A evolução de quadros clínicos para uma situação como a de J...

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Q91595 Medicina
João, com 62 anos de idade, hipertenso há mais de 5 anos
e que não realizava tratamento regular, procurou atendimento
médico referindo que, há 5 anos, apresentava dispneia aos esforços
maiores que habituais, tais como subir escadas ou andar
ligeiramente em subidas, e que, há 6 meses, apresentava dispneia
aos médios e pequenos esforços, como em caminhadas curtas em
superfícies planas, de modo que, desde então, reiniciou a
terapêutica anti-hipertensiva com nifedipina, obtendo melhora
discreta do quadro. Relatou, ainda, que há 3 meses, foi atendido em
uma unidade básica de saúde, onde a nifedipina foi substituída pelo
captopril, em razão de edema nos membros inferiores, imputado ao
uso da nifedipina. Relatou, por fim, que, há um mês, suspendeu o
uso do inibidor da enzima conversora de angiontensina (IECA), em
razão de tosse, substituindo-o por hidroclorotiazida, e que, nos
últimos dias, apresentou ortopnéia e edema bilateral de membros
inferiores. Negou dor precordial. Ao exame físico, apresentou-se
normocorado, com FC de 108 bpm, PA de 160 mmHg ×
100 mmHg, turgência jugular com cabeceira do leito elevada a 45º,
ictus cordis propulsivo no sexto espaço intercostal esquerdo — na
linha axilar anterior esquerda —, ritmo cardíaco irregular em três
tempos (à custa de B3), sopro holossistólico em foco mitral com
irradiação para axila esquerda, grau 3 de Levine (3+/6+), edema de
membros inferiores 3+/6+, extremidades quentes e ausculta
pulmonar com estertores creptantes bibasais. No exame de
eletrocardiograma, revelou-se ritmo de fibrilação atrial e bloqueio
completo pelo ramo esquerdo do feixe de His.


Com base no quadro clínico acima, julgue os itens que se seguem.

A evolução de quadros clínicos para uma situação como a de João tem diminuído progressivamente no Brasil, em razão da prática de terapia de reperfusão no infarto do miocárdio, de tratamento de revascularização miocárdica na doença arterial coronária e de estratégias de prevenção primária.
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A alternativa correta para essa questão é E - errado.

Vamos entender o porquê dessa resposta.

O enunciado descreve um caso clínico com características típicas de insuficiência cardíaca, especialmente daqueles pacientes que apresentam dispneia progressiva e sinais de retenção hídrica, como edema de membros inferiores e ortopneia. João, de 62 anos, apresenta hipertensão não tratada adequadamente, o que é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.

No entanto, a afirmação contida no item julgado está afirmando que a evolução para quadros clínicos como o de João tem diminuído no Brasil devido à adoção de práticas clínicas modernas, como terapia de reperfusão, revascularização miocárdica e prevenção primária.

A realidade é que, embora essas medidas de fato reduzam a mortalidade e melhorem o prognóstico em doenças cardiovasculares, a insuficiência cardíaca ainda é uma condição com prevalência crescente, em parte devido ao aumento da expectativa de vida e ao controle inadequado de fatores de risco, como a hipertensão não tratada, como observado no caso de João.

Portanto, a afirmação de que a evolução para quadros clínicos como o de João tem diminuído progressivamente no Brasil é incorreta. A incidência de insuficiência cardíaca não tem necessariamente diminuído, e o controle adequado dos fatores de risco ainda é um desafio.

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