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Doentes e peregrinos buscam a salvação em templos que praticam o exorcismo em Kerala, ao sul da Índia. Garanto: naquela região se operam, de fato, milagres que salvam vidas diariamente.
Os “milagres" nada têm a ver com os deuses ou demônios.Apenas com homens, responsáveis por uma das mais admiradas experiências sociais já produzidas num país pobre. Como o resto da Índia, Kerala é miserável, sua renda por habitante é de US$ 300 por ano - dez vezes menos do que a brasileira e cem vezes se comparada com a americana.
Primeiro “milagre" num país de 900 milhões de habitantes com explosivo crescimento populacional: cada mulher tem apenas dois filhos (1,7, para ser mais preciso), uma média semelhante à de um casal de classe média alta em Manhattan, Paris, São Paulo ou Rio de Janeiro. Segundo e mais importante: de cada mil crianças que nascem, apenas 13 morrem antes de completar um ano - um nível de mortalidade infantil semelhante ao dos Estados Unidos e quatro vezes menor que o do Brasil.
Até pouco tempo atrás, Kerala era mais conhecida por suas praias, onde os turistas “descolados" se deitavam na areia depois do banho, massageados por moradores que aprenderam de seus ancestrais os segredos da massagem ayurvédica, medicina tradicional indiana. Agora, porém, atrai tipos menos transcendentais da Europa e dos Estados Unidos, decididos a entender e difundir a experiência sobre como um lugar miserável consegue indicadores sociais tão bons.
As pesquisas indicam, em essência, um caminho: graças à vontade política dos governantes locais, em nenhum outro lugar da Índia se investiu tanto na educação das mulheres. Uma ação que enfrentou a rotina da marginalização. Na Índia, por questões culturais, se propagou o infanticídio contra meninas, praticado pelos próprios pais.
Em Kerala, apenas 5%das garotas estão fora da escola, reduzindo a porcentagens insignificantes o analfabetismo. Elas são mais educadas, entram no mercado de trabalho, frequentam postos de saúde, amamentam os filhos, conhecem noções de higiene, sabem a importância, por exemplo, de ferver a água ou aplicar as vacinas,
planejam voluntariamente o número de filhos.
Daí se vê o que significou, no Brasil, termos gasto tanto dinheiro na construção de hospitais, em vez de investir mais pesadamente em medicina preventiva.Muitas dessas obras só ajudaram a saúde financeira dos empreiteiros.
(DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do Futuro - Cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Ática, 2000, p. 46.)
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Alternativa Correta: A - complemento nominal.
A questão exige do candidato um bom entendimento sobre funções sintáticas. É necessário reconhecer que o termo destacado, "de hospitais", exerce a função de complemento nominal.
Justificativa da Alternativa Correta:
O termo "de hospitais" complementa o sentido do substantivo "construção", que é um substantivo abstrato. Quando um substantivo abstrato precisa de um termo para completar seu sentido, esse termo se chama complemento nominal. Portanto, "de hospitais" é um complemento nominal, pois completa o sentido de "construção".
Análise das Alternativas Incorretas:
Alternativa B - adjunto adverbial: O adjunto adverbial é um termo que modifica o verbo, indicando circunstâncias como tempo, modo, lugar, etc. No caso, "de hospitais" está complementando um substantivo, não um verbo, logo não pode ser adjunto adverbial.
Alternativa C - objeto indireto: O objeto indireto é o complemento de um verbo transitivo indireto, que exige preposição. Aqui, "de hospitais" não complementa um verbo, mas sim um substantivo. Portanto, não pode ser objeto indireto.
Alternativa D - objeto direto: O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto, sem preposição. Além disso, como já mencionado, "de hospitais" complementa um substantivo, não um verbo, descartando a hipótese de ser objeto direto.
Alternativa E - predicativo: O predicativo é o termo que atribui uma característica ao sujeito ou ao objeto, geralmente ligado a eles por um verbo de ligação. "De hospitais" não está atribuindo nenhuma característica, mas completando o sentido de "construção", logo, não pode ser predicativo.
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Comentários
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O Complemento Nominal e o Adjunto Adnominal confundem-se bastante. Para termos um Complemento Nominal o substantivo tem de ser ABSTRATO , caso contrário (subst. concreto) seria um Adjunto Adnominal (sempre!).
O que se confirma no item, pois "construção" é substantivo abstrato.
"Daí se vê o que significou, no brasil, termos gasto tanto dinheiro na construção de hospitais." Retire "de hospitais.."
" Daí se vê o que significou, no brasil, termos gasto tanto dinheiro na construçao." Construção de quê? de hospitais.
atenção, esse macete não vale p 100% dos casos, mas 99% e tiro e queda.
O NCE e a FGV que gostam desse tópico!
A questão perdeu toda a dificuldade porque não tem "adjunto adnominal" nas respostas.
Uma das técnicas é tentar identificar o sentido ativo ou passivo do termo.
"hospitais são construídos" ou "hospitais constroem"?
Valor passivo.
Resposta: complemento nominal (CN).
[]s
Comp. Nom. faz parte do termo e, se retirado, muda o seu sentido.
e.g. atenção à palestra, esforço para a prova.
Adj Adn. é só um acessório e pode ser retirado sem compremeter o sentido do termo:
e.g. atenção aguda, esforço grande
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