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Q2931064 Direito do Trabalho

A empregada ALFA trabalhou para a empresa BETA de janeiro de 2000 a 16 de março de 2009. Embora não soubesse, ALFA estava grávida de um mês quando foi dispensada. Durante o curso do contrato de trabalho, ALFA trabalhou em regime de horas extras, sem que lhe tenham sido pagas todas as horas trabalhadas além da jornada normal. Em 18 de setembro de 2009, ALFA ajuizou ação trabalhista em face da empresa BETA, postulando o pagamento das horas extras e os direitos decorrentes de sua gravidez. Com base nestes fatos, assinale a alternativa INCORRETA:

Alternativas

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Tema central: A questão aborda dois temas principais do Direito do Trabalho: a garantia de emprego da gestante e a prescrição do direito ao pagamento de horas extras. É importante compreender a legislação trabalhista que protege a empregada gestante e as regras de prescrição dos direitos trabalhistas.

Legislação aplicável:

  • Garantia de emprego da gestante: Conforme o artigo 10, inciso II, alínea "b" do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), a empregada gestante tem garantia de emprego desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
  • Prescrição trabalhista: O artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal estabelece que o trabalhador tem o prazo de cinco anos para reclamar créditos trabalhistas durante a vigência do contrato de trabalho, até o limite de dois anos após a extinção do contrato.

Exemplo prático: Imagine que uma empregada descobre estar grávida após ser demitida. Ela tem direito a estabilidade no emprego desde a concepção até cinco meses após o parto. Se entrar com ação judicial dentro de dois anos da demissão, poderá pleitear todos os direitos que não foram pagos, respeitando a prescrição de cinco anos para créditos trabalhistas.

Análise das alternativas:

Alternativa A: A afirmativa está incorreta. Embora ALFA tenha proposto a ação dentro do prazo de dois anos após a rescisão do contrato, a prescrição quinquenal limita a cobrança das horas extras aos últimos cinco anos do contrato de trabalho. Portanto, não é correto dizer que ela poderá receber horas extras por todo o período trabalhado.

Alternativa B: Esta afirmativa está correta. A dispensa de ALFA estava vedada desde a confirmação da gravidez, e, com base na prescrição quinquenal, os créditos anteriores a 18 de setembro de 2004 estão prescritos.

Alternativa C: Esta afirmativa está correta. Caso ela não tivesse sido dispensada, ALFA teria direito a dois descansos diários de meia hora para amamentar seu filho até ele completar seis meses, conforme o artigo 396 da CLT.

Alternativa D: Esta afirmativa está correta. Além da garantia de emprego até cinco meses após o parto, ALFA teria direito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário, conforme o artigo 392 da CLT.

Conclusão: Com base na análise, a alternativa A é a incorreta devido à má interpretação sobre a prescrição quinquenal dos créditos trabalhistas.

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Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea  b  do .

Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário. 

Sobre a estabilidade: alguém que descobre uma gestação em março de 2009, no primeiro mês dela, terá estabilidade durante toda a gravidez. Considerando que ela dure 9 meses sua estabilidade existirá até o final de abril de 2010. Desse modo, durante todo esse período não é possível que a trabalhadora sofra dispensa sem justa causa.

Sobre a prescrição sobre as horas extras relativas a todo o contrato de trabalho: se extrai do artigo 7º , inciso XXIX , da Constituição Federal , o direito de ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho tem prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.

Gabarito: A

A empregada tem direito à garantia de emprego até abril de 2010 e, como propôs a ação antes de superado o período de dois anos da rescisão do contrato de trabalho, não há qualquer prescrição a ser declarada, devendo receber as horas extras relativas a todo o contrato de trabalho (ERRADO).

  • Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.                            
  • § 3   A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação aos pedidos idênticos.                           

Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de meia hora cada um.                

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