Os parágrafos a seguir estão ordenados de forma aleatória. ...
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Q1891541
Português
Os parágrafos a seguir estão ordenados de forma aleatória.
(1) Deitado ao lado do aquecedor (que manhã mais fria!), ele se entrega, sem pensar, às delícias do calor macio. Nesse momento, ele é um monge budista: nenhum desejo o perturba.
(2) Camus observou que o que caracteriza os seres humanos é a sua recusa a serem o que são. Eles não estão felizes com o que são. Querem ser outros, diferentes. Por isso somos neuróticos, revolucionários e artistas. Do sentimento de revolta, surgem as criações que nos fazem grandes. Mas, nesse momento, eu não quero ser grande. Quero simplesmente ter a saúde de corpo e de alma que tem o meu gato. Ele está feliz com a sua condição de gato. Não pensa em criações que o farão grande.
(3) Desejos são perturbações na tranquilidade da alma. Ter um desejo é estar infeliz: falta-me alguma coisa, por isso desejo… Mas, para o meu gato, nada falta. Ele é um ser completo. Por isso, pode se entregar ao calor do momento presente sem desejar nada. E esse “entregar-se ao momento presente sem desejar nada” tem o nome de preguiça. Preguiça é a virtude dos seres que estão em paz com a vida.
(4) Olho para o meu gato e medito. Medito teologias. Diziam os teólogos de séculos atrás que a harmonia da natureza deve ser o espelho em que os seres humanos devem buscar suas perfeições. O gato é um ser da natureza. Olho para o gato como um espelho. Não percebo nele nenhuma desarmonia. Sinto que devo imitálo.
Disponível em: https://www.revistaprosaversoearte.com/filosofia-do-gato-uma-cronica-adoravel-de-rubem-alves/. Acesso em: 31 ago. 2021. (Fragmento)
Considerando-se que a organização de um texto pressupõe ordenação coerente de suas partes, assinale a alternativa que evidencia, de forma lógica, a ordenação dos parágrafos do texto, de cima para baixo, com base nos números indicados.
(1) Deitado ao lado do aquecedor (que manhã mais fria!), ele se entrega, sem pensar, às delícias do calor macio. Nesse momento, ele é um monge budista: nenhum desejo o perturba.
(2) Camus observou que o que caracteriza os seres humanos é a sua recusa a serem o que são. Eles não estão felizes com o que são. Querem ser outros, diferentes. Por isso somos neuróticos, revolucionários e artistas. Do sentimento de revolta, surgem as criações que nos fazem grandes. Mas, nesse momento, eu não quero ser grande. Quero simplesmente ter a saúde de corpo e de alma que tem o meu gato. Ele está feliz com a sua condição de gato. Não pensa em criações que o farão grande.
(3) Desejos são perturbações na tranquilidade da alma. Ter um desejo é estar infeliz: falta-me alguma coisa, por isso desejo… Mas, para o meu gato, nada falta. Ele é um ser completo. Por isso, pode se entregar ao calor do momento presente sem desejar nada. E esse “entregar-se ao momento presente sem desejar nada” tem o nome de preguiça. Preguiça é a virtude dos seres que estão em paz com a vida.
(4) Olho para o meu gato e medito. Medito teologias. Diziam os teólogos de séculos atrás que a harmonia da natureza deve ser o espelho em que os seres humanos devem buscar suas perfeições. O gato é um ser da natureza. Olho para o gato como um espelho. Não percebo nele nenhuma desarmonia. Sinto que devo imitálo.
Disponível em: https://www.revistaprosaversoearte.com/filosofia-do-gato-uma-cronica-adoravel-de-rubem-alves/. Acesso em: 31 ago. 2021. (Fragmento)
Considerando-se que a organização de um texto pressupõe ordenação coerente de suas partes, assinale a alternativa que evidencia, de forma lógica, a ordenação dos parágrafos do texto, de cima para baixo, com base nos números indicados.