Romance narrado por Luís da Silva, um funcionário público e ...

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Q2665553 Português

Romance narrado por Luís da Silva, um funcionário público e escritor fracassado; caracterizado pela autoanálise e pelo encadeamento narrativo, centrado na interioridade do protagonista.

Luís volta-se ao passado buscando reestabelecer o desarranjo interior causado pelo rompimento de seu noivado com Marina, agora comprometida com Julião Tavares. Entretanto a insatisfação permanente com o presente tem do passado apenas conclusões amargas a respeito de si mesmo, dos outros personagens e do mundo em geral.

Surgem na narrativa lembranças de uma infância de afetos distantes, de frustrações sexuais e profissionais, delineando uma completa falta de horizonte e um desencanto perpétuo do personagem com relação a si mesmo e ao estado de coisas. Apaixonar-se por sua vizinha, Marina, o que lhe traz lampejos de satisfação. Marcam casamento, contudo, seus planos são frustrados ao descobrir que Marina estava traindo-o com Julião Tavares, sujeito rico, eufórico, eloquente, com aspirações literárias e constante ar de superioridade. O ciúme passa, então, a tomar posse de Luís, que, enganado e humilhado, mergulha em si mesmo e no transtorno da derrota.

Estando numa condição financeira miserável, sem condições de pagar as próprias contas, revivendo seus fantasmas do passado, Luís é incapaz de afastar Marina e Julião Tavares do pensamento. Segue a moça, vigia o rival, até descobrir que Julião estava envolvido com uma outra mulher.

A obsessão com as lembranças e a fragmentação subjetiva angustiante de Luís levam-no a planejar o assassinato de Julião Tavares. Até que, em uma de suas perseguições, Luís encontra a oportunidade perfeita e estrangula Julião. Tomado de euforia e de súbita felicidade, sentiu-se repentinamente forte, não mais insignificante — naquele momento, seus sofrimentos terminam.

No entanto, esse lapso de alegria e reconciliação consigo dura muito pouco: rapidamente a angústia volta a instalar-se em Luís, tomado pelo desespero de ser descoberto. Ele volta para casa, completamente perturbado, toma uma garrafa de cachaça e adormece. Não comparece ao trabalho no dia seguinte. Livra-se dos vestígios que o ligariam à cena do crime e deita-se, adoentado e transtornado mais uma vez pelas lembranças, sufocado pela angústia.


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