Releia os trechos a seguir. “[...] não só para deslegitimar...
Afinal, Direitos Humanos são direitos de bandidos?
A partir da ideia de universalidade dos direitos (todas as pessoas, independentemente de sua condição racial, econômica, social, ou mesmo criminal, são sujeitos aos direitos) trazida pela Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, mesmo os criminosos, por serem humanos, também têm direitos. Então, nesse sentido, Direitos Humanos são, também, direitos de bandidos.
Não haveria nenhuma crítica a essa afirmação, se usada no seu contexto adequado. O problema é quando ela é usada de forma falaciosa, quando busca forjar a ideia de que o movimento de Direitos Humanos apenas se preocupa com o direito dos presos e suspeitos, desprezando os direitos dos demais membros da comunidade.
Essa ideia, absolutamente equivocada, passou a ser difundida, ainda nos anos de chumbo da ditadura militar (1964-85), quando aqueles que defendiam as pessoas ameaçadas, perseguidas ou presas pelos aparelhos repressores do Estado, foram rotulados de ”defensores de bandidos”.
Mesmo com a redemocratização do país, a difusão da ideia continuou, não só para deslegitimar métodos democráticos no combate à criminalidade, como também para garantir uma certa impunidade (afinal as polícias tiveram um papel destacado na violenta repressão política, através de práticas antidemocráticas de investigação, que, em alguns locais, ainda hoje perduram).
Além disso, essa ideia tem amplo apoio da parte conservadora da sociedade, que jamais tolerou a possibilidade de direitos serem estendidos às classes populares ou que qualquer pessoa, independentemente de sua etnia, gênero, condição social ou mesmo condição de suspeito ou condenado, deva ser respeitada como sujeito de direitos.
É óbvio que a defesa da dignidade daqueles que se encontram em conflito com o sistema de justiça criminal não significa ser a favor do crime ou do bandido; aliás a luta contra a impunidade, em todos os níveis, tem sido uma das principais bandeiras históricas dos militantes de Direitos Humanos.
Para além disso, é importante que se diga que o movimento de Direitos Humanos tem uma agenda bem mais ampla, que inclui questões como o racismo, a exclusão social, o trabalho infantil, a educação, o acesso à terra ou à moradia, o direito à saúde, a questão da desigualdade de gênero, etc.
Muita gente não se dá conta, mas quando entende que os idosos e pessoas portadoras de necessidade especiais merecem respeito, está defendendo os Direitos Humanos; ser contra a violência doméstica é ser a favor dos Direitos Humanos; quem luta a favor dos Direitos Humanos defende também a dignidade humana, a cidadania, a paz e a tolerância; se você é contra o racismo e contra a homofobia, saiba que você é um(a) defensor(a) dos Direitos Humanos e propagador(a) de uma cultura transversal de Direitos Humanos, contribuindo de forma decisiva para que aquela ideia que reduz e confunde Direitos Humanos com direitos de bandidos seja cada vez mais uma concepção de um tempo que já passou.
BORBA, Mauro. Disputando (o) Direito. Disponível em:<https://goo.gl/PP54Lf>
Releia os trechos a seguir.
“[...] não só para deslegitimar métodos democráticos no combate à criminalidade [...]”
“[...] que jamais tolerou a possibilidade de direitos serem estendidos às classes populares [...]”
“[...] que inclui questões como o racismo, a exclusão social, o trabalho infantil, a educação, o acesso à terra ou à moradia, o direito à saúde, a questão da desigualdade de gênero, etc.”
Em relação aos acentos indicativos de crase nesses trechos, analise as afirmativas a seguir.
I. Há acentos regidos por nomes.
II. Todos os acentos são obrigatórios, isto é, nenhum é facultativo.
III. Há acentos regidos por verbos.
Estão corretas as afirmativas:
Comentários
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Gabarito A
I. Há acentos regidos por nomes. ⇢ (à criminalidade); (às classes); (à terra); (à moradia); (à saúde). Substantivos Femininos
II. Todos os acentos são obrigatórios, isto é, nenhum é facultativo. ⇢ Casos facultativos (Diante de nomes próprios femininos); ( Diante de pronome possessivo feminino); (Depois da preposição até).
III. Há acentos regidos por verbos . ⇢ (combate, acesso=substantivo masculino)
GABARITO: LETRA A
?[...] não só para deslegitimar métodos democráticos no combate à criminalidade [...]?
?[...] que jamais tolerou a possibilidade de direitos serem estendidos às classes populares [...]?
?[...] que inclui questões como o racismo, a exclusão social, o trabalho infantil, a educação, o acesso à terra ou à moradia, o direito à saúde, a questão da desigualdade de gênero, etc.?
I. Há acentos regidos por nomes ? correto, substantivo "combate" regendo a preposição "a" (=combate a alguma coisa) + artigo definido "a" que acompanha o substantivo "criminalidade" (=crase).
II. Todos os acentos são obrigatórios, isto é, nenhum é facultativo ? correto, não temos nenhum caso facultativo.
III. Há acentos regidos por verbos ? incorreto, o que pode confundir é o termo "estendidos" (=é uma adjetivo com terminação de particípio, não é um verbo).
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? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!
Gabarito A I e II, apenas.
“[...] não só para deslegitimar métodos democráticos no combate à criminalidade [...]”
Ocorre crase neste caso devido o vocábulo combate com função de substantivo, um nome, regi a preposição "a" + o artigo "a".
crase é obrigatória
“[...] que jamais tolerou a possibilidade de direitos serem estendidos às classes populares [...]”
crase é obrigatória
direitos estendidos > é um adjetivo um nome.
vamos perguntar ao vocábulo estendidos > estendidos "a" quem ? (plural) regi a preposição "às" as classes + o artigo "a" no plural conforme regência do nome.
“[...] que inclui questões como o racismo, a exclusão social, o trabalho infantil, a educação, o acesso à terra ou à moradia, o direito à saúde, a questão da desigualdade de gênero, etc.”
crase é obrigatória
Aqui não tem regência por verbos para justificar a crase > locuções femininas à terra, à moradia, à saúde com um grupo de palavra com sentido amplo.
I. Há acentos regidos por nomes. correto
II. Todos os acentos são obrigatórios, isto é, nenhum é facultativo. correto
III. Há acentos regidos por verbos. incorreto
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