Duas vezes o narrador usa o adjetivo “tranquila” quando se r...

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Q418866 Português
        Já ia para três anos, ou mais qualquer coisa, que as lâmpadas feriavam. Mas até que as ruas estavam claras naquela noite. Era uma Lua bonita!... Palha de Arroz, tranquila, parecia um arraial antigo dentro da madrugada. Lá no meio do céu, redonda e bonita, a Lua parecia um disco. Um disco cantando uma canção. Uma canção que poetas não escreveram nem músicos compuseram. Canção de luar de lua cheia por cima duma capital sem luz elétrica. Do tamanho mesmo da lua cheia em pleno e bruto sertão bravio. Daí aqueles pensamentos dançando nos corredores da cabeça do negro Pau de Fumo. Uma canção de luar com a mesma poesia de paragem que nunca sequer ao menos alguém sonhou com eletricidade.
         Madrugada madura. Palha de Arroz tranquila mesma, serena. Calma. Dava-se que o movimento agora estava passando uns dias lá no outro lado do rio – bem ali em Timon.
         Canoeiros atravessando o pessoal para o festejo. Novenas de S. José. Outrora a cidade se chamava S. José das Flores. Mais conhecida mesmo só por Flores, nome que aliás o povo ainda chamava mesmo depois de mudado o nome para Timon.  

(Fontes Ibiapina: Palha de Arroz. Teresina: Corisco, 2002, p. 52-3)

Duas vezes o narrador usa o adjetivo “tranquila” quando se refere a Palha de Arroz. Na verdade uma cidade ou um bairro só pode ser chamado de “tranquilo” quando se faz um deslocamento na atribuição do adjetivo, pois “tranquilo” é a rigor uma qualidade humana e não poderia do ponto de vista lógico se relacionar com o nome do lugar, Palha de Arroz. Esse recurso se enquadra nas características de uma figura de linguagem denominada
Alternativas

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A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. 

Segundo o site :http://rachacuca.com.br/educacao/portugues/figuras-de-linguagem/ , essa questão seria classificada como:

Personificação (ou prosopopeia)

A personificação, também chamada prosopopeia, consiste na atribuição de características humanas, como sentimentos, linguagem humana e ações do homem, a coisas não-humanas. Exemplo:

Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio, porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro.

Carlos Drummond de Andrade

Neste exemplo, o medo, uma sensação, é transformado em pai e companheiro, algo que só é atribuído a um ser humano.

Não existe essa opção nas respostas da questão!


relação metonímica de tipo qualitativo (causa, efeito, esfera etc.): matéria por objeto: ouro por 'dinheiro'; pessoa por coisa; autor por obra: adora Portinari por 'a obra de Portinari'; divindade: esfera de suas funções; proprietário por propriedade:vamos hoje ao Venâncio por 'ao restaurante do Venâncio'; morador por morada; continente pelo conteúdo: bebeu uma garrafa de aguardente por 'a aguardente de uma garrafa'; consequência pela causa: respeite os meus cabelos brancos por 'a minha velhice'; a qualidade pelo qualificado: praticar a caridade por 'atos de caridade' etc.

Iasmim Almeida essa banca é um lixo. Já responde varios atos suspeitos de favorecimento e nada dá contra ela.


A QUESTÃO DEVERIA SER ANULADA POR NÃO HAVER ALTERNATIVA CORRETA.

PROSOPOPEIA significa atribuir características humanas a seres não humanos.

Exemplos de prosopopeia:

– “A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não há / Quando cai, cai sem vontade.”

(Vinícius de Moraes)

– A Amazônia chora devido ao desmatamento.

- O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

- "A floresta gesticulava nervosamente diante do fogo que a devorava"

- "A lua banha a solitária estrada"


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