Leia o texto a seguir. “[...] não há prática educativa sem ...

A alternativa correta é a C - a questão política que permeia a organização dos conteúdos.

Paulo Freire, um dos mais influentes pedagogos brasileiros, sempre destacou a importância do ato educativo como uma prática profundamente política. Para Freire, o processo de ensino-aprendizagem transcende a simples transmissão de conteúdos; ele envolve uma série de decisões críticas sobre o que ensinar, como ensinar, e principalmente sobre os objetivos e finalidades desta educação. O educador deve considerar os conteúdos programáticos não apenas em termos de conhecimento a ser transferido, mas também como veículos de valores e poder.

No trecho mencionado na questão, Freire argumenta que a prática educativa é gnosiológica, isto é, está relacionada com a teoria do conhecimento. Contudo, ele afirma que conhecer algo exige que esse "algo" seja transformado em objeto de conhecimento, e essa transformação não é neutra, mas sim um ato político. Assim, a decisão sobre quais conteúdos são incluídos no currículo e como são organizados não é apenas pedagógica, mas também política, pois reflete questões de poder e influencia na formação de indivíduos e na estruturação da sociedade.

O texto destaca a relevância de questionar: "que conteúdos ensinar, a quem e a favor de que e de quem, contra quê, como ensinar". Esta reflexão aponta que a educação não pode ser desvinculada do contexto social e político em que está inserida. As decisões sobre o currículo envolvem considerações sobre justiça social, equidade, representatividade e a construção de cidadania crítica.

O trecho também indica a importância da participação democrática na organização dos conteúdos programáticos, sugerindo que estudantes, pais, professores e movimentos sociais deveriam ter voz ativa nesse processo. Deste modo, a alternativa correta é aquela que captura essa essência política na organização dos conteúdos educativos, que é central na pedagogia freiriana.

As demais alternativas não abordam diretamente a visão crítica e política de Paulo Freire sobre a educação:

• A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um instrumento de organização curricular, mas a questão de Freire é mais profunda e relaciona-se com o caráter político dessa organização.
• A seleção de competências e habilidades é parte do processo educativo, mas não captura a essência política da discussão proposta por Freire.
• Trabalhar com as habilidades socioemocionais é importante, mas o texto foca na decisão política do conteúdo a ser ensinado.

Portanto, a compreensão correta da questão exige conhecimento sobre a teoria de Paulo Freire e sua abordagem crítica sobre a prática educativa, refletindo sobre como o conteúdo ensinado é escolhido e organizado dentro de um contexto político.

A Gnosiologia é definida como a parte da Filosofia que estuda o conhecimento humano. Formada a partir do termo grego “gnosis” que significa “conhecimento” e “logos” que significa “doutrina, teoria”.

a questão política que permeia a organização dos conteúdos. 

# Prática Educativa (*Freire)

➡️1. “[...] *não há prática educativa sem conteúdo,*

quer dizer, sem objeto de conhecimento a ser ensinado pelo educador e apreendido, para poder ser aprendido pelo educando.

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◼️a.Isto porque a prática educativa é naturalmente gnosiológica e não é possível conhecer nada a não ser que nada se substantive e vire objeto a ser conhecido, portanto vire conteúdo.

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b. A questão fundamental é política.

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- Tem que ver com:

que conteúdos ensinar, a quem e a favor de que e de quem, contra quê, como ensinar.

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-Tem que ver com quem decide sobre que conteúdos ensinar, que participação têm os estudantes, os pais, os professores, os movimentos populares na discussão em torno da organização dos conteúdos programáticos”. (FREIRE, 2011).

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Para Paulo Freire a prática educativa se constitui como:

R-

a questão política que permeia a organização dos conteúdos.