O enunciado – ... e contam-se nada menos que 121 com quatro...

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Q1825395 Português

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Ideologia mortal


    A cada novo massacre a tiros nos Estados Unidos – e contam-se nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982 – renovam-se as discussões acerca do controle de armas de fogo no país, cuja legislação acerca do tema é uma das mais permissivas do mundo.
    Em 16 de março, um homem assassinou 8 pessoas, 6 delas de origem asiática, na cidade de Atlanta. Dias depois, um atirador abriu fogo num supermercado em Boulder, no Colorado, matando outras dez.
    As preocupações atuais vêm estribadas também no crescimento das mortes por armas de fogo em assaltos e brigas domésticas. No ano passado, registraram-se quase 20 mil óbitos por tiros nos EUA, um salto considerável em relação à média de 15 mil óbitos desde 2016.
    Embora aponte-se a concorrência de fatores associados à pandemia nos casos específicos desses últimos crimes, estudos mostram que o acesso praticamente irrestrito a pistolas, fuzis e rifles, somado a uma cultura que enaltece sua posse, constitui o agente estrutural por trás do fenômeno.
    Foi isso que permitiu que os Estados Unidos se tornassem, de longe, a nação com o maior número de armas per capita do mundo. Em 2018, o país abrigava 393 milhões delas para 326 milhões de habitantes – nada menos que 45% do total em circulação no planeta.
    Não obstante a evidente necessidade de cercear tal comércio, pouco ou nada se avançou nas últimas décadas nesse sentido. As resistências ancoram-se numa emenda à Constituição do fim do século 18, que consagra o direito de possuir e portar armas de fogo.
    Além disso, sempre que o Congresso ensaia endurecer as regras, o poderoso lobby do setor atua para barrar as iniciativas. Mesmo alterações que poderiam ser feitas sem precisar da concordância do Congresso são consideradas de difícil execução, dados os altos custos políticos envolvidos.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.03.2021. Adaptado)

O enunciado – ... e contam-se nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982... – (1º parágrafo) está reescrito em conformidade com a norma-padrão de concordância verbal em: 
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GABARITO: B

A cada novo massacre a tiros nos Estados Unidos – e contam-se nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982 (...)"

➥ Vamos lá, pela frase original, o que se conta? Massacres. 121 massacres são contados. Descobrimos que o sujeito é "121 massacres", logo "contam-se 121 massacres".

Se o sujeito é "121 massacres", o verbo não pode ficar no singular, correto? Cai fora a A, a D e a E.

a) ... e foi nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982... 

d) ... e aconteceu nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982...

e) ... e viu-se nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982...

 

Estamos, então, entre duas:

b) ... e houve nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982... → Correto. O verbo haver, quando possui sentido de existir, não varia (permanece no singular).

Complementando: Numa locução verbal (auxiliar + principal), o verbo haver, sendo o verbo principal e tendo o sentido de existir, contamina o auxiliar com a intransitividade, assim:

  • Exemplo: "Deve haver chocolates em promoção no mercado". O errado seria: "Devem haver chocolates em promoção no mercado".

 

c) ... e tratam-se de nada menos que 121 com quatro vítimas ou mais desde 1982... → Errado. Não existe "tratam-se".

➥ Para descobrir se o verbo vai ao plural, tente passar para a voz passiva analítica. Se fizer sentido, o verbo permanecerá no plural, assim:

"Vende-se casas" ou "vendem-se casas" → Voz passiva analítica: "Casas são vendidas." O verbo ficou no plural, logo o correto é a segunda frase do exemplo: "vendem-se casas".

Com o verbo da assertiva:

"Trata-se de questões urgentes" ou "tratam-se de questões urgentes" → Tente passar para a voz passiva analítica: "De questões são tratadas" (??). Não faz sentido! rsrs. Este "se" é índice de indeterminação do sujeito, logo o correto é a primeira frase do exemplo.

Outra frase que você poderia cair:

"Precisa-se de empregados" ou "precisam-se de empregados". → Tente passar para a voz passiva analítica: "De empregados são precisados" (???). Não faz sentido, logo o correto é "precisa-se de empregados."

A mesma coisa acontece na alternativa: De 121 massacres são tratados?? rsrs. Não! Não há sujeito na frase, por isso o correto é "trata-se de..."

➥ Muita atenção neste ponto, viu? Dê uma olhada nestas questões com outras dicas: Q1825956 (CESGRANRIO/2021) e Q1740345 (QUADRIX/2021)

 

Espero ter ajudado.

Bons estudos! :)

acredito que a duvida da alternativa E seja a seguinte: o verbo ver pode ser transitivo direto ou intransitivo, logo em determinada situação pode estar em voz passiva ou pode indicar indeterminação do sujeito

Como voz passiva o verbo ver flexiona

como indeterminação do sujeito não flexiona

não sei se estou confundindo as coisas, se alguém puder acrescentar algo agradeço.

Aí, Lucas. Tu é o brabo!

Preciso do cérebro do Lucas emprestado no dia da prova

o verbo concorda com o nucleo, vitimas.

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