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Q738453 Pedagogia
No que diz respeito à Educação Especial e à Educação Inclusiva constata-se no discurso da ciência a gritante expansão da psicofarmacologia, como também as técnicas de controle do comportamento e de gestão do social. A ressonância explícita desse discurso pode ser encontrada no(a):
Alternativas

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A alternativa correta é a letra C, que menciona o pressuposto do aluno ideal e do professor idealizado, que tomados como objetos de satisfação de uma sociedade ideal, responderiam, nas situações de ensino-aprendizagem, conforme o modelo freudiano da massificação.

Este tema aborda a influência da psicofarmacologia e das técnicas de controle comportamental dentro do contexto da Educação Especial e Inclusiva. A questão crítica é sobre como esses métodos podem estar alinhados ao conceito de uma sociedade que busca padronizar o comportamento dos indivíduos de acordo com um modelo ideal. Isto é, há uma pressão para que todos correspondam a um padrão de normalidade que não leva em conta a diversidade e a individualidade humanas, especialmente quando se trata de educação inclusiva.

Para resolver essa questão, o conhecimento necessário envolve a compreensão da teoria psicanalítica, especificamente os conceitos de Freud sobre a massificação, e como a sociedade busca normatizar indivíduos dentro de certos ideais. Além disso, é importante reconhecer a crítica à tendência de medicalização da educação, onde comportamentos considerados fora da norma são tratados como patologias a serem corrigidas com medicamentos.

A alternativa C é correta porque reflete a preocupação de que a educação possa estar sendo moldada por uma visão homogeneizadora, que não respeita as diferenças individuais dos alunos e professores e que procura um modelo de satisfação utópico, ou seja, uma sociedade ideal, onde todos se encaixam perfeitamente em papéis pré-estabelecidos. Essa tendência pode levar à massificação, um termo freudiano que se refere à submissão do indivíduo à vontade do grupo, perdendo sua individualidade e adotando as normas e comportamentos do coletivo sem questionamento.

É essencial destacar que as outras alternativas não abordam diretamente a questão do controle comportamental e da gestão social que a psicofarmacologia e as técnicas de controle podem impor, nem fazem referência direta ao modelo freudiano de massificação, que é central para compreender esse fenômeno dentro da educação inclusiva.

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O que seria o "modelo freudiano da massificação"?

De acordo com o modelo de Freud (1921/1996b), a relação objetal ou erótica com um ideal ou objeto externo comum une os indivíduos à medida que seus "Eus" se identificam entre si, em um processo no qual seus ideais - peça fundamental na formação do Eu - são capturados por um ideal externo e comum ao coletivo. Assim, as relações sociais ou grupais dependeriam, dentre outras coisas, das forças eróticas presentes na realidade psíquica e atuariam também como fonte da construção dos ideais e, logo, do processo de identificação e configuração do Eu. Mas é em O mal-estar na civilização que Freud (1930/1996c) pensará no par indissociável indivíduo-sociedade a partir do conflito entre Eros e as pulsões de morte. A renúncia às pulsões, à coisa sexual, causa e também imposição da civilização, em nome de um bem maior e comum aos sujeitos, deixaria a eles somente a possibilidade de satisfazerem com substitutos, sob pena de serem excluídos dela.

Assim, surge uma questão: como podem os indivíduos viverem quando "a organização de massa expulsou de suas metas comuns a preocupação da [sua] conservação material e moral" (Zaltzman, 1999b, p. 15)? Em um contexto de massas, ou de um amor totalitário, em que a pulsão de morte e suas possíveis representações conscientes são denegadas e expulsas na forma da violência, não haveria o clínico de atentar para justamente aquilo que é excluído, e a consequente reação frente à essa exclusão ou denegação? Nesse contexto, que iremos chamar de experiências-limite, acredita-se que é justamente a pulsão de morte quem serve de aguilhão para resistir à destruição. Será ela a responsável por instaurar a luta pela sobrevivência quando as garantias mínimas se desmancharam por terra, quando desmandos totalitários ameaçam tanto as vidas individuais quanto, paradoxalmente, até mesmo a continuidade da própria coletividade.

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