perspectiva de Bowlby sobre a persistência das dificuldades afetivas.
Alternativa B: A ideia de pensamentos catastróficos e sua influência sobre a confiança não está diretamente relacionada com a teoria de apego de Bowlby. Bowlby se concentra mais nos padrões de apego e menos em processos cognitivos específicos como pensamentos catastróficos, tornando esta alternativa incorreta.
Alternativa C: O transtorno esquizotípico é uma condição diagnóstica específica com critérios próprios que não se alinham diretamente com a perspectiva de Bowlby. A descrição do marido não contempla todos os critérios desse transtorno, portanto, essa alternativa está errada.
Alternativa E: Embora a dinâmica familiar atual possa influenciar o comportamento, a perspectiva de Bowlby coloca um peso maior nas experiências da infância e na relação com os cuidadores primários. Assim, essa alternativa não captura a essência da teoria de apego de Bowlby.
Em resumo, a alternativa D se alinha melhor com a perspectiva de John Bowlby sobre como relações familiares pouco satisfatórias na infância podem ter um impacto duradouro nas dificuldades emocionais e afetivas ao longo da vida.
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Comentários
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Considero uma questão complexa, que se ficar pensando muito pode levar ao erro, de modo que vou colocar um trecho do autor na literalidade.
''Um dos pressupostos básicos da TA é de que as primeiras relações de apego, estabelecidas na infância, afetam o estilo de apego do indivíduo ao longo de sua vida (BOWLBY, 1989).''
Partindo dessa ideia categórica do teórico, a alternativa correta é a D.
John Bowlby > Teoria do Apego.
Teoria do APEGO - Bowlby.
As primeiras relações de apego, durante a infância, implicam no estilo de apego do individuo ao longo de sua vida. Pensamento parecido com o de Winnicott.
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