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Ano: 2018 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Pato Branco - PR
Q1220370 Português
Texto I   NOTÍCIA DE JORNAL Crônica de Fernando Sabino
Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de cor branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante setenta e duas horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou que o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome. O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os outros homens cumprem deu destino de passantes, que é o de passar. Durante setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome, com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar nenhum, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem morrer de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido. Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que apodrecesse, para escarmento dos outros homens. Nada mais puderam fazer senão esperar que morresse de fome.
E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome.
Morreu de fome. 
                                            http://contobrasileiro.com.br/noticia-de-jornal-cronica-de-fernando-sabino/ 
O texto de Fernando Sabino retrata bem a indiferença com que as pessoas agem, cotidianamente, diante dos problemas do outro. Esse tipo de comportamento se caracteriza como:
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Comentários

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GAB: B

Significado de EMPATIA.

faculdade de compreender emocionalmente um objeto.

FONTE: GOOGLE.

A questão é de significado de palavras e quer que denominemos o tipo de comportamento que trata bem a indiferença com que as pessoas agem, cotidianamente, diante dos problemas do outro. Vejamos: 

 .

A) falta de resiliência.

Errado. "Resiliência" significa a capacidade de rápida adaptação ou recuperação.

 .

B) falta de empatia.

Certo. "Empatia" significa a habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa; a compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem.

 .

C) falta de concórdia.

Errado. "Concórdia" significa a paz e harmonia entre pessoas que possuem espírito de compreensão e tolerância; concordância, entendimento.

 .

D) falta de equidade.

Errado. "Equidade" significa integridade quanto ao proceder, opinar, julgar; equanimidade, igualdade, imparcialidade, justiça, retidão.

 .

Referência: MICHAELIS. Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, versão online, acessado em 6 de julho de 2021.

 .

Gabarito: Letra B

Triste realidade

Belo texto , isso que é uma questão de interpretação !

Que texto!

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