No trecho abaixo a autora comete, de maneira proposital, um...

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Q2234081 Português
Das vantagens de ser bobo

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar no mundo.

– O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: “Estou fazendo. Estou pensando.”

– Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem à ideia.

– O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não veem.

– Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os veem como simples pessoas humanas. – O bobo ganha liberdade e sabedoria para viver.

– O bobo nunca parece ter tido vez. No entanto, muitas vezes o bobo é um Dostoiévski.

– Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar-refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer. Resultado: não funciona. Chamado um técnico, a opinião deste era a de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.

– Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranquilo. Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.

– O esperto vence com úlcera no estômago. O bobo nem nota que venceu.

– Aviso: não confundir bobos com burros.

– Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera. É uma das tristezas que o bobo não prevê. César terminou dizendo a frase célebre: “Até tu, Brutus?”

[...]

É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector
No trecho abaixo a autora comete, de maneira proposital, um sutil desvio de norma culta ao usar a expressão “pessoas humanas”, sendo essa uma ideia repetitiva, pois sem exceção todas as pessoas são humanas. Este vício / figura de linguagem recebe o nome de:
[...] e estes os veem como simples pessoas humanas. Alternativas: 
Alternativas

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LETRA A

A - Pleonasmo: O pleonasmo é o uso de palavras redundantes, ou seja, a repetição de ideias ou informações já expressas de forma implícita na frase. Pode ser usado para enfatizar uma ideia, criar um efeito estilístico ou uma figura de linguagem. No caso apresentado, "pessoas humanas" é um exemplo de pleonasmo, pois todas as pessoas são humanas por definição.

B - Metáfora: A metáfora é uma figura de linguagem que consiste em atribuir a um termo um sentido que não é literal, mas que guarda alguma semelhança com o sentido original. Não se aplica ao caso em questão.

C - Catacrese: A catacrese é uma figura de linguagem que ocorre quando uma palavra é utilizada para nomear algo para o qual não existe um termo específico na língua. Geralmente é um uso aceito e compreendido pela convenção. Não é o caso do trecho em questão. (ex.: braços de poltrona; cair num logro; dentes do serrote...)

D - Metonímia: A metonímia é uma figura de linguagem que consiste em substituir um termo por outro, havendo entre eles uma relação de proximidade ou associação. Não é o caso do trecho apresentado. (ex.: Depois de me formar, quero ter meu próprio teto. Nesse caso, teto é usado no lugar da palavra casa)

E - Paradoxo: O paradoxo é uma figura de linguagem que consiste na apresentação de uma ideia contraditória, mas que, no contexto específico, faz sentido e provoca reflexão. Não é o caso do trecho mencionado.

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PLEONASMO - REDUNDÂNCIA

reafirmar algo que ja está explícito.

PESSOAS JÁ SÃO HUMANAS,LOGO NÃO PRECISA DA PALAVRA (HUMANAS).

SENDO ASSIM PLEONASMO VICIOSO.

#TROPAOBA

2024

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