Como resultado desse duplo movimento indicado anteriormente ...

Gabarito: LETRA C.

Inicialmente, antes de seguirmos às alternativas, vale relembrarmos as relações que explicam a relação entre lazer e trabalho, pela ótica da empresa e do trabalhador. Vamos lá?!

Pelo lado da empresa, contratam-se trabalhadores em função da produtividade marginal do trabalho (PMgL). Isto significa que a empresa emprega mais trabalhadores à medida que o custo adicional do próximo trabalhador seja menor ou, no máximo, igual à receita (produto enre preço e quantidade - P.Q) gerada com a venda de mais uma unidade produzida pela empresa. Em termos matemáticos, podemos descrever assim:

W.ΔL=P.ΔQ

Pelo lado dos trabalhadores (o que merece mais atenção conforme o enunciado), trabalha-se mais à medida que que o salário real aumenta, pois com ele o trabalhador maximiza a utilidade do consumo de bens e serviços. Contudo, isto ocorre até determinado ponto, ou seja, até o ponto no qual o efeito renda se sobrepõe (prevalece) sobre o efeito substituição.

Podemos detalhar isto da seguinte forma:

⇒ efeito de substituição - bem que se tornou mais caro em relação ao preço do bem que ficou mais barato. Há predominância em níveis de salários reais mais baixos.

⇒ efeito rendimento ou efeito renda - aumento do poder aquisitivo (ou poder de compra) devido ao aumento do salário real. Há predominância em níveis de salários reais maios altos. Após este ponto (A), aumentos no salário real elevam o custo da escolha (custo de oportunidade) entre mais consumo de bens e serviços ou lazer.

Isto significa que a partir deste ponto, o trabalhador, gradualmente, deixa de ofertar horas de mão de obra e passa a priorizar mais horas de lazer. Portanto, pela ótica da oferta agregada, a partir disto (ponto A), haveria redução gradual da oferta de trabalhadores. 

Assim, perceba que o ponto A assume o papel de ponto de inflexão, alterando a trajetória da curva agregada de oferta de trabalho, a partir da alteração da sua inclinação. 

Bom, visto isto voltemos às alternativas tendo em mente que precisamos relacionar isto a um mercado (o de trabalho) que seja perfeitamente competitivo, com preços, salários e taxas de juros flexíveis e existência de informação completa.

c)  o nível de emprego de equilíbrio é de pleno emprego, ou seja, todos os integrantes da força de trabalho que desejam trabalhar pelo salário real de equilíbrio o fazem.

CERTO. Exatamente!

Isto porque, pela ótica dos trabalhadores, à medida que uns já não querem mais trabalhar tantas horas devido ao efeito rendimento, outros desejam.

Por outro lado, pela ótica da empresa, há indiferença entre a mão de obra do trabalhador João ou Pedro, por exemplo (característica de mercados em concorrência perfeita, a homogeneidade do produto), já que ela se satisfaz em escolher qualquer outro para desempenhar as mesmas tarefas. Além disto, o outro trabalhador, substituto perfeito do anterior, aceita trabalhar por salário real menor (em decorrência de preços, salários e taxas de juros flexíveis), suprindo a demanda da empresa. Por fim, como todos os integrantes do mercado conhecem todas as características sobre ele (informações completas), todos aqueles dispostos a trabalhar conseguem, conduzindo a economia ao pleno emprego.

Não obstante, toda esta visão é uma teoria clássica/neoclássica que resume o funcionamento do mercado de trabalho à oferta e demanda por trabalho, com explicações ancoradas na microeconomia. Diante disto, em resumo, trabalhadores ofertam mais trabalho com maior salário real enquanto firmas demandam mais trabalho com menor salário real. Havendo flexibilidade total dos salários (e dos demais preços e taxas de juros), sempre haverá encaixe para que todos que queiram trabalhar consigam, de modo que somente deixariam de trabalhar aqueles não quiserem.

a)  a deve ser combatida com políticas de demanda promovidas pelos governos.

ERRADO. Segundo a teoria clássica/neoclássica, devido ao fato do mercado de trabalho ser modelado sob concorrência perfeita e flexibilidade total de preços, não é possível haver desemprego involuntário, mas, somente, o voluntário que se relaciona àqueles trabalhadores que não querem trabalhar dado o salário real.

b)  o nível de emprego de equilíbrio é determinado pelas .

ERRADO. O nível de emprego de equilíbrio é determinado pela paridade entre a oferta de trabalho (trabalhadores) e a demanda por trabalho (empresas), promovendo o auto ajustamento do preço de equilíbrio (o salário real de equilíbrio).

d)  os trabalhadores optam cada vez mais por lazer à medida que o salário real aumenta, de forma que a .

ERRADO. Na verdade, a oferta de trabalho é uma função positiva do salário real. Isto porque, à medida que ele aumenta, mais trabalhadores ofertam mão de obra (ou buscam trabalhar mais horas) e diminui a quantidade de trabalhadores, para os quais predominaria o efeito rendimento, que reduziriam o volume de horas trabalhadas para aplica-las em lazer. Isto significa que a quantidade de trabalhadores acima do ponto A, se reduz à medida que o salário real aumenta.

e)  os aumentos de salário real melhoram as rendas dos trabalhadores e as expectativas de vendas das empresas, de forma que a .

ERRADO. A demanda das empresas por mão de obra é uma função negativa do salário real. Afinal, segundo a teoria clássica/neoclássica, o mercado de trabalho opera sob concorrência perfeita e, portanto, como as empresas buscam (sempre) reduzir custos mantendo a quantidade de produção, caso o salário real seja reduzido, elas demandarão maior quantidade de mão de obra.

W.ΔL=P.ΔQ

Perceba que se o lado esquerdo da equação for reduzido, para que o lado esquerdo também seja, mantendo-se a variação da quantidade (ΔQ), a variação positiva da mão de obra precisaria aumentar (ΔL), para satisfazer a igualdade.

Gabarito letra C.

A alternativa C é a correta porque reflete a visão da abordagem neoclássica sobre o pleno emprego. De acordo com essa perspectiva, em um mercado perfeitamente competitivo e sob condições ideais, o equilíbrio ocorre quando a oferta de trabalho é igual à demanda por trabalho, ou seja, quando todos os indivíduos que desejam trabalhar pelo salário real de equilíbrio conseguem emprego.

Portanto, o pleno emprego, segundo a abordagem neoclássica, significa que não há desemprego involuntário, pois todos os que desejam trabalhar pelo salário real de equilíbrio estão empregados. Essa visão assume que os salários e os preços são flexíveis e que não há interferências externas significativas no mercado de trabalho.

Marquei D) pois desconsiderei que estaria em pleno emprego.