O intenso e rico debate teórico-metodológico no interior do ...
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Vamos analisar a questão sobre o intenso debate teórico-metodológico no Serviço Social durante os períodos de reconceituação e pós-reconceituação, nas décadas de 1970 e 1980. Esse debate foi crucial para a evolução da prática profissional e teórica do Serviço Social.
O tema central da questão é a transformação teórica e metodológica que o Serviço Social passou nessas décadas. Esse período é marcado por uma crítica ao tradicionalismo e por uma busca de novos referenciais teóricos que possibilitassem uma prática mais crítica e engajada socialmente.
Durante esse tempo, houve um movimento significativo em direção ao pluralismo com direção social crítica. Esse conceito implica na incorporação de diversas teorias e métodos, mas sempre orientados por uma perspectiva crítica da sociedade, que busca entender e atuar nas suas contradições e desigualdades.
Alternativa Correta: B - do pluralismo com direção social crítica na formação profissional.
A alternativa B é a correta porque reflete a adoção de uma abordagem plural, mas que é crítica no sentido de se engajar com as questões sociais de forma consciente e transformadora. Este período foi muito influenciado pelo pensamento marxista, que destaca a análise crítica das estruturas sociais.
Análise das Alternativas Incorretas:
A - da teoria neopositivista na formação profissional: O neopositivismo está mais associado a uma visão empirista e cientificista que não se alinha com a crítica social e a perspectiva pluralista que emergiram durante a reconceituação.
C - da teoria neoliberal na formação profissional: O neoliberalismo é uma teoria econômica que enfatiza o mercado livre e a redução da intervenção estatal, o que vai contra a crítica social e a busca por justiça social que caracterizam a reconceituação do Serviço Social.
D - da teoria estruturalista na formação profissional: Embora o estruturalismo possa oferecer análises importantes sobre as estruturas sociais, ele não foi o enfoque principal adotado durante a reconceituação, que buscou uma análise mais crítica e dialética das relações sociais.
E - da teoria fenomenológica acerca da luta de classes na formação profissional: A fenomenologia foca na experiência subjetiva e não é frequentemente associada à análise crítica das classes sociais, diferentemente do marxismo, que foi uma influência importante durante esse período.
O entendimento dessas correntes e a escolha correta ajudam a destacar a importância de uma formação crítica, que está sempre atenta às injustiças sociais e procura transformá-las.
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Gabarito letra B
A vertente marxista remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de classes, introduzindo novas reflexões e compromissos para os assistentes sociais. Claramente rompe com a herança conservadora das concepções teóricas e metodológicas que não permitiam a crítica radical das relações econômicas e sociais vigentes. A aproximação com essa vertente se iniciou na década de 1960, tendo como estofo os movimentos reivindicatórios internacionais. No Serviço Social brasileiro, tivemos como impulso a constatação da incapacidade do Serviço Social tradicional frente ao padrão de acumulação capitalista vigente (NETTO, 1989). Para Netto (1991, p. 117), Serviço Social tradicional é entendido como a prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada dos profissionais, parametrada ‘por uma ética liberal-burguesa’ e cuja teleologia consiste na correção – desde um ponto de vista claramente funcionalista – de resultados psicossociais considerados negativos ou indesejáveis, sobre o substrato de uma concepção (aberta ou velada) idealista e/ou mecanicista da dinâmica social, sempre pressuposta a ordenação capitalista da vida como um dado factual ineliminável. Já nos anos 80 e 90 (do século XX), essa nova direção social assumida pelo Serviço Social baseada no pensamento social crítico fomentou avanços teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos. Avanços esses notórios nos Códigos de Ética Profissional de 1986 e também no último e atual Código de Ética de 1993. Rompendo com a visão tradicional da profissão, assumindo uma reflexão ética e apreendendo a inserção da profissão em um espaço contraditório, de antagonismo de interesses e classes, tendo, de um lado, interesses das classes dominantes e, 31 de outro, os interesses das classes dominadas. Essa oposição de interesses torna-se geradora de tensões, sendo essas realmente visíveis em uma perspectiva crítica, concebida através de encontro e aproximação do Serviço Social com a vertente marxista.
Fonte: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0303-6.pdf
Gabarito letra B
A vertente marxista remete a profissão à consciência de sua inserção na sociedade de classes, introduzindo novas reflexões e compromissos para os assistentes sociais. Claramente rompe com a herança conservadora das concepções teóricas e metodológicas que não permitiam a crítica radical das relações econômicas e sociais vigentes. A aproximação com essa vertente se iniciou na década de 1960, tendo como estofo os movimentos reivindicatórios internacionais. No Serviço Social brasileiro, tivemos como impulso a constatação da incapacidade do Serviço Social tradicional frente ao padrão de acumulação capitalista vigente (NETTO, 1989). Para Netto (1991, p. 117), Serviço Social tradicional é entendido como a prática empirista, reiterativa, paliativa e burocratizada dos profissionais, parametrada ‘por uma ética liberal-burguesa’ e cuja teleologia consiste na correção – desde um ponto de vista claramente funcionalista – de resultados psicossociais considerados negativos ou indesejáveis, sobre o substrato de uma concepção (aberta ou velada) idealista e/ou mecanicista da dinâmica social, sempre pressuposta a ordenação capitalista da vida como um dado factual ineliminável. Já nos anos 80 e 90 (do século XX), essa nova direção social assumida pelo Serviço Social baseada no pensamento social crítico fomentou avanços teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos. Avanços esses notórios nos Códigos de Ética Profissional de 1986 e também no último e atual Código de Ética de 1993. Rompendo com a visão tradicional da profissão, assumindo uma reflexão ética e apreendendo a inserção da profissão em um espaço contraditório, de antagonismo de interesses e classes, tendo, de um lado, interesses das classes dominantes e, 31 de outro, os interesses das classes dominadas. Essa oposição de interesses torna-se geradora de tensões, sendo essas realmente visíveis em uma perspectiva crítica, concebida através de encontro e aproximação do Serviço Social com a vertente marxista.
Fonte: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0303-6.pdf
O movimento de Reconceituação colaborou e foi o ponto de partida para posteriormente o SSO aderir às ideias de marx, que levou ao pluralismo com direção social crítica na formação profissional.
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