Considere o relato a seguir: Numa noite de novembro de 2018...
Considere o relato a seguir:
Numa noite de novembro de 2018, uma operadora de call center teve certeza de que iria morrer. Quando o expediente já estava perto do fim, ela atendeu a uma reclamação que, nas suas palavras, era um “grande pepino”. Seguindo o protocolo, ela pediu o número do CPF e o nome completo do cliente. Ele se recusou a fornecer as informações e começou a hostilizá-la no telefone, debochando de seu emprego e chamando-a de “burra”. A certa altura, o homem disse que estava transmitindo a ligação por uma live no Facebook. A operadora começou a suar frio, sentiu dores no peito e dificuldade de respirar. Ela não sabia, mas estava começando a ter uma crise de pânico. [...]
O cérebro da operadora ficou quatro anos cozinhando em fogo baixo até entrar em ebulição naquela noite de novembro de 2018. Ela foi contratada pela empresa em 2014. No início, atendia apenas casos relacionados à ativação de cartões e esclarecimento de dúvidas, mas logo passou a acumular outras funções. No segundo semestre de 2018, começaram os sinais de exaustão. Primeiro, insônia. Depois, bebida alcoólica à noite para dormir. Então, vieram as crises de choro. Por fim, os picos de ansiedade ao chegar ao trabalho. “Assim que eu ligava o computador, sentia um aperto no peito e o rosto arder”, relata ela.
LINCHOTTI, C. Como a síndrome de burnout se espalha no Brasil - País já é o segundo mais afetado pela doença do trabalho, depois do Japão. Revista Piauí - Edição 198, Março 2023. Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-nova-neurastenia/ Acesso em: 15 ago. 2024. Adaptado.
O caso descrito apresenta uma sintomatologia típica de uma síndrome, que está caracterizada pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um(a)