Texto 1Edificação da integridade coletivaSomos um animal que...

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Texto 2


Trecho de entrevista da revista ISTOÉ com o filósofo Mario Sergio Cortella


Quais são os temas mais recorrentes em suas palestras atualmente?

Os temas mais demandados são a ética na convivência no âmbito da política pública, mas também no campo privado. Em segundo lugar, o campo da gestão do conhecimento, das pessoas estarem sempre com a necessidade de estar de prontidão para uma formação. Como lidar com cenários turbulentos é outro tema recorrente. A pessoa precisa ter clareza de que a vida é sempre um processo de mudança, de que aquilo que muda substitui aquilo que antes vinha. Mas há muita coisa que é antiga e que deve ser levada adiante. E tem muita coisa que é velha, ultrapassada. Uma sociedade que tem uma tecnologia avançada, às vezes, descuida do antigo e fica só em busca de novidades.


É possível falar em ética hoje no Brasil?

Falar sobre ética não é falar sobre alguém. É falar sobre nós. Ética são princípios e valores que usamos em nossa conduta. No Brasil, nós não temos a falta de ética, temos a falta de uma determinada ética. Há uma conduta hoje que está faltando.


As pessoas também estão mais ansiosas para ler sobre a felicidade?

As pessoas dizem “eu queria muito ser feliz”, “um dia eu vou ser feliz” como uma lamentação e não como um projeto de vida. Felicidade não é um estado contínuo, é um estado eventual. Só se percebe a importância da felicidade porque ela se ausenta. A real felicidade está na partilha. É por isso que hoje há uma obsessão com as redes sociais.


As redes sociais e o mundo virtual colaboram para isso em que medida?

O mundo digital é uma ocasião inestimável. Todo mundo junto e ninguém perto. A sucessão de imagem, o contato o tempo todo leva ao esgotamento. O prazer da água está em ter sede. As redes sociais saturam. Não gosto da palavra seguidor, por exemplo. Refere aos profetas, algo dogmático.


Disponível em: https://istoe.com.br/mario-sergio-cortella-vivemos-num-momento-incomodo-que-pode-levar-reinvencao/. Acesso em 14/ago/2019. [Adaptado]

Texto 1


Edificação da integridade coletiva


Somos um animal que não nasce pronto; temos de ser formados. Essa formação pode nos levar [.....] vida como benefício ou [......] vida como malefício, da pessoa que é capaz de produzir benefício ou da que é capaz de produzir malefício. Todos e todas somos capazes de ambas as coisas. Afinal de contas, ética está ligada [.....] ideia de liberdade. Ética é como eu decido a minha conduta. E a palavra “decido” é marcante porque sinaliza quais são os critérios e valores que eu uso para me conduzir na vida coletiva.

Não existe ética individual. Os séculos XVIII e XIX, com a industrialização e depois com a mecanização, são calcados na anulação da natureza como o outro. A percepção da natureza como o outro começa a ganhar forma [....] partir do século XX. Ela era tida como objeto e, portanto, passível de posse. A ideia da ecologia é uma questão ética porque passamos [....] tomar a natureza como o outro, não como objeto, ideia que vai introduzir uma referência: ética é convivência. A vida, acima de tudo, é condominial.


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ), com base nos textos 1 e 2.


( ) Ambos os textos abordam a questão da ética vista como um valor coletivo, associado ao comportamento em sociedade.

( ) Em “Ela era tida como objeto e, portanto, passível de posse” (texto 1, 2° parágrafo), a conjunção sublinhada introduz uma ideia de conclusão.

( ) Em “Mas há muita coisa que é antiga e que deve ser levada adiante” (texto 2, 1ª resposta), a conjunção sublinhada introduz um argumento que contrasta com a informação da frase precedente no texto.

( ) Em “Felicidade não é um estado contínuo, é um estado eventual” (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração é coordenada sindética aditiva.

( ) ”Em Só se percebe a importância da felicidade porque ela se ausenta” (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração indica uma ressalva em relação à oração precedente.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas

Comentários

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Para não perder tempo vamos ter estratégia: Só precisamos saber a alternativa 2 e 5 que matamos fácil a questão.

2---- “Ela era tida como objeto e, portanto, passível de posse” (texto 1, 2° parágrafo), a conjunção sublinhada introduz uma ideia de conclusão.

Comentário: Correto, introduz uma oração coordenada sindética conclusiva.

5----”Só se percebe a importância da felicidade porque ela se ausenta” (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração indica uma ressalva em relação à oração precedente.

Comentário: Errada, a conjunção coordenativa tem valor explicativo e não de ressalva como afirma a assertiva.

GABARITO. A

GABARITO: LETRA A

(V) Ambos os textos abordam a questão da ética vista como um valor coletivo, associado ao comportamento em sociedade. ? correto, trazendo uma criticidade.

(V) Em ?Ela era tida como objeto e, portanto, passível de posse? (texto 1, 2° parágrafo), a conjunção sublinhada introduz uma ideia de conclusão. ? correto, conjunção coordenativa conclusiva (está entre vírgulas, isso condena).

(V) Em ?Mas há muita coisa que é antiga e que deve ser levada adiante? (texto 2, 1ª resposta), a conjunção sublinhada introduz um argumento que contrasta com a informação da frase precedente no texto. ? correto, temos uma conjunção coordenativa adversativa, ela possui teor semântico de ressalva em relação à frase precedente.

(F) Em ?Felicidade não é um estado contínuo, é um estado eventual? (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração é coordenada sindética aditiva. ? incorreto, não temos conjunção, logo é uma oração ASSINDÉTICA (sem síndeto, conectivo).

(F) ?Em Só se percebe a importância da felicidade porque ela se ausenta? (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração indica uma ressalva em relação à oração precedente. ? temos uma conjunção coordenativa explicativa que inicia uma oração coordenada explicativa; traz uma explicação e não uma ressalva.

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FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

V • V • V • F • F

Quando a oração trazer consigo a ideia de contraste, RESSALVA, oposição, compensação, será uma oração coord. Sindética adversativa

Correta, A

(F) Em “Felicidade não é um estado contínuo, é um estado eventual” (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração é coordenada Assindética ADVERSATIVA. Reescrevendo, teríamos:

Felicidade não é um estado contínuo, MAS/ENTRETANTO/TODAVIA é um estado eventual - nessa reescrita, a 2ª oração tornar-se-ia coordenada sindética adversativa.

Assindética - sem síndeto.

Sindética - com síndeto.

Logo: síndeto é a presença da conjunção coordenativa entre palavras, termos da oração ou em orações coordenadas.

(F) ”Em Só se percebe a importância da felicidade porque ela se ausenta” (texto 2, 3ª resposta), a segunda oração indica uma EXPLICAÇÃO em relação à oração precedente.

Atenção: a conjunção PORQUE pode também assumir o valor causal, a depender do contexto.

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