Considerando os conhecimentos da tradição filosófica no que...
I. Embora se possa contra argumentar no sentido do reducionismo ou da supersimplificação, é comumente aceita a classificação do pensamento moral kantiano, considerando as duas classes apresentadas no trecho citado, como exemplo de “ética da intenção”.
II. O juízo moral que parte da consideração das intenções do agente necessariamente assume como ponto de partida a finitude, ou, com outras palavras, os limites do conhecimento humano - e essa é a premissa kantiana. A razão disso se mostra na evidência de que não sendo o agente moral capaz de conhecer a totalidade dos efeitos de suas ações, torna-se impossível julgar a moralidade destas segundo seus efeitos.
III. Embora seja verdadeira a premissa da finitude humana do ajuizamento moral na ética da intenção, a razão capaz de justificar essa premissa, em Kant, não pode supor contingências, isto é, a intenção é moral por sua forma, não por uma consideração psicológica das condições do agente.
IV. O exemplo da máxima da ética da intenção apresentado por Weber, na forma do pensamento religioso: “O cristão age como justo e coloca os resultados nas mãos de Deus”, poderia ser interpretado como se segue: “O crisão não é responsável pelos efeitos de suas ações”.
Estão corretas as afirmativas:
Gabarito comentado
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A alternativa correta é: C - I e III apenas
Comentário sobre a questão:
A questão aborda um tema central na ética filosófica: a distinção entre a ética da intenção e a ética da responsabilidade. Max Weber, um sociólogo e filósofo, explora essas duas perspectivas éticas em seus escritos, destacando como elas guiam o comportamento humano de maneiras diferentes.
No contexto da ética da intenção, a moralidade de uma ação é avaliada principalmente pela intenção do agente. Isso está alinhado com o pensamento kantiano, que é fortemente baseado na intenção e na motivação moral, independentemente das consequências. Kant argumenta que a moralidade é determinada pela conformidade com o dever e as máximas universais, e não pelas consequências.
Em contraste, a ética da responsabilidade enfatiza a necessidade de considerar as consequências das ações e assumir a responsabilidade por elas, mesmo que as intenções sejam boas.
Justificativa das alternativas:
I. Esta afirmativa está correta. Realmente, o pensamento moral kantiano é frequentemente associado à ética da intenção, pois Kant destaca a importância das intenções puras e do dever moral sobre as consequências.
II. Esta afirmativa está incorreta. Embora a limitação do conhecimento humano seja reconhecida, não é a razão principal em Kant para julgar a moralidade pela intenção, mas sim a universalidade e a racionalidade da lei moral.
III. Esta afirmativa está correta. Em Kant, a moralidade não é fundamentada em contingências ou condições psicológicas, mas sim na forma e na racionalidade da lei moral, que devem ser universais.
IV. Esta afirmativa está incorreta. A interpretação apresentada sugere uma falta de responsabilidade que não se alinha completamente com a ética da intenção, que simplesmente não prioriza os resultados, mas não abdica de responsabilidade moral.
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