Ao abordar a agressividade no desenvolvimento do bebê, Dona...

Vamos analisar a questão sobre a abordagem de Donald Winnicott a respeito da agressividade no desenvolvimento do bebê.

A alternativa correta é a Alternativa A.

Agora, vamos entender por que essa é a opção correta e por que as outras estão incorretas.

Alternativa A: "a agressão é positiva quando concreta, pois odiar e agredir é melhor do que aniquilar o mundo magicamente."

Winnicott sugere que a agressão do bebê, quando expressa de forma concreta, é um aspecto natural e positivo do desenvolvimento. Para ele, demonstrar agressividade é uma maneira saudável de lidar com sentimentos, pois impede que o bebê aniquile o mundo de forma mágica. Esse comportamento ajuda a estabelecer uma distinção clara entre fantasia e realidade, o que é essencial para o desenvolvimento psicológico saudável.

Alternativa B: "manifestações agressivas como pontapés no útero materno são naturais, mas assumem um caráter negativo se direcionadas à mãe após o nascimento."

Essa alternativa está incorreta porque, segundo Winnicott, a agressividade do bebê não é necessariamente negativa quando direcionada à mãe após o nascimento. Na verdade, ele vê a expressão da agressividade como uma etapa natural e importante do desenvolvimento, desde que haja uma figura materna suficientemente boa para conter e interpretar esses impulsos.

Alternativa C: "não se pode falar de uma agressividade do bebê, na medida em que o sentido da destrutividade só surgirá a partir dos 3 anos de idade."

Essa alternativa também está incorreta. Winnicott reconhece que a agressividade emerge bem antes dos 3 anos de idade. Ele considera que o bebê já possui impulsos agressivos naturais, que são partes essenciais do seu desenvolvimento emocional e psíquico desde muito cedo.

Alternativa D: "com o desenvolvimento, a agressão deixa de fazer parte das gratificações e relações que compõem a vida na infância."

Esta alternativa está incorreta porque, para Winnicott, a agressividade continua a fazer parte das experiências e relações do indivíduo ao longo da infância. A questão não é eliminar a agressividade, mas integrá-la de maneira saudável nas relações e atividades diárias.

Alternativa E: "a expressão concreta da agressividade, pelo bebê, constitui evidência de um esvaziamento interno que precede a depressão anaclítica."

Por fim, essa alternativa está incorreta. Segundo Winnicott, a expressão concreta da agressividade não indica necessariamente um esvaziamento interno ou depressão anaclítica. Pelo contrário, ele vê a agressividade como uma parte natural do desenvolvimento, e não como um sintoma de um problema mais profundo.

Espero que essas explicações tenham esclarecido o porquê da Alternativa A ser a correta, bem como os motivos das outras alternativas estarem incorretas. Caso tenha mais alguma dúvida ou precise de mais informações, estou à disposição!

A referência para essa questão é um livro do autor chamado ''A criança e o seu mundo''. A banca tira o trecho praticamente em sua literalidade.

''Se for concedido tempo suficiente para os processos de maturação, a criança capacita-se, então, a ser destrutiva, odiar, agredir e gritar, em vez de aniquilar magicamente o mundo. Dessa maneira é possível encarar a agressão concreta como uma realização positiva. Comparados com a destruição mágica, as ideias e o comportamento agressivos adquirem um valor positivo, e o ódio converte-se num sinal de civilização, sempre que tivermos presente todo o processo de evolução emocional do indivíduo, especialmente em suas primeiras fases.''

Dentro de um contexto, Winnicott é excelente, mas olhando apenas trechos como colocados pela banca, torna-se muito difícil deduzir a resposta correta apenas por eliminação, é preciso ter um percurso sólido em sua obra para responder com segurança.

Gabarito: A

Referência:

Sobre a letra E "Depressão anaclítica é um estado depressivo que ocorre nos primeiros meses de vida. Ocorre geralmente em bebês com idade entre 6 a 18 meses por causa da separação prolongada da mãe. Se não houver um reencontro em até 3/4 meses após o distanciamento, a criança pode desenvolver problemas psicoemocionais graves. O termo "depressão anaclítica" foi cunhado pelo psiquiatra húngaro René Spitz em 1946 "

A