“Nenhum ser humano é uma ilha… por isso não perguntem por q...
Texto 3
“Nenhum ser humano é uma ilha… por isso não perguntem por quem os sinos dobram. Eles dobram por cada um, por cada uma, por toda a humanidade. Se grandes são as trevas que se abatem sobre nossos espíritos, maiores ainda são as nossas ânsias por luz. (…) As tragédias dão-nos a dimensão da inumanidade de que somos capazes. Mas também deixam vir à tona o verdadeiramente humano que habita em nós, para além das diferenças de raça, de ideologia e de religião. E esse humano em nós faz com que juntos choremos, juntos nos enxuguemos as lágrimas, juntos oremos, juntos busquemos a justiça, juntos construamos a paz e juntos renunciemos à vingança.“
Leonardo Boff
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Gabarito comentado
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A) a presença da intertextualidade;
Incorreto. Embora a intertextualidade esteja presente na primeira parte do trecho, esse recurso não é símbolo de modernidade, já que esse é um artifício utilizado de forma recorrente em outros períodos históricos. A intertextualidade, isto é, o diálogo com outros textos literários aparece no texto de Boff por meio da menção ao poema de John Donne ("Nenhum homem é uma ilha isolada") e ao livro de Ernest Hemingway ("Por quem os sinos dobram"). Esse último título, inclusive, é uma referência ao poema de John Donne.
B) a metaforização com um acidente geográfico;
Incorreto. A metáfora também é um recurso literário antigo e, portanto, não seria representante de um discurso moderno. Há metáforas, por exemplo, no texto bíblico.
C) a indicação separada de “cada um" e “cada uma";
Correto. Se pensarmos que, durante muito tempo, o gênero masculino era o eleito para representar a coletividade, demarcar o gênero feminino equivaleria a ver a representação das mulheres na sociedade. A discussão sobre a linguagem neutra de gênero, por exemplo, é um tópico cada vez mais presente socialmente.
D) a utilização de vocábulos desusados como “dobrar";
Incorreto. O verbo "dobrar" não caiu em desuso, porque é utilizado socialmente e, além disso, a sua utilização não representa uma marca do discurso moderno.
E) o emprego de reticências no meio da frase.
Incorreto. O emprego de reticências não é uma característica do discurso moderno. É possível localizar o uso de reticências em diferentes textos românticos, naturalistas e parnasianos. Um exemplo é o poema "O navio negreiro" de Castro Alves: "'Stamos em pleno mar... Do firmamento / Os astros saltam como espumas de ouro...". As reticências são empregadas em pontos diferentes da frase.
Por exclusão, a resposta que corresponde a um recurso moderno é a indicação de gênero na letra C.
Gabarito da Professora: Letra C.
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Comentários
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c@ralho, queria muito saber a relação entre "característica do discurso moderno" com de “cada um” e “cada uma”;
Usar "elu" nas redações da FGV deve ganhar uns pontinhos extra por ser moderninho, kkk
Essa banca me faz deitar em posição fetal e chorar. Sério mesmo.
amigue
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