O verbo “inserir”, utilizado no trecho “– e da própria real...

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Q787803 Português
Texto I para responder à questão.

Onde o Direito e a Literatura se encontram 

  “Porque esse é o meu nome! Porque não posso ter outro em minha vida! Porque estaria mentindo e assinando mentiras. Porque não valho a poeira dos pés daqueles que mandou enforcar! Eu já dei a minha alma ao Senhor, deixe-me ficar com meu nome!”. A citação acima foi retirada da obra As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, que também foi tema de filme, lançado em 1996. O trecho em questão, porém, também foi utilizado como argumentação em uma decisão judicial a favor da autora que reclamava de atentado à honra. 
  A argumentação não só mostra como a Literatura ajuda a fundamentar a realidade, mas como o próprio Direito se utiliza dessa ferramenta para interpretar a sociedade. Essa relação entre Direito e Literatura pode ser analisada de três formas: o Direito na Literatura; o Direito da Literatura, que trata dos direitos do autor ou de uma obra e de temas relacionados, como a liberdade de expressão; e, ainda, a utilização de práticas da crítica literária para compreender e avaliar os direitos, as instituições e procedimentos judiciais, o que seria o Direito como Literatura. 
  Esta última relação do Direito com a Literatura, como explica Vera Karam, professora da disciplina de Direito e Literatura da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é o estudo de temas jurídicos – e da própria realidade em que estão inseridos – com a ajuda das obras literárias. “A Literatura surge como uma metáfora que o direito usa para tentar articular uma boa solução para aquilo que é chamado a responder”, explica. [...]
  “O aplicador do direito é constantemente demandado a dar respostas a conflitos concretos e diversos, e a Literatura justamente abre um espaço de reflexão e de ação mais crítico, porque é mais sensível às especificidades do humano”, aponta Vera.
  
“A Literatura amplia os horizontes, já que possibilita ao leitor experimentar, de um modo seguro, situações que ele provavelmente jamais viveria. A boa literatura estimula a reflexão e desperta o senso crítico”, complementa Lenio Streck, procurador de Justiça do Rio Grande do Sul e professor de Pós-Graduação em Direito na Unisinos-RS. 
  Para Vera, além de trazer novas perspectivas aos operadores do Direito, a Literatura antecipa temas relacionados ao universo jurídico. “A ficção literária tem essa riqueza, essa sutileza, essa sensibilidade que permite que o Direito às vezes fique até mais bem preparado para o enfrentamento de conflitos que seriam inimagináveis fora da ficção”, diz.
  A linguagem, que no Direito encontra suas especificidades e na Literatura é registrada de maneira mais diversa e livre, também é apontada pelos especialistas como um ponto-chave da interpretação jurídica por meio das obras. “Olhando a operacionalidade, a realidade não nos toca, as ficções, sim. Com isso, confundimos as ficções da realidade com a realidade das ficções. Ficamos endurecidos. A Literatura pode ser mais do que isso. Faltam grandes narrativas no Direito, e a Literatura pode humanizá-lo”, finaliza Streck.
(Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo 21/03/2013. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/justica-direito/onde -o-direito-e-a-literatura-se-encontramb2yn714yocf2hz62cladr6p1q>Acesso em janeiro de 2017. Adaptado.)  
O verbo “inserir”, utilizado no trecho “– e da própria realidade em que estão inseridos –” (3º§), aparece na lista de verbos classificados como “abundantes”, ou seja, que apresentam duas ou três formas de igual valor e função. As orações a seguir apresentam duas possibilidades admitidas pela norma padrão da língua para o particípio do verbo, com EXCEÇÃO de:
Alternativas

Comentários

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Recordem-se sempre: ''trago'' não é o particípio do verbo ''trazer'', e sim a primeira pessoa desse verbo ou do verbo ''tragar''. O particípio correto de ''trazer'' é ''trazido''. 

 

Ex.: Se eu tivesse trazido um livro estaria melhor acompanhado. (Correto).

Ex. Se eu tivesse trago um livro estaria melhor acompanhado. (Errado).

Ex.: Trago boas-novas, meus queridos! (Correto).

Ex.: Eu não trago cigarro, faz muitíssimo mal. (Correto).

 

Agora uma frase aplicando tudo:

''O maço de cigarro que trago comigo não está cheio, devia ter trazido o que comprei mais cedo... Mas tudo bem, eu trago um cigarro seu."

 

 

Gabarito D

GAB: D.

 

Os verbos tra​zer, chegar, abrir, cobrir e escrever não são abundantes. Logo, as únicas formas no particípio são, respectivamente: trazido, chegado, aberto, coberto, escrito.

As formas trago e chego não são admitidas no registro culto da língua.
 

Ele tinha chegado tarde. E não: Ele tinha chego tarde.


O pacote foi trazido na hora certa. E não: O pacote foi trago na hora.
 

O verbo trazer, assim como o verbo chegar não é abundante.

a) Trago na festa quem quiser vir. (presente do indicativo)
b) Ele tinha trago à festa quem pôde vir. (erro no emprego do particípio do verbo “trazer”)

Outra suposta explicação para o uso de “trago” ao invés de “trazido” pode ser no uso da primeira pessoa do singular na oração com particípio. O cérebro associa a pessoa do discurso ao verbo de forma instantânea: Veja:

a) Eu tinha trago minhas roupas para arrumar. (Errado)
b) Eu tinha trazido minhas roupas para arrumar. (Certo)

Da mesma forma acontece com algumas construções com o verbo “chegar”, contudo, menos usuais:

a) Eu tinha chego atrasada. (Errado)
b) Eu tinha chegado atrasada. (Certo)

http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/trazido-ou-trago-tinha-chego-ou-tinha-chegado.htm

 

 

Observação:

 

As formas regulares: abrido, cobrido, escrevido, ganhado, gastado, e pagado são evitadas na língua culta.

 

Usa-se: aberto, coberto, escrito ganho, gasto e pago, com qualquer auxiliar.

 

http://www.ufla.br/ascom/2012/03/26/dicas-de-portugues-o-emprego-dos-participios-duplos/

 

 

 

Erro gritante na (D), gabarito sem discussão, mas na (B)  os verbos "TER" e "HAVER", formadores de tempos compostos, não exigiriam  apenas o particípio regular ?

 

 "Disse que já HAVIA LIMPADO todo o pátio exterior..."

Trago = Usado com conjugação do presente (Eu trago boas novas)

Trazido(particípio de trazer, conjugação no passado) "O processo foi trazido"

 

Bons estudos

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