Leia o caso a seguir. Paciente A.M., masculino, 87 anos, ch...
Paciente A.M., masculino, 87 anos, chega ao pronto socorro com queixa de dispneia em repouso, tosse noturna e edema bilateral de tornozelos. O paciente relata ser hipertenso, dislipidêmico, com obesidade grau 1 e sem outros antecedentes prévios. Ao exame físico, percebe-se hepatomegalia e murmúrio vesicular fisiológico reduzido em bases bilateralmente, PA 147x85 mmHg, FC 110 bpm, FR 23 ipm, SATO2 92% em ar ambiente. À radiografia de tórax, percebe-se cardiomegalia e derrame pleural bilateral, de pequeno volume e aos exames laboratoriais: Hb 13,2, leucócitos totais 6560, plaquetas 160.000, ureia 110 (VR 50), creatinina 2,0 (VR 1,2), sódio 135 e potássio 4,0.
A hipótese diagnóstica do caso apresentado é
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A alternativa correta é C - insuficiência cardíaca descompensada e síndrome cardiorrenal.
Vamos analisar o caso apresentado e entender o raciocínio que leva a essa conclusão.
Paciente A.M., masculino, 87 anos, apresenta dispneia em repouso, tosse noturna e edema bilateral de tornozelos. Esses são sinais clássicos de insuficiência cardíaca. Além disso, ele tem um histórico de hipertensão e dislipidemia, que são fatores de risco importantes para problemas cardiovasculares.
Ao exame físico, observamos hepatomegalia e murmúrio vesicular reduzido em bases bilateralmente. Esses achados reforçam a suspeita de insuficiência cardíaca, indicando congestão sistêmica e pulmonar.
Os exames complementares mostram cardiomegalia e derrame pleural bilateral, ambos associados à insuficiência cardíaca. Laboratorialmente, notamos ureia e creatinina elevadas, o que sugere comprometimento renal, possivelmente devido à síndrome cardiorrenal.
Agora, vamos justificar as alternativas incorretas:
A - síndrome coronariana aguda e doença renal crônica. Embora a hipertensão e dislipidemia sejam fatores de risco para síndrome coronariana aguda, os sintomas e sinais clínicos do paciente, como edema bilateral e hepatomegalia, são mais indicativos de insuficiência cardíaca. Além disso, não há evidências claras de um evento coronariano agudo, como dor torácica.
B - sepse e insuficiência renal aguda. O paciente não apresenta sinais clínicos ou laboratoriais de infecção, como febre, leucocitose ou marcadores inflamatórios elevados, que são esperados no contexto de sepse.
D - edema agudo de pulmão e nefropatia diabética. Edema agudo de pulmão é uma emergência médica com sintomas mais graves e de início mais abrupto do que os descritos. Além disso, não há relato de diabetes mellitus, o que torna improvável a nefropatia diabética.
Portanto, a melhor explicação para o quadro do paciente é insuficiência cardíaca descompensada, levando a síndrome cardiorrenal, justificando a escolha da alternativa C.
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A alternativa correta é: C. insuficiência cardíaca descompensada e síndrome cardiorrenal.
Justificativa:
O paciente apresenta dispneia em repouso, tosse noturna, edema bilateral de tornozelos e hepatomegalia, sinais típicos de insuficiência cardíaca descompensada. A radiografia de tórax mostra cardiomegalia e derrame pleural bilateral, o que também é consistente com insuficiência cardíaca. Além disso, os exames laboratoriais revelam ureia e creatinina elevadas, sugerindo comprometimento renal. Esse quadro é compatível com a síndrome cardiorrenal, que ocorre quando a insuficiência cardíaca descompensada causa deterioração renal.
Análise das alternativas:
Alternativa A – síndrome coronariana aguda e doença renal crônica (ERRADA)
Embora o paciente tenha hipertensão e dislipidemia, fatores de risco para síndrome coronariana aguda, os achados clínicos e de imagem são mais compatíveis com insuficiência cardíaca do que com um quadro de síndrome coronariana aguda. Além disso, a ureia e creatinina elevadas indicam uma alteração renal aguda, associada à insuficiência cardíaca no contexto da síndrome cardiorrenal.
Alternativa B – sepse e insuficiência renal aguda (ERRADA)
O paciente não apresenta sinais típicos de sepse, como febre ou sinais de infecção grave. Além disso, a presença de insuficiência cardíaca descompensada é mais provável do que sepse. O quadro renal alterado pode ser uma manifestação da síndrome cardiorrenal.
Alternativa D – edema agudo de pulmão e nefropatia diabética (ERRADA)
Não há menção ao histórico de diabetes mellitus, e os achados clínicos e de imagem sugerem mais fortemente insuficiência cardíaca descompensada do que edema agudo de pulmão isolado. Além disso, não há sinais de nefropatia diabética.
Resumo:
A hipótese mais provável é insuficiência cardíaca descompensada com síndrome cardiorrenal, onde a disfunção cardíaca leva ao comprometimento renal, conforme evidenciado pela hepatomegalia, cardiomegalia, derrame pleural bilateral e alterações nos exames laboratoriais.
Pontos chave:
- Insuficiência cardíaca descompensada pode causar síndrome cardiorrenal, levando a alterações renais.
- A elevada creatinina e ureia sugerem comprometimento renal agudo, associando-se ao quadro clínico de insuficiência cardíaca.
- Os achados de derrame pleural bilateral e cardiomegalia são característicos da insuficiência cardíaca.
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