Acerca da economia brasileira na última década de 80, julgue...
Os problemas econômicos enfrentados no governo de João Figueiredo não estavam ligados à crise que vivia a economia internacional da época, como os decorrentes da Revolução Islâmica ocorrida no Irã em 1979, mesmo porque os países exportadores de matériasprimas e alimentos, como o Brasil, viviam um período de aumento de receitas; esses problemas estavam associados à incapacidade de absorção do capital excedente não absorvido pela economia norte-americana.
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A interpretação estruturalista da inflação brasileira, desenvolvida pelos economistas da Comissão Econômica para a América Latina – Cepal, conferia a raiz da inflação aos problemas estruturais da economia, como: estruturas agrícolas ineficientes; infraestrutura imprópria; escassez de oferta, rigidez de preços, etc. Estes problemas, na concepção cepalina, eram o cerne da inflação, por isso os trabalhadores utilizavam de estratégias defensivas, como encurtamento do período de reajuste, para conseguirem diminuir a corrosão do salário pela elevada inflação. Consequentemente, os períodos de reajuste são menores fazendo com que a indexação da economia acelere o processo inflacionário. Vejamos no livro Economia Brasileira Contemporânea:
As chamadas teses heterodoxas de inflação, em contraposição, admitem a possibilidade teórica de inflação de demanda, melhor traduzida na frase de que, acima do pleno emprego, expansões fiscais geram inflação. Todavia, enfatizam que no mundo real e, em particular, em economias em desenvolvimento, onde a mobilidade dos fatores é menor e existem gargalos de oferta, estamos frequentemente diante de inflações de custos, que se transformam em processos inflacionários pela existência do conflito distributivo. A majoração de custos pode, como na visão ortodoxa, ser circunstancial, caso em que provocam apenas uma mudança temporária de preços relativos. Mas, em geral, são pressões recorrentes que revelam problemas estruturais da economia: desequilíbrios estruturais do Balanço de Pagamentos; estruturas agrícolas ineficientes; infraestrutura inadequadas; gargalos setoriais de oferta que, aliados a rigidez de preços, fazem com que excessos de demanda setoriais se transformem em elevações gerais de preços; estruturas oligopolizadas que usam o aumento de Mark-up (inflação de margens) como fonte de financiamento para a expansão da produção, inexistência de um mercado de crédito e de capitais desenvolvido etc. Nessa visão, as pressões de custos (ou de demanda, quando se está acima do pleno emprego) são fonte de aceleração inflacionária, porém, a inflação adquire um caráter inercial pela existência de um conflito distributivo latente ou institucionalizado — e tende a se manter constante. Cabe, porém, advertir que, ainda que institucionalizado por cláusulas de indexação contratuais, a inflação que tem por origem o conflito distributivo pode se acelerar. Isso ocorre, como vimos, quando os trabalhadores reivindicam o encurtamento dos períodos de reajustes.
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Errado - O segundo choque do petróleo veio em decorrência da Revolução Islâmica de 1979 e gerou problemas para o Brasil sim.
Visando conter os efeitos inflacionários do segundo choque do petróleo, os bancos centrais dos países industrializados, em geral, elevaram suas taxas básicas de juros. (...) O novo patamar das taxas de juros inaugurou uma fase de recessão nos países industrializados, que se estendeu, na maioria deles, até 1982. A combinação desses choques atingiu gravemente países os países importadores de petróleo, em especial aqueles já endividados, como o Brasil. O novo choque do petróleo deteriorou ainda mais os termos de troca para esses países. Economia Brasileira Contemporânea, Giambiagi; Castro, Villela, Hermann. p. 77-78
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