O termo destacado em: “uma criança de 10 anos que, ENTUSIAS...
Qual a utilidade de dez minutos por dia, em
um dia comum?
Não é essencial muita reflexão para se perceber que dez minutos é tempo curto demais para a maior parte das atividades cotidianas. Uma bela mulher gasta mais tempo para se arrumar, e um homem, mesmo que pouco vaidoso, gasta mais que isso para tomar um banho rápido, fazer a barba e pentear o cabelo.
Dez minutos diários de caminhada é melhor que nada, mas insuficiente para uma perda mensal de peso significativa, e esse mesmo tempo em uma sala de ginástica é reduzido para exercícios aeróbicos ou atividades múltiplas de musculação. Se a receita é reduzir o colesterol e melhorar a condição cardiorrespiratória, esse ínfimo tempo é quase nada e, se proposto como receita para melhorar a condição física, certamente provocaria risos.
Dez minutos diários em deslocamento nos veículos públicos quase não nos tira do lugar, e um almoço com essa duração seria certamente um risco para a saúde. Dez minutos de sono é menos que um cochilo, e uma boa paquera jamais se contentaria com um tempo assim reduzido.
Em síntese, a real utilidade de dez minutos em um dia comum passa quase despercebida por sua inútil validade e se distancia do tempo que gastamos para um excelente trabalho, um bom descanso, uma ótima alimentação ou cuidados com o corpo e a elegância.
Encare, agora, os mesmos dez minutos por outro ângulo. Imagine uma pessoa que reserve essa fração quase inútil de seu dia para um momento de leitura. Ou para uma firme decisão de bem empregar esse tempo, ainda que apenas esse tempo.
Um leitor comum costuma ler cerca de 150 palavras por minuto, sendo assim, em dez minutos, lê 10 500 palavras, ou um pouco mais. Uma página de um livro de ficção normal reúne cerca de 500 palavras – quase o mesmo que esta crônica. Logo, nesses dez minutos, esse leitor, sem pressa ou correria, teria devorado nada menos que três páginas. Em uma semana estaria chegando a cerca de 20 páginas, e em um mês poderia ter lido 90 páginas. Um bom livro de qualquer assunto costuma abrigar em média 150 páginas e, nesse caso, o nosso leitor estaria, com folga, lendo um livro a cada dois meses, portanto, seis livros por ano. Se for cuidadoso e souber fazer boas escolhas, com esse acervo formidável, muda sua vida, amplia seus pensamentos, agrega cultura para conversar, paquerar, argumentar e decidir. Curiosamente, aquele mesmo tempinho diário que não muda o corpo, nada faz pela pessoa e pouco agrega às relações pessoais, aplicado em uma leitura muda a cabeça, embeleza a alma.
Agora, para que seus pensamentos possam voar, imagine que a lógica irrefutável desses argumentos seja apresentada a uma criança de 10 anos que, entusiasmada, adote a prática. Quando chegar aos 30 anos, terá lido nada menos que 120 livros e, assim, escancarado as portas para o conhecimento, a cultura, a beleza e a descoberta, em si mesmo, de tudo quanto a vida é capaz de proporcionar.
Celso Antunes. (Em www.celsoantunes.com.br.) Acesso em 22/12/2017
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Comentários
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GABARITO: LETRA A
→ “uma criança de 10 anos que, ENTUSIASMADA, adote a prática.”
→ SUJEITO (CRIANÇA), "entusiasmada" é um adjetivo atribuído ao substantivo "criança → sujeito", sendo, dessa forma um predicativo do sujeito (ela deve estar entusiasmada), uma dica: não pode ser adjunto adverbial, visto que o termo pode variar: entusiasmados, entusiasmadas, entusiasmados.
FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺
Alguém poderia me explicar porque não pode ser um APOSTO?
O aposto é um termo sempre de valor substantivo - nunca adjetivo - que explica, esclarece, desenvolve, resume outro termo sintático antecedente. Assim, o aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo adjetivo.
Muito desesperado, joão perdeu o controle - predicado do sujeito, núcleo desesperado - adjetivo
Homem desesperado, joão sempre perde o controle - aposto, núcleo homem, substantivo
PESTANA, Fernando. A gramática para concursos públicos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. p. 678-679
Resposta: Letra A
o predicativo do sujeito não deve estar "dentro" do sujeito-?
Aposto é o próprio ser/objeto a que se pretenda nominar, enquanto que o predicativo, na forma de adjetivo, nunca será o próprio ser/objeto, mas apenas um modificador de um ser/objeto.
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