Na passagem – Meu filho saiu da loja feliz da vida com seu b...
Língua Portuguesa
Leia o texto para responder às questões de números 01 a 11.
Vira e mexe alguns blogs maternos publicam textos sobre “As vantagens de ser mãe de menina” ou “Por que é bom ser mãe de menino”: “meninos não têm frescura”, “meninas são mais delicadas”, “eles são mais corajosos”, “elas são mais choronas” e por aí vai. Leio isso e tenho vontade de gritar por ver estereótipos de gênero tão pesados serem perpetuados sem nenhuma reflexão. Já pensou que seu filho é uma figura única e a infinidade de coisas que pode ser ou sentir não cabe em listas, caixas ou rótulos? Pior: que você definir como ele deve ser ou se comportar dependendo de seu gênero pode ser muito, muito cruel?
Aos meninos são permitidas vivências mais amplas. Eles podem subir muros, escalar os brinquedos do playground, enquanto as meninas não, veja bem, vai sujar seu sapato de princesa, filha, vai mostrar sua calcinha, não pega bem, filha, não é assim que uma menina brinca. E por isso, só por isso, que se perpetua a ideia de que os meninos são mais “aventureiros” e “danados” e as meninas mais “cuidadosas”. Fazemos as meninas mais infelizes, isso sim.
Ser menino também pode não ser fácil, principalmente se os pais acreditarem que podem definir o que ele deve sentir ou gostar. Meu filho adorava brincar com os carrinhos de boneca das meninas do playground do prédio. Só depois de eu dizer que “tudo bem” as mães ou babás ficavam à vontade em deixá-lo empurrar as bonecas ou carregá-las. Por que tanto receio? O que um menino pode virar depois de brincar de boneca? Um pai carinhoso e dedicado no futuro?
Uma vez, em uma loja de brinquedos, meu filho ficou empolgadíssimo ao ver uma pia que funcionava de verdade, com uma torneirinha de água. E pediu muito para que eu comprasse. As opções de cores deixavam claro para quem o brinquedo era fabricado: só havia pias rosa e lilás. “Esse brinquedo é de menina”, alertou a vendedora, cheia de boa vontade, como se eu estivesse me distraído e não percebido o “engano” ao considerar a compra. Eu disse para ela que na minha casa lavar louça é uma atividade unissex, que o pai do meu filho encara muito prato e panela suja e, por isso, brincar de casinha é uma brincadeira de menino sim. Meu filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma cor, como outra qualquer. O avô estranhou o presente até eu levá-lo à reflexão: “Quantas pias de louça suja você lavou e lava na sua vida, para manter sua casa em ordem?” E só daí meu pai percebeu o tamanho da bobagem que fazia ao acreditar que lavar louça é uma atividade exclusivamente feminina.
E para quem gosta de listas, proponho uma única: “As vantagens de ser mãe de uma criança feliz.” É essa que eu espero estar escrevendo, no dia a dia, ao não determinar como meu filho pode ou não ser.
(Rita Lisauskas, A crueldade de dividir o mundo entre “coisas de menino” e “coisas de meninas”. Disponível em: . Acesso em 10-02-2016. Adaptado)
Na passagem – Meu filho saiu da loja feliz da vida com seu brinquedo rosa que, aliás, para ele é só uma cor, como outra qualquer. –, o termo destacado estabelece relação de sentido de
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Tema Central da Questão: A questão tem como objetivo avaliar a capacidade do aluno de identificar relações de sentido que determinadas palavras estabelecem em um contexto textual. Aqui, o foco está na palavra "como", que pode indicar diferentes relações semânticas.
Alternativa Correta: A correta é a D - comparação. A palavra "como" estabelece uma relação de comparação entre duas ideias, indicando que para o menino, a cor rosa é vista da mesma forma que qualquer outra cor. Isso significa que ele não faz distinção ou preconceito com base na cor do brinquedo.
Justificativa para a Alternativa Correta: O termo "como" é usado para comparar a cor rosa com outras cores, mostrando que, para o menino, todas as cores têm o mesmo valor ou significado. A equivalência com "tal qual" reforça essa ideia de comparação.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - Causa: A palavra "como" não indica causa neste contexto. "Porque" seria usado para explicar um motivo ou razão, o que não é o caso aqui.
B - Tempo: "Enquanto" é usado para indicar simultaneidade temporal, ou seja, uma ação ocorrendo ao mesmo tempo que outra, que não é a relação expressa por "como" na frase.
C - Condição: "Caso" indicaria uma condição ou hipótese, algo que não se aplica ao contexto de comparação dado pela frase.
E - Finalidade: "Para" é usado para indicar um objetivo ou finalidade, mas a frase não expressa tal relação, e sim uma comparação entre cores.
Dica para Resolução de Questões Semânticas: Ao analisar palavras que estabelecem relações de sentido, observe o contexto geral da frase e veja quais ideias estão sendo ligadas. Pergunte a si mesmo se a relação é de causa, condição, tempo, comparação ou finalidade, e busque palavras equivalentes que se encaixem na lógica do trecho.
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GABARITO: LETRA D
comparação e equivale a tal qual.
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