Sobre a dislipidemia, leia os dois enunciados e responda: E...

Para explicar a questão, é importante entender a natureza dos lipídios (gorduras) no sangue e como eles se relacionam com a saúde cardiovascular. O Enunciado 1 afirma que não há um ponto de corte natural entre as concentrações de lipídios normais e anormais, o que é correto. Isso acontece porque as medidas de lipídios, como colesterol e triglicerídeos, são distribuídas de forma contínua na população, e os limites estabelecidos para definir dislipidemia são baseados em estudos epidemiológicos que correlacionam níveis de lipídios com o risco de doença cardiovascular. Assim, os pontos de corte são uma convenção estatística e clínica, e não um limite biológico absoluto. O Enunciado 2 diz que provavelmente existe uma relação linear entre as concentrações de lipídios e o risco cardiovascular, e que indivíduos com concentrações "normais" de colesterol podem se beneficiar ao atingir concentrações ainda mais baixas. Isso também é correto e é apoiado por evidências científicas que mostram que, em muitos casos, quanto mais baixo o nível de colesterol LDL (o "mau" colesterol), menor o risco de eventos cardiovasculares, mesmo em indivíduos sem histórico de doença cardiovascular. Além disso, terapias para reduzir o colesterol, como as estatinas, são frequentemente recomendadas mesmo para pessoas com níveis considerados normais de colesterol, se elas têm outros fatores de risco para doenças cardíacas. Portanto, a resposta correta é a Alternativa A, que afirma que ambos os enunciados estão corretos. A questão destaca a importância de uma avaliação individualizada do risco cardiovascular e o potencial benefício de intervenções para reduzir os níveis de lipídios, mesmo quando estes estão dentro do que é tradicionalmente considerado "normal".