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Q2383718 Medicina
Leia o caso a seguir.


Paciente A.M., masculino, 87 anos, chega ao pronto socorro com queixa de dispneia em repouso, tosse noturna e edema bilateral de tornozelos. O paciente relata ser hipertenso, dislipidêmico, com obesidade grau 1 e sem outros antecedentes prévios. Ao exame físico, percebe-se hepatomegalia e murmúrio vesicular fisiológico reduzido em bases bilateralmente, PA 147x85 mmHg, FC 110 bpm, FR 23 ipm, SATO2 92% em ar ambiente. À radiografia de tórax, percebe-se cardiomegalia e derrame pleural bilateral, de pequeno volume e aos exames laboratoriais: Hb 13,2, leucócitos totais 6560, plaquetas 160.000, ureia 110 (VR 50), creatinina 2,0 (VR 1,2), sódio 135 e potássio 4,0.


A hipótese diagnóstica do caso apresentado é
Alternativas

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A alternativa correta é C - insuficiência cardíaca descompensada e síndrome cardiorrenal.

Vamos analisar o caso apresentado e entender o raciocínio que leva a essa conclusão.

Paciente A.M., masculino, 87 anos, apresenta dispneia em repouso, tosse noturna e edema bilateral de tornozelos. Esses são sinais clássicos de insuficiência cardíaca. Além disso, ele tem um histórico de hipertensão e dislipidemia, que são fatores de risco importantes para problemas cardiovasculares.

Ao exame físico, observamos hepatomegalia e murmúrio vesicular reduzido em bases bilateralmente. Esses achados reforçam a suspeita de insuficiência cardíaca, indicando congestão sistêmica e pulmonar.

Os exames complementares mostram cardiomegalia e derrame pleural bilateral, ambos associados à insuficiência cardíaca. Laboratorialmente, notamos ureia e creatinina elevadas, o que sugere comprometimento renal, possivelmente devido à síndrome cardiorrenal.

Agora, vamos justificar as alternativas incorretas:

A - síndrome coronariana aguda e doença renal crônica. Embora a hipertensão e dislipidemia sejam fatores de risco para síndrome coronariana aguda, os sintomas e sinais clínicos do paciente, como edema bilateral e hepatomegalia, são mais indicativos de insuficiência cardíaca. Além disso, não há evidências claras de um evento coronariano agudo, como dor torácica.

B - sepse e insuficiência renal aguda. O paciente não apresenta sinais clínicos ou laboratoriais de infecção, como febre, leucocitose ou marcadores inflamatórios elevados, que são esperados no contexto de sepse.

D - edema agudo de pulmão e nefropatia diabética. Edema agudo de pulmão é uma emergência médica com sintomas mais graves e de início mais abrupto do que os descritos. Além disso, não há relato de diabetes mellitus, o que torna improvável a nefropatia diabética.

Portanto, a melhor explicação para o quadro do paciente é insuficiência cardíaca descompensada, levando a síndrome cardiorrenal, justificando a escolha da alternativa C.

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A questão apresenta um paciente idoso com sinais e sintomas clássicos de insuficiência cardíaca, como dispneia em repouso, tosse noturna e edema bilateral de tornozelos, além de achados ao exame físico e exames complementares que corroboram com essa hipótese, como cardiomegalia e derrame pleural bilateral na radiografia de tórax. A insuficiência cardíaca descompensada é a principal suspeita devido à presença desses sintomas e sinais, especialmente em um paciente com fatores de risco como hipertensão e dislipidemia. Além disso, o paciente apresenta alterações nos exames laboratoriais que sugerem uma disfunção renal (ureia e creatinina elevadas) em um contexto onde não há evidências de uma doença renal prévia, indicando que a alteração renal é secundária à condição cardíaca - caracterizando a chamada síndrome cardiorrenal. A síndrome cardiorrenal ocorre quando a disfunção de um dos órgãos (neste caso, o coração com insuficiência cardíaca) leva a uma deterioração progressiva da função do outro órgão (rins), por meio de mecanismos hemodinâmicos e neuro-hormonais. Portanto, a alternativa C ("insuficiência cardíaca descompensada e síndrome cardiorrenal") é a resposta correta, pois reflete adequadamente o quadro clínico do paciente, com manifestações de insuficiência cardíaca aguda e alterações laboratoriais indicativas de disfunção renal secundária a essa condição cardíaca. As outras alternativas não descrevem o quadro clínico do paciente de forma tão precisa e integrada quanto a alternativa C.

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